Questões de Toxicologia: Fármacos, Metais Pesados e Mecanismos

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1. Avaliação Toxicológica e DL50 em Animais

Durante a avaliação toxicológica de um novo fármaco, foram realizados diversos experimentos para avaliar a toxicidade. O responsável pela avaliação realizou a análise em três grupos de animais: rato, camundongo e hamster. Após alguns dias, verificou-se que o valor de DL50 para o rato foi perdido. O farmacêutico poderia afirmar que a DL50 para o rato não precisava ser calculada novamente, pois certamente seria muito semelhante àquela calculada para o camundongo?

Resposta: Não, pois depende de vários fatores como tamanho, genética, espécie e raça.

2. Parâmetro Analítico para Agente Tóxico

Um perito busca um método para avaliação de um determinado agente tóxico. Para tal análise, é imprescindível que o método seja capaz de fornecer resultados proporcionais à concentração da substância. Qual o parâmetro analítico analisado pelo perito?

Resposta: Linearidade.

3. Intoxicação por Paracetamol e Dengue

Em São Paulo, 108 casos de dengue foram registrados desde o início do ano. Esse número é considerado maior do que no mesmo período do ano passado, alertando para um possível surto epidemiológico em todo o país. Diante desta possível situação, também há aumento do uso indiscriminado de antipiréticos, em especial o paracetamol. A partir do texto a seguir, responda às questões relativas à intoxicação por paracetamol:

  • A) Metabólito tóxico?
    Resposta: N-acetil-p-benzoquinoneimina (NAPQI).
  • B) Tratamento farmacológico para intoxicação por paracetamol?
    Resposta: N-acetilcisteína.

4. Metabólitos Urinários de Escolha para Intoxicações

Qual o metabólito urinário de primeira escolha para intoxicação ocasionada pelos seguintes compostos?

  • Xileno: Ácido metil-hipúrico.
  • Tolueno: Ácido hipúrico.
  • Benzeno: 1ª escolha - Ácido trans-trans-mucônico; 2ª escolha - Ácido fenilmercaptúrico.
  • Hexano: 2,5-Hexanodiona.

5. Tratamento do Etilismo Crônico: Dissulfiram

O consumo crônico de etanol pode ocasionar diversas patologias sistêmicas, além do quadro de dependência. Para o tratamento do etilismo crônico, é possível utilizar terapias medicamentosas para reduzir o consumo de etanol.

  • A) Qual o fármaco poderia ser usado com esse objetivo?
    Resposta: Dissulfiram.
  • B) Apresente o mecanismo de ação deste fármaco e os efeitos resultantes dessa intervenção?
    Resposta: O dissulfiram inibe a enzima aldeído desidrogenase. O álcool é metabolizado pela álcool desidrogenase, que forma o acetaldeído. A aldeído desidrogenase metaboliza o acetaldeído em acetato. Com o uso do dissulfiram, ocorre uma inibição da enzima aldeído desidrogenase, resultando no acúmulo de acetaldeído, o que causa vômito e mal-estar.

6. Ordem Decrescente de Toxicidade (DL50)

Coloque as DL50 em ordem decrescente de toxicidade para as substâncias a seguir:

  • A - 12 mg/kg
  • B - 2,6 mg/kg
  • C - 0,4 mg/kg
  • D - 6,3 mg/kg

Resposta: C, B, D, A, pois quanto menor a DL50, maior será a toxicidade.

7. Avaliação da Exposição Humana ao Chumbo

O chumbo é um metal pesado encontrado em vários produtos utilizados rotineiramente no mundo moderno. Os principais usos estão relacionados às indústrias extrativas, petrolíferas, tintas e munições. Quanto à determinação do índice de exposição humana ao chumbo, avalia-se a quantidade de:

Resposta: Chumbo inorgânico e zincoprotoporfirina.

8. Efeitos Tóxicos do Chumbo (Exceto)

Efeitos tóxicos medidos pelo chumbo, exceto:

Resposta: Hiperpigmentação cutânea na forma de "gotas de chuva".

9. Intoxicação por Resíduos Industriais

Detritos industriais eram lançados sem nenhum tratamento nos rios locais. A alimentação destes indivíduos era baseada no consumo de peixes coletados do rio local. Com o passar do tempo, os moradores começaram a sentir sintomas como perda de visão, descoordenação motora, fraqueza muscular e, em casos extremos, paralisia e morte.

  • A) Qual seria o agente causador da intoxicação?
    Resposta: Chumbo.
  • B) Qual o tratamento farmacológico de melhor eficácia?
    Resposta: Resinas de Politiol.
  • C) Qual o fármaco que seria totalmente contraindicado para o tratamento deste tipo de intoxicação?
    Resposta: Dimercaprol, pois pode aumentar os níveis de mercúrio orgânico.

10. Característica Incorreta sobre Toxicidade Subletal

Qual das características abaixo é incorreta? Justifique.

  • A) Não indica parâmetros de toxicidade subletal.
    Resposta: Indica, sim, parâmetros de toxicidade subletal.

11. Sinais de Intoxicação Aguda por Chumbo (Exceto)

Os sinais ou sintomas abaixo podem ser observados em uma intoxicação aguda por chumbo, exceto:

  • ( ) Cólica abdominal
  • (X) Lesão dos hepatócitos (causada pelo etanol)
  • ( ) Vômito leitoso
  • ( ) Anemia

12. Efeitos Hematológicos do Chumbo e Mecanismo de Ação

Em relação aos efeitos tóxicos do chumbo, qual seria o principal efeito hematológico mediado por esse metal? Qual o mecanismo de ação toxicológico responsável por tal efeito?

Resposta: O efeito hematológico é a anemia. O chumbo inibe três enzimas específicas para a formação do grupo heme: 5-aminolevulinato desidratase, coproporfirinogênio oxidase e ferroquelatase. Isso leva a um acúmulo do substrato anterior, impedindo a formação do grupo heme e, consequentemente, a formação da hemoglobina.

13. Monitorização Biológica de Intoxicação por Solventes Orgânicos

Em relação à monitorização biológica da intoxicação por solventes orgânicos, julgue em V (Verdadeiro) ou F (Falso):

  • A) (F) Deve-se realizar a monitorização do ácido trans-trans-mucônico e/ou ácido fenilmercaptúrico urinário em casos de intoxicação por xileno.
    Justificativa: Deve-se realizar a monitorização do ácido metil-hipúrico.
  • B) (F) Os níveis de ácido trans-trans-mucônico são reduzidos em indivíduos fumantes.
    Justificativa: São aumentados em indivíduos fumantes.
  • C) É recomendada a monitorização da exposição ao benzeno pela determinação dos níveis de ácido trans-trans-mucônico quando ocorre a ingestão simultânea de produtos ricos em sorbitol?
    Resposta: Não, porque o sorbitol também produz ácido trans-trans-mucônico, o que pode levar a resultados falsos positivos.

14. DL50 e Vias de Administração

Durante a avaliação toxicológica de um novo fármaco, foram realizados diversos experimentos para avaliar a toxicidade. O responsável pela avaliação realizou a análise em três vias de administração distintas: oral, intraperitoneal e intramuscular. Após alguns dias, os dados registrados foram perdidos e o responsável dispunha apenas dos valores de DL50 para a via oral e intraperitoneal. O farmacêutico afirmou que a DL50 para a via intramuscular não precisava ser calculada novamente, pois certamente seria muito semelhante àquela calculada para a via intraperitoneal?

Resposta: A DL50 teria que ser calculada novamente, pois um dos fatores que diferencia é a via, além de sexo, idade, idiossincrasia e outros.

15. Benzeno: Mecanismo de Neoplasia Crônica

O benzeno é a 6ª prioridade entre a lista de produtos considerados tóxicos pela Agência Ambiental Americana, indicando que ele representa inclusive um risco ambiental importante. Explique o mecanismo da doença crônica (neoplasia) resultante da exposição prolongada ao benzeno.

Resposta: A enzima CYP2E1, ao metabolizar o benzeno, gera o benzenoepóxido que, através da isomerização, se conjuga com moléculas de DNA, RNA e proteínas. O ácido trans-trans-mucônico e outros metabólitos tóxicos na biotransformação do benzeno levam a neoplasias, mielotoxicidade, anemia aplásica, leucopenia, trombocitopenia e aplasia medular.

16. Detecção de Arsênio em Intoxicação Industrial

Um perito farmacêutico foi convocado para auxiliar na análise da intoxicação de uma população que residia em um distrito industrial. De acordo com as informações obtidas, o perito deveria realizar ensaios analíticos para descobrir qual seria o metal causador do quadro de intoxicação.

  • A) Para detecção do arsênio, qual seria o ensaio de escolha e os reagentes necessários para a realização dos mesmos?
    Resposta: Ensaio de Gutzeit. A amostra será tratada com solução de ácido sulfúrico e zinco.

17. Marcadores Urinários de Intoxicação por Arsênio

Para ratificar a hipótese de que o arsênio seria o agente tóxico, foi solicitada a determinação de metabólitos na urina de moradores da região. Cite dois marcadores encontrados na urina de indivíduos intoxicados pelo arsênio.

Resposta: Ácido monometilarsínico (AMA) e ácido dimetilarsínico (ADA).

18. Mecanismos Genotóxicos do Mercúrio

Diversos estudos estão sendo realizados na tentativa de elucidar as atividades genotóxicas do mercúrio. Explique dois possíveis mecanismos associados ao efeito genotóxico deste metal.

  • Resposta: Atua no DNA e RNA, impedindo que haja a transcrição.
  • Resposta: O mercúrio interfere nas estruturas chamadas microtúbulos, que estão envolvidas diretamente no processo de divisão celular.

19. Avaliação da Exposição Humana ao Chumbo (Repetição)

O chumbo é um metal pesado encontrado em vários produtos utilizados rotineiramente no mundo moderno. Os principais usos estão relacionados às indústrias extrativas, petrolíferas, tintas e munições. Quanto à determinação do índice de exposição humana ao chumbo, avalia-se a quantidade de:

Resposta: Chumbo e zincoprotoporfirina.

20. Tratamento de Intoxicação por Alquil-Mercúrio (Exceto)

Um farmacêutico foi convocado para auxiliar na análise da intoxicação de uma população que residia em um distrito industrial. De acordo com as informações obtidas, o metal causador da intoxicação era o alquil-mercúrio. Dentre os fármacos, todos poderiam ser utilizados para o tratamento de intoxicação por metilmercúrio, exceto?

Resposta: Dimercaprol.

21. Arsênio e Desenvolvimento do Câncer: Mecanismos Tóxicos

Explique dois possíveis mecanismos tóxicos resultantes da exposição ao arsênio associados ao desenvolvimento do câncer.

  1. Resposta: O arsênio é capaz de interferir nos receptores associados aos fatores de crescimento (EGFR), ativando-os. Receptores ativados induzem a ativação das cascatas celulares por proteínas RAS, RAF. A MEK1/2 é uma proteína quinase capaz de fosforilar outra enzima (ERK1/2). A MEK1/2 faz a fosforilação da ERK1 e ERK2, induzindo o processo de tumorigênese e diferenciação celular.
  2. Resposta: O arsênio pode comprometer a sinalização dessa célula em relação aos linfócitos TCD8, comprometendo tanto a ação antigênica quanto a expressão de molécula co-estimulatória. O arsênio também reduz a ativação das nossas células do linfócito TCD8, que é capaz de ser ativado a partir de algumas citocinas. Por fim, compromete o reconhecimento da célula cancerígena, impedindo a destruição dessa célula cancerígena.

22. DL50 e Vias de Administração (Repetição)

Durante a avaliação toxicológica de um novo fármaco, foram realizados diversos experimentos para avaliar a toxicidade. O responsável pela avaliação realizou a análise em três vias de administração distintas: oral, intraperitoneal e intramuscular. Após alguns dias, os dados registrados foram perdidos e o responsável dispunha apenas dos valores de DL50 para a via oral e intraperitoneal. O farmacêutico afirmou que a DL50 para a via intramuscular não precisava ser calculada novamente, pois certamente seria muito semelhante àquela calculada para a via intraperitoneal? Certo ou errado? Justifique.

Resposta: Errado. Pois cada via de administração terá um nível de toxicidade diferente, então deverá ser calculada para cada uma.

23. Intoxicação por Tetracloreto de Carbono: Metabólitos e Tratamento

O tetracloreto de carbono é um solvente orgânico amplamente utilizado na limpeza de peças metálicas, composição da espuma extintora, dentre outras aplicabilidades. Esta ampla utilização tem resultado em aumento do número de intoxicações por solventes. Em relação a esta molécula, responda às questões abaixo:

  • A) Metabólito tóxico responsável pelos danos celulares?
    Resposta: Peroxitriclorometil e triclorometil.
  • B) Tratamento farmacológico para intoxicação por tetracloreto de carbono?
    Resposta: N-acetilcisteína (3 a 10 horas após exposição).

24. Mecanismo e Tratamento da Intoxicação por Tetracloreto de Carbono

O tetracloreto de carbono é um solvente orgânico amplamente utilizado na limpeza de peças metálicas, composição de espuma extintora, dentre outras aplicabilidades. Esta ampla utilização tem resultado em aumento do número de intoxicações por estes solventes. A partir do texto a seguir, responda às questões relativas à intoxicação por tetracloreto de carbono:

  • A) Explique como ocorre a formação do metabólito tóxico responsável pelos danos celulares?
    Resposta: É formado a partir do sistema microssomal, gerando radicais triclorometil e radical peroxitriclorometil, que são extremamente reativos, podendo causar danos celulares. O processo de peroxidação dos lipídeos pode levar à instabilidade da membrana, ruptura e, consequentemente, à morte celular do tipo necrose e também fibrose.
  • B) Tratamento farmacológico para intoxicação por tetracloreto de carbono?
    Resposta: N-acetilcisteína (de três a dez horas após a exposição).

25. Parâmetro Analítico para Variações de Concentração

Um perito busca um método para avaliação de um determinado agente tóxico. Para tal análise, é imprescindível que o método seja capaz de diferenciar pequenas variações de concentrações do metabólito de estudo. Qual o parâmetro analítico almejado pelo perito?

Resposta: Sensibilidade.

26. Tratamento Competitivo para Intoxicação por Metanol

O metanol é um potente agente tóxico capaz de provocar lesão no nervo óptico e, portanto, cegueira. Cite um esquema de tratamento de parâmetro competitivo para intoxicação por metanol. Mencione o mecanismo de ação do tratamento proposto e os metabólitos envolvidos no processo.

Resposta: Usar uma solução de glicose contendo 5% de etanol, pois na competição enzimática há 10 vezes mais metabolização do etanol (pela álcool desidrogenase) em comparação ao metanol. O etanol é usado como manobra para evitar a formação de ácido fórmico. A glicose restaura a questão energética e acontece a redução do metabólito tóxico. No metanol, a álcool desidrogenase o metaboliza ao aldeído correspondente (formaldeído) e, depois, através da enzima aldeído desidrogenase, é gerado o ácido fórmico.

27. Ordem Crescente de Toxicidade (DL50)

Coloque as DL50 das substâncias em ordem crescente de toxicidade:

  • A - 3,6 mg/kg
  • B - 0,5 mg/kg
  • C - 5,2 mg/kg
  • D - 2,1 mg/kg

Resposta: C (5,2 mg/kg), A (3,6 mg/kg), D (2,1 mg/kg), B (0,5 mg/kg).

28. Intoxicação por Metal: Diagnóstico e Tratamento

Durante uma avaliação médica, um paciente vítima de intoxicação por metal apresentou o seguinte quadro: infiltração gordurosa hepática, hiperpigmentação no tronco e extremidades e hiperqueratose palmoplantar. Com base no texto, responda:

  • A) Qual o agente causador da intoxicação?
    Resposta: Arsênio.
  • B) Proponha um tratamento farmacológico. Justifique com base no mecanismo tóxico.
    Resposta: Nitrito de amila e nitrito de sódio. A administração desses compostos levará à formação da hemoglobina conjugada ao ferro na sua forma +3 (metemoglobina). A metemoglobina atuará como uma molécula protetora.
  • C) Na tentativa de ratificar o diagnóstico, o médico solicitou a identificação de dois metabólitos na urina. Quais seriam os metabólitos analisados?
    Resposta: Metilarsinito e dimetilarsinito.

29. Arsênio e Câncer: Mecanismos Tóxicos (Repetição Parcial)

Explique dois possíveis mecanismos tóxicos resultantes da exposição ao arsênio associados ao desenvolvimento do câncer.

Resposta: O arsênio é capaz de interferir nos receptores associados aos fatores de crescimento (EGFR), ativando-os. Receptores ativados induzem a ativação de cascatas celulares por proteínas RAS, RAF. A MEK1/2 é uma proteína quinase capaz de fosforilar outra enzima (ERK1/2). A MEK1/2 faz a fosforilação da ERK1 e ERK2, induzindo o processo de tumorigênese e diferenciação celular.

30. Absorção de Mercúrio Orgânico em Células Capilares

A intoxicação por metais pesados, em especial o mercúrio orgânico, pode envolver mecanismos de captação celular. Com base na semelhança estrutural e química do complexo metilmercúrio, explique como ocorre o fenômeno de absorção desses mercuriais nas células do endotélio capilar?

Resposta:

31. Secreção Tubular e Biodisponibilidade (V/F)

Considerando que um transportador participa da secreção tubular de dois medicamentos, como por exemplo as drogas A e B. A administração concomitante de A e B a um paciente resulta na diminuição da biodisponibilidade de um dos medicamentos. (C)

32. Eliminação por Filtração Glomerular (V/F)

Para ser eliminado por filtração glomerular, um fármaco tem que estar ligado a alguma proteína plasmática. (F)

Justificativa: Pois o fármaco tem que estar na forma livre para ter sua ação.

33. Reabsorção de Ácidos e Bases Fracos (V/F)

Os ácidos e bases fracos são mais facilmente reabsorvidos quando estão sob a forma ionizada. (F)

Justificativa: (A reabsorção é facilitada na forma não ionizada, pois esta é mais lipossolúvel e atravessa melhor as membranas biológicas).

34. Infusão de Bicarbonato de Sódio e Excreção de Fármacos (V/F)

A infusão intravenosa de bicarbonato de sódio torna a urina alcalina e pode acelerar a excreção de alguns fármacos, como por exemplo os ácidos fracos. (C)

35. pH, pKa e Absorção Gastrointestinal (V/F)

O pH e o pKa são fatores importantes na absorção gastrointestinal. Logo, uma substância ácida com o pKa menor que 3 é melhor absorvida no intestino. (F)

Justificativa: (Substâncias ácidas com pKa menor que 3 são fortemente ionizadas no intestino (pH alcalino), o que dificulta sua absorção. São melhor absorvidas em ambientes ácidos, como o estômago, onde permanecem não ionizadas).

36. Moléculas Polares e Membranas Biológicas (V/F)

As moléculas polares atravessam facilmente as membranas, deslocando-se rapidamente de um compartimento ao outro. (F)

Justificativa: (Moléculas polares têm dificuldade em atravessar membranas lipídicas, que são apolares. Elas precisam de transportadores ou canais específicos).

37. Proteínas Séricas e Moléculas Tóxicas (V/F)

As proteínas séricas têm um poder de complexar muitas moléculas. A porção intoxicante complexada com as proteínas é temporariamente inativada e é incapaz de atravessar a membrana. (F)

Justificativa: (Embora a porção complexada seja temporariamente inativada e não atravesse membranas facilmente, a ligação é reversível, liberando a porção ativa ao longo do tempo. Além disso, a capacidade de complexação pode variar).

38. Volume de Distribuição e Toxicocinética (V/F)

O volume de distribuição é um parâmetro toxicocinético que indica a extensão da distribuição de uma substância. Logo, um grande volume de distribuição indica que uma grande fração permanece no plasma. (F)

Justificativa: Um grande volume de distribuição indica que a substância está amplamente distribuída nos tecidos, e não que uma grande fração permanece no plasma. Pelo contrário, uma pequena fração permanece no plasma.

39. Etapas da Intoxicação por Paracetamol

Explique as etapas envolvidas no processo de intoxicação do paracetamol.

Resposta:

40. Metabólitos Urinários do Tolueno e Reações

O tolueno é um solvente orgânico que pode ser amplamente metabolizado pela via hepática. Apresente três possíveis metabólitos que podem ser encontrados na urina de indivíduos intoxicados pelo tolueno, apresentando as reações necessárias à formação dos metabólitos.

Resposta: O tolueno é um dos intermediários do ácido benzoico. A metabolização, resultando no ácido benzoico, pode ser conjugada tanto com a glicina (aminoácido) quanto com o ácido glicurônico. Essa via de oxidação acontece na metila. Esse tipo de metabolização pode ocorrer na hidroxilação no anel, formando uma estrutura epóxi que resulta na formação do cresol.

41. Mecanismo Toxicológico de Derivados de Arsênio Pentavalente

Explique o mecanismo toxicológico dos derivados do arsênio pentavalente.

Resposta:

42. Mecanismo Toxicológico de Arsenicais Trivalentes

Em relação aos arsenicais trivalentes, sabe-se que esses são capazes de inibir um repertório enzimático. Explique o mecanismo toxicológico desses compostos, ressaltando as enzimas envolvidas neste processo.

Resposta: Ocorre reações com grupos sulfidrilas, inibição do complexo piruvato desidrogenase via ácido lipoico, não ocorrendo a produção de Acetil-CoA e a entrada no ciclo de Krebs.

43. Ensaio para Detecção de Arsênio

Para a detecção do arsênio, descreva um ensaio e os reagentes necessários para a realização do mesmo.

Resposta: Ensaio de Gutzeit: Zinco, ácido sulfúrico e nitrato de prata.

44. Mecanismos Genotóxicos do Mercúrio (Repetição)

Diversos estudos estão sendo realizados na tentativa de elucidar as atividades genotóxicas do mercúrio. Explique dois ou três possíveis mecanismos elucidados pelos cientistas associados a esse efeito genotóxico.

  • Resposta: Atua no DNA e RNA, impedindo a transcrição.
  • Resposta: O mercúrio interfere nas estruturas chamadas microtúbulos, que estão envolvidos no processo de divisão celular.

45. Mecanismo de Lesão Renal por Cádmio

Explique o mecanismo de lesão renal resultante da intoxicação por cádmio.

Resposta: O cádmio pode ser eliminado conjugado com a metalotioneína. O complexo cádmio-metalotioneína pode ser alvo da ação do lisossomo. A degradação deste gera a degradação do complexo, ou seja, o complexo será englobado e associado ao lisossomo que será quebrado, gerando cádmio livre. O cádmio acumulado na forma livre será um dos responsáveis pela lesão renal.

46. Indicador Clínico de Intoxicação por Monóxido de Carbono

Um indivíduo intoxicado por monóxido de carbono durante um incêndio. Em caso de falta de equipamento para análise adequada, o médico toxicologista realizou uma avaliação clínica para concluir o laudo. Qual seria o indicador clínico de uma intoxicação por monóxido de carbono, quando não é possível avaliar a presença do mesmo?

Resposta: Edema carminado de Lacassagne (no sangue).

47. Rodanase e Eliminação do Cianeto

Durante o processo de intoxicação por cianeto, é observada a participação da enzima rodanase, importante para o processo de eliminação do cianeto. Explique o mecanismo de atividade desta enzima, ressaltando as etapas e intermediários envolvidos no processo de eliminação do cianeto.

Resposta: A rodanase é responsável por formar o tiocianato para ser eliminado. A molécula de enxofre ligada ao cianeto forma o tiocianato, que é um composto com nível de toxicidade bem menor e é eliminado na urina. A enzima citocromo oxidase fica livre, restaurando a fosforilação oxidativa e, portanto, a formação de ATP.

48. Tratamento Farmacológico para Restaurar Rodanase

Proponha e explique um tratamento farmacológico que poderia ser utilizado para restaurar a atividade da rodanase.

Resposta: 4-dimetilaminofenol + nitrito de sódio ou amila + tiossulfato. Oxigenioterapia. O tiossulfato é um doador de enxofre para promover a conversão do cianeto para tiocianato (não tóxico).

49. Mecanismo de Intoxicação por Cianeto (Manihot Esculenta)

Um rapaz foi hospitalizado depois de ingerir Manihot esculenta, uma planta rica em glicosídeos cianogênicos. Descreva o principal mecanismo de intoxicação do cianeto.

Resposta: O cianeto interage com a enzima citocromo oxidase, através do ferro (Fe). Isso causa um comprometimento nas vias de fosforilação oxidativa, formando o complexo citocromo oxidase-cianeto, que interrompe toda a via de fosforilação oxidativa e a produção de ATP, resultando no quadro de hipóxia citotóxica.

50. Tratamento Competitivo para Intoxicação por Glicosídeos Cianogênicos

Proponha e explique um tratamento farmacológico competitivo que poderia ser utilizado para tratar pacientes intoxicados pelos glicosídeos cianogênicos.

Resposta: Nitrito de amila ou nitrito de sódio, para recuperar a metemoglobina que atuará como uma molécula protetora.

51. Indicador Clínico de Intoxicação por Monóxido de Carbono (Repetição)

Um indivíduo foi intoxicado por monóxido de carbono durante um incêndio. Em função da falta de equipamentos para análise adequada, o médico toxicologista realizou uma avaliação clínica para concluir o laudo. Qual seria o indicador clínico de uma intoxicação por monóxido de carbono quando não é possível avaliar a presença do mesmo?

Resposta: Edema carminado de Lacassagne.

52. Intoxicação por Glicosídeos Cianogênicos: Mecanismo e Tratamento

Um rapaz de 20 anos de idade foi hospitalizado em uma unidade de emergência médica. De acordo com as informações obtidas, o rapaz teria realizado a ingestão de Manihot esculenta, uma planta rica em glicosídeos cianogênicos. Para conduzir a um diagnóstico adequado, o médico solicitou auxílio ao farmacêutico responsável pelo centro de intoxicação local. Responda aos questionamentos abaixo realizados pelo médico ao farmacêutico responsável:

  • A) Descreva o principal mecanismo de intoxicação do cianeto?
    Resposta:
  • B) Proponha e explique um mecanismo farmacológico competitivo que poderia ser utilizado para tratar o paciente intoxicado por glicosídeos cianogênicos?
    Resposta: Nitrito de amila (IN) e nitrito de sódio (IV). A administração desses compostos levará à formação da hemoglobina conjugada ao Fe na sua forma +3.

    Hemoglobina (HbFe+2) + NO-2 → Metemoglobina (HbFe+3)

    A metemoglobina atuará como uma molécula protetora.

53. Enzima Rodanase no Processo de Intoxicação por Cianeto

Durante o processo de intoxicação por cianeto, é observada a participação da enzima rodanase, importante processo para eliminação do cianeto. Em relação a esta enzima, responda aos itens a seguir:

  • A) Explique o mecanismo de atividade desta enzima, ressaltando as etapas e intermediários envolvidos no processo de eliminação do cianeto?
    Resposta:
  • B) Proponha e explique um tratamento farmacológico que poderia ser utilizado para restaurar a atividade da rodanase?
    Resposta:

54. Mecanismo de Lesão Renal por Cádmio (Repetição)

Explique o mecanismo de lesão renal resultante da intoxicação por cádmio?

Resposta:

55. Toxicodinâmica do Cianeto

Como ocorre a toxicodinâmica do cianeto?

Resposta: O cianeto reage com o Ferro +3 da enzima citocromo oxidase, que é responsável pela fosforilação das vias de fosforilação oxidativa. Forma-se o complexo citocromo-oxidase-cianeto, que causa a interrupção da fosforilação oxidativa e da produção de ATP, resultando em hipóxia citotóxica. Observação: A interação entre cianeto e a citocromo oxidase não é irreversível.

56. Sintomas de Intoxicação Aguda por Cianeto

Quais são os sintomas de intoxicação aguda do cianeto?

Resposta: Inicialmente, ardores na boca e estômago, seguidos de vertigens e zumbidos, bradicardia com períodos prolongados de apneias, hipotensão, coma e morte. Sintomas vinculados ao comprometimento da via fosforilativa e produção de ATP.

57. Sintomas de Intoxicação Crônica por Cianeto

Quais são os sintomas de intoxicação crônica pelo cianeto?

Resposta: Cianidrismo profissional, ou seja, ao final da jornada de trabalho, o indivíduo apresenta: cefaleia, cãibra (falta de ATP e O2), vômitos, dores gástricas, palpitações, lesões cutâneas (dependendo do derivado do cianeto), perda auditiva, náuseas, vertigem, irritação ocular e respiratória e sonolência (fraqueza devido à depleção dos níveis de ATP).

58. Tratamento para Intoxicação por Cianeto

Qual o tratamento para a intoxicação do cianeto?

Resposta: Nitrito de amila (IN) e nitrito de sódio (IV).

59. Definição e Função da Rodanase

O que é rodanase?

Resposta: É uma enzima presente em quantidades relativamente grandes (reação limitada pela disponibilidade de tiossulfato). O tiossulfato é um substrato para que a rodanase retire o enxofre da molécula e o conjugue ao cianeto para formar o tiocianato.

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