Racionalismo e Empirismo: Teorias do Conhecimento
Classificado em Filosofia e Ética
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As correntes filosóficas do Racionalismo e do Empirismo representam duas abordagens fundamentais sobre a origem e a natureza do conhecimento. Ambas exploram o papel da razão e da experiência sensorial na nossa compreensão da realidade.
Racionalismo
O Racionalismo é a corrente filosófica que defende que a razão é a principal fonte e critério de validação do conhecimento. Os racionalistas acreditam que certas verdades podem ser conhecidas a priori, ou seja, independentemente da experiência sensorial.
Racionalismo Radical
O Racionalismo Radical defende que apenas o conhecimento derivado da razão é válido. Os seus proponentes rejeitam totalmente o conhecimento sensível, pois acreditam que os sentidos nos enganam, mostrando-nos apenas aparências e nunca a verdadeira realidade. Os racionalistas radicais tendem a ocupar posições inatistas, defendendo a existência de ideias inatas na mente humana.
Racionalismo Moderado
Apesar de acreditarem que a razão é a base do conhecimento e que existem componentes do conhecimento que são provados a priori (antes da experiência), os Racionalistas Moderados consideram que os dados dos sentidos também são úteis. Para eles, os dados sensoriais fornecem o material sobre o qual a razão opera. Estes dados são a base para aplicar o conhecimento a priori, facilitando o trabalho de abstração e dedução da razão. Os dados dos sentidos podem dar a ocasião para a razão descobrir as suas verdades, pois apoiam o raciocínio, mas quem realmente produz o conhecimento é a razão. A razão é a única que transforma os dados em conhecimento conceptual, isolado e universal.
Empirismo
O Empirismo é a orientação filosófica que afirma que todo o conhecimento deriva da experiência, particularmente da experiência sensível, através da captação dos dados percebidos pelos sentidos. Os empiristas defendem que o conhecimento se adquire pela captação experimental da realidade externa (objetos) e da realidade interna (os processos e operações da mente).
Definição e Características do Empirismo
A experiência, para os empiristas, abrange tanto a experiência externa (sensação, perceção do mundo exterior) quanto a experiência interna (reflexão, perceção dos processos mentais). Eles acreditam que o conhecimento provém dos sentimentos e perceções que nos mostram as qualidades das coisas. Todo o conhecimento tem a sua origem e é justificado pelo apelo à experiência, aos dados dos sentidos, pois são estes que nos conectam com a realidade e nos permitem capturar as suas características.
Apesar de darem grande importância aos sentidos, os empiristas reconhecem que a razão é uma faculdade muito importante. Contudo, para eles, a razão, embora possa operar sem os sentidos, move-se num mundo abstrato, um mundo que, embora lógico e seguro, é irreal e desconectado da realidade. Por isso, a razão, por si só, não pode, para os empiristas, gerar conhecimento válido.
Os empiristas negam a existência de conhecimento a priori e, mais ainda, o inatismo. Argumentam que todo o conhecimento deriva da experiência e é, portanto, um conhecimento a posteriori. Para eles, quando nascemos, a mente é uma espécie de tábula rasa (folha em branco), onde os dados dos sentidos vão escrevendo. A mente é vista como um reservatório de impressões sensoriais.
Empirismo Radical
O Empirismo Radical defende que todo o conhecimento deriva da experiência, incluindo o conhecimento abstrato. Para esta corrente, até mesmo as ideias mais complexas devem ser reduzidas a sentimentos e perceções sensoriais. Os empiristas radicais acreditam que toda a ideia deve ter uma base empírica prévia.
Empirismo Moderado ou Sensível
Os Empiristas Moderados ou Sensíveis pensam que todo o pensamento tem origem na experiência, mas consideram que as perceções devem ser organizadas por esquemas conceituais da nossa mente. O conhecimento baseia-se na perceção, que é um conjunto de sentimentos estruturados pelas nossas mentes. Os empiristas moderados atribuem à razão um papel auxiliar na organização desses conceitos, mas sempre a partir da experiência prévia.