Racionalismo Cartesiano: A Filosofia de Descartes
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O Contexto Filosófico de Descartes
O racionalismo cartesiano é uma tentativa de resolver a crise do pensamento criada pela nova ciência e pelo colapso do escolasticismo. O racionalismo é a teoria que defende que a única fonte de conhecimento é a razão, rejeitando outras fontes de conhecimento como a revelação, a fé, os sentidos ou a imaginação. Descartes é o fundador do racionalismo.
Características do Racionalismo
- Plena confiança na razão humana: A razão é o único poder que pode conduzir o homem ao conhecimento da verdade. Se opõe aos sentidos, à imaginação e à paixão. O poder da razão reside na capacidade de extrair as verdades primeiras e fundamentais (ideias inatas), a partir das quais, e por inferência, é possível obter todas as outras verdades e construir um sistema de explicação do mundo. A razão é sistemática e coincide com a realidade. A confiança na razão é tão grande que não há suporte crítico, como o que Kant buscará no século XVIII.
- Busca por um novo método de conhecimento: Tendo reconhecido o valor da razão, devemos encontrar um método de raciocínio. Trata-se de encontrar um método de descoberta. Ela é modelada na abordagem matemática. Os racionalistas querem que seu método seja como o método matemático, de modo que o sistema filosófico construído possua a mesma evidência e precisão de um sistema matemático. Tomam como modelo uma obra de Euclides, "Os Princípios da Geometria". Tentam definir definições e axiomas dos quais se pode deduzir, com evidência e precisão, um sistema filosófico completo. Cada racionalista elabora e fecha seu próprio método. Descartes escreveu "Discurso do Método". O método de pesquisa é tão importante que o século XVII é conhecido como o século da luta pelo método.
- Adoção do mecanicismo: O racionalismo não apenas adota o método da ciência, mas também adota o ponto de vista da natureza: o mundo é uma máquina e é movido por leis mecânicas. Basta usar partículas que tornam a matéria extensa e eficiente. O homem faz parte da máquina e, segundo Descartes, está sujeito às leis mecânicas, exceto a alma. Ao deixar a alma de fora, faz dela um mundo separado, deixando o universo dividido em dois mundos: o da máquina e o do pensamento. O pensamento está contido em si mesmo. O subjetivismo triunfa: o homem é um ser fechado em si mesmo, que não conhece pessoalmente mais do que seu próprio pensamento. Nosso mundo não é aparente, deve ser deduzido. O problema do conhecimento torna-se o problema fundamental da filosofia, por esse motivo.
Outros racionalistas além de Descartes são Pascal, Malebranche, Spinoza e Leibniz.