Queimaduras e Pé Diabético: Definição, Classificação e Tratamento

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QUEIMADURAS

Definição: é uma lesão dos tecidos orgânicos em decorrência de um trauma de origem térmica

Classificação: é determinada de acordo com diversos fatores como idade do paciente, profundidade da lesão, tipos de lesões, regiões afetadas, agente causador, porcentagem de superfície cutânea lesada e traumas associados. O método para a determinação da área queimada: “regra dos nove”, o qual divide a superfície corporal em segmentos que equivalem a aproximadamente 9% do total.

Primeiro grau:

Superficial, as lesões restringem-se à epiderme. (Pomadas corticoides ou óleo de andiroba)
Segundo grau: Intermediária, as lesões atingem a epiderme e uma parte da derme.(Laserterapia com luz pulsada)

Terceiro grau

grave, atinge toda epiderme e derme, e em muitos casos outros tecidos são atingidos como a hipoderme, tecido muscular e ósseo. Cirurgia plástica

Alterações Fisiopatológicas Locais
As queimaduras fazem com que o indivíduo perca sua primeira linha de defesa, a pele, permitindo o crescimento de bactérias patogênicas. O tecido queimado representa então em excelente meio de cultura para bactérias e fungos.

Alterações Fisiológicas Sistêmicas
- Aumento da viscosidade sanguínea e da resistência vascular periférica;
- Sistema cardiovascular: choque hipovolêmico;
- Sistema pulmonar: edema pulmonar, pneumonia ou embolia;
- Aumento do metabolismo.

Mecanismo de cura das Lesões Térmicas
Se processa em quatro fases iniciais
:
- eliminação dos tecidos desvitalizados; - regeneração do tecido vascular e conjuntivo; - epitelização; - retração.

Sequelas:
- Contraturas
: propensa a desenvolver-se nas palmas das mãos, plantas dos pés e face anterior do tórax, comprometendo a ADM.
- Cicatrizes hipertróficas e quelóide: predominio da síntese de colágeno, onde as fibras de colágeno não se orientam como numa cicatriz normal

TRATAMENTO

Equipe multidisciplinar

Tratamento medicamentoso:sulfadiazina de prata e lidocaína 1% e vitamina A.

Intervenção cirúrgica
A melhor forma e mais rápida de restabelecimento das funções perdidas da pele é a realização de enxertos autógenos (auto-enxerto).

Abordagens Terapêuticas
A abordagem fisioterapêutica envolve terapias locais e sistêmicas com o objetivo de  prevenir e/ou tratar as seqüelas locais, com a cinesioterapia ou com os recursos eletro-foto-térmicos.

INTERVENÇÃO FISIOTERAPEUTICA INICIAL

Posicionamento: Evitar úlceras de decúbito / Evitar contraturas de tecidos moles e articulares / Facilitar o RV e linfático, prevenindo edemas

Cinesioterapia Respiratória e Geral: A morte por pneumonia nos queimados corresponde a um terço dos óbitos. Fisioterapia respiratória e geral incentivando a deambulação o mais rápido possível. A cinesioterapia, com exercícios de mobilização ativos e passivos, preserva os movimentos do membro queimado.

MASSAGENS

Tem papel fundamental na reabilitação, melhorando a circulação, atenuando edemas e linfedemas e rompendo aderências. Massagens clássica e drenagem linfática manual pra melhorar a circulação e atenuar edemas e linfedemas, E massagens transversa profunda pra evitar e/ou tratar aderências cicatriciais

ELETROTERAPIA

aumento da força muscular ( correntes excitomotoras);
cicatrização (microrrente, laser, radiação ultravioleta);
analgesia (TENS,crioterapia, radiação infravermelha);
ação antiinflamatória (US).

PÉ DIABÉTICO

DEFINIÇÃO: é caracterizado por lesões que surgem nos pés das pessoas com diabetes melitus e ocorre como conseqüência de neuropatia em 90% dos casos, de doença vascular periférica e de deformidades dos pés.

FISIOPATOLOGIA: Tríade composta por: neuropatia diabética / doença vascular periférica / infecção.

Neuropatia sensitivo-motora: perda gradual da sensibilidade dolorosa (sensação protetora); atrofia da musculatura intrínseca o que desencadeia deformidades osteo-articulares e comprometimento motor o qual muda o modo de deambular;

Neuropatia autonômica: alterações arterio-venosas o que causa redução da  nutrição dos tecidos e diminuição da sudorese, que torna a pele ressecada e com fissuras, que servem de porta de entrada para infecções.

Doença vascular periférica: aterosclerose das artérias periféricas que produz hipercoagulação e aumento da resistência vascular.

Infecções: as fissuras, úlceras, perda da sensibilidade dolorosa, insuficiência vascular e a disfunção imunológica tornam o paciente susceptível a infecção.

SINAIS E SINTOMAS:

Relacionados a neuropatias: - sensoriais (dores tipo queimação, pontadas, agulhadas, frieza, parestesia, hipoestesia e anestesia, alteração da sensibilidade vibratória, alteração do reflexo do tendão de Aquiles); - motores (atrofia da musculatura intrínseca do pé, deformidades osteo-articulares, calosidades e ulcerações;); - autonômicos (diminuição da sudorese).

Relacionados a doença vascular periférica: claudicação intermitente, dor em repouso, palidez cutânea ou cianose, diminuição da temperatura, ausência de pulso e alterações tróficas.

Relacionadas a infecção: sinais e sintomas de inflamação.

AVALIAÇÃO:

Neuropatia: sensibilidade (monofilamento), reflexos e vibração.

Doença Vascular Periférica: Doppler, Dúplex Scan e Pletismografia.

Infecções: culturas para analisar o tipo de bactéria.

DIAGNÓSTICO: através do exame físico, sinais clínicos e história clínica do paciente.

TRATAMENTO:

Medicamentoso: controle da infecção, controle glicêmico;

Cirúrgico: envolve áreas da ortopedia, cirurgia plástica e vascular com a finalidade de corrigir deformidades osteo-musculares;

Fisioterápico: - objetivos: / condutas

PREVENÇÃO:

Inspeção e exame regular dos pés e calçados;

Identificação do paciente de alto risco, através dos fatores de risco como:

Ulcera ou amputação prévia;

Carência de educação;

Alteração da sensação de proteção, da percepção de vibração e do reflexo;

Calos, deformidades dos pés, calçados inadequados;

Ausência de pulsos podais.

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