Realismo: Teatro e a Construção de Personagens
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Tema 7: O Realismo
O que é o Realismo?
O realismo é um movimento artístico que tenta representar a realidade objetiva, evitando qualquer tratamento idealizado ou excessivamente subjetivo. Enquanto o idealismo representa a realidade de uma forma embelezada, o realismo surgiu por volta de 1830 na Europa e se estendeu até o século XX, com autores como Ibsen e Tchekhov. A estética realista ainda está presente em nossos dias.
Características do Teatro Realista
- Narrativa linear: A história segue uma estrutura linear com começo, meio e fim.
- Suspense: O suspense é uma característica fundamental.
- Temas sociais: Interesse em problemas sociais, especialmente os dos pobres, e em assuntos atuais. Busca explicar o comportamento humano.
- Personagens cotidianos: Os personagens não são heróis, mas sim pessoas comuns, retiradas da vida cotidiana. O comportamento feminino ganha importância.
- Espaço detalhado: O espaço cênico é recriado com riqueza de detalhes, reproduzindo fielmente a realidade.
- Interpretação natural: A interpretação busca a naturalidade, rejeitando a dicção artificial e declamatória.
André Antoine, fundador do Théâtre Libre em Paris, é considerado o primeiro encenador moderno. Entre os autores realistas nórdicos mais importantes estão Ibsen e o sueco Strindberg. Na Inglaterra, destacam-se Shaw e Oscar Wilde.
O "Método" de Stanislavski
A principal tarefa do ator, segundo Stanislavski, é a construção dos personagens, com a ajuda do diretor. Ele ensinava seus atores a observar, ouvir, aprender e transmitir o que observavam para o público.
O sistema de Stanislavski se baseia em três pontos:
- O corpo como instrumento: O corpo é o meio pelo qual se expressa a vida interior do personagem, através de ações físicas específicas que o caracterizam.
- Memória afetiva: Do ponto de vista interpretativo, o ator deve usar técnicas de memória afetiva.
- Subtexto: A terceira contribuição principal é o subtexto, ou seja, o significado implícito por trás das palavras e ações.
Elementos da Estrutura Dramática
Na estrutura dramática, encontramos os seguintes elementos:
- Personagem: São todos os seres humanos, sobrenaturais, simbólicos, animais e até mesmo objetos que executam uma ação dramática. O personagem é definido pelo que faz, como faz e pelos atributos que o caracterizam.
- Conflito: É toda situação de choque, discordância, oposição ou luta entre pessoas ou coisas. O conflito é definido pelo confronto entre duas forças antagônicas, visões de mundo e atitudes em relação à mesma situação.
- Espaço: É onde a ação é executada. No teatro, há um conceito duplo:
- Espaço cênico: O palco onde os personagens evoluem e que, por convenção, representa o local da ação. É visível e concreto na encenação.
- Espaço dramático: O espaço de ficção onde o autor define a ação da peça. O espectador ou leitor o reconstrói em sua imaginação.
- Tempo: Diferencia-se o tempo dramático do tempo da ficção:
- Tempo dramático: É a duração da representação.
- Tempo da ficção: É o intervalo de tempo que, na realidade, levariam as ações representadas.
- Enredo: É o que nos é contado, a trama. Deve-se diferenciar:
- História: Apresenta a evolução crucial da obra.
- Fábula: A ordem cronológica dos acontecimentos passados de forma linear.
- Tema: É a ideia central tratada pelo autor através do desenvolvimento da história. Uma obra dramática não contém um único tema, mas vários. Cada leitor ou espectador pode encontrar diversos temas.