Reabilitação Cardíaca e Ventilação Não Invasiva (VNI)
Classificado em Medicina e Ciências da Saúde
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Reabilitação Cardíaca: Fases
A reabilitação cardiovascular está classificada em quatro fases:
- Fase I: Fase aguda, fase hospitalar.
- Fase II ou ambulatorial: Até 12 semanas de exercício supervisionado após a alta hospitalar.
- Fase III ou de manutenção: Com duração variável de monitorização intermitente e supervisionada.
- Fase IV: Não supervisionada – pacientes de baixo risco para atividade física.
Fase I – Fase Hospitalar
Para iniciar o programa de reabilitação hospitalar, o paciente deve estar clinicamente estável:
- Não apresentar dor torácica nas últimas 8 horas.
- Não apresentar anormalidade no ritmo cardíaco ou ECG nas últimas 8 horas.
- Não apresentar sinal de descompensação cardíaca.
Indicações: Pós-infarto do miocárdio clinicamente estável, angina estável, pacientes submetidos a cirurgia cardíaca, insuficiência cardíaca congestiva compensada, fatores de risco para doença arterial coronariana (diabetes, hipertensão, etc.), transplante de coração, angioplastia coronariana, cardiomiopatia.
Contraindicações: Embolia recente/tromboflebite; angina instável; estenose aórtica grave; queda da pressão arterial com sintomas; diabetes descontrolada; pressão sistólica > 200mmHg ou pressão diastólica em repouso > 110mmHg; afecções ortopédicas graves; insuficiência cardíaca congestiva descompensada; doença sistêmica aguda com febre; arritmias descontroladas.
Um programa de reabilitação corretamente realizado e supervisionado por Fisioterapeutas durante a hospitalização e depois da alta proporciona muitos benefícios para os pacientes cardíacos devidamente selecionados.
Benefícios:
- Melhoram os efeitos psicológicos e fisiológicos deletérios do repouso no leito durante a hospitalização.
- Proporcionam uma vigilância clínica adicional dos pacientes por uma equipe multiprofissional (fisioterapeutas, médicos, psicólogos, nutricionistas, terapeutas ocupacionais...).
- Oferecem maior segurança para o paciente retornar ao lar ou trabalho.
Fase I: Principais Objetivos
- Fornecer informações sobre a doença cardíaca e fatores de risco.
- Orientações sobre cuidados apropriados a serem tomados na presença de sinais e sintomas.
- Estratégias de modificação de fatores de risco, incluindo cessação do tabagismo e aconselhamento nutricional.
- Informações sobre exames que os pacientes poderão realizar.
- Orientações de alta: atividade sexual, retorno ao trabalho, exercícios a serem realizados em casa.
- Orientações dos benefícios do programa de reabilitação fase II e III.
Fase II
Inicia-se duas a três semanas após o evento agudo. O paciente é submetido a um teste ergométrico.
Objetivos: Melhorar a capacidade funcional, diminuir os fatores de riscos cardiovasculares, restituir a autoconfiança e preparar o paciente para sua atividade profissional. Nesta fase deve-se fazer a classificação dos indivíduos para prescrição do exercício (baixo, moderado e elevado risco). Nesta fase trabalha-se principalmente atividade aeróbica, mas também exercícios de resistência com peso, exercícios localizados e de circuitos.
Fase III
Após o terceiro mês - Os pacientes da fase I e II, podem iniciar a fase III, que são pacientes crônicos com estabilidade clínica. Trabalhar atividade aeróbica: alto nível de atividade. Tem duração de 6 a 12 meses.
Fase IV
Respeitar as contra indicações (angina, diabetes descompensado...). Paciente de baixo risco para atividade física. Equipe de profissionais: educador físico.
VNI – Definição
Forma de suporte ventilatório que não necessita de próteses endotraqueais. Suporte ventilatório, sem utilização de intubação traqueal, utiliza-se máscaras. A VNI ocasiona aumento da pressão intratorácica e consequente incremento da capacidade residual funcional, melhorando a oxigenação, a mecânica pulmonar e diminuição do trabalho respiratório, recuperando a ventilação alveolar.
Efeitos Fisiológicos da VNI
- ↑ Pressão intratorácica
- Estabilização das vias aéreas e espaços alveolares
- Melhora nas trocas gasosas
- Melhora da complacência e ↓ resistência das vias aéreas
- ↓ trabalho dos mm respiratórios
Efeitos Colaterais
Distensão abdominal; Náuseas e vômitos; Ressecamento, congestão nasal; Irritação dos olhos;
Indicações
Insuficiência respiratória aguda e crônica, Edema Agudo de Pulmão (EAP), DPOC, Doença neuromuscular, Doenças deformantes do tórax, PO de cirurgia toracoabdominais, Insuficiência respiratória pós-extubação e no auxílio do desmame, Hipoventilação pulmonar, atelectasia.
Contraindicações Absolutas
Parada respiratória; Instabilidade cardiovascular (choque, arritmias graves, isquemia miocárdica); Encefalopatia severa (Glasgow < 10); Hemorragia digestiva alta (HDA); Paciente não colaborativo; Incapacidade para tossir; Anomalias anatômicas nasofaríngeas; Trauma ou queimadura craniofacial; Risco de broncoaspiração; Vômitos e distensão abdominal importante;
Contraindicações Relativas
Hipersecreção; Cirurgia abdominal alta; Ansiedade extrema; Obesidade mórbida.
Complicações
Lesões de pele; Rejeição, mal estar ou claustrofobia; Postergar uma intubação necessária. (OBS: Se o paciente não melhorar na 1ª hora de VNI deve ser intubado, Na dúvida, entube!)