Receptores Sensoriais: Mecanismo, Tipos e Adaptação
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Mecanismo de Ação dos Receptores
Captar a diferença (Delta) de determinados valores ou parâmetros. Para que isto aconteça, é necessário que haja a interferência de um estímulo que o sensibilize.
Tipos de Receptores
Exteroceptores
Captam excitações sonoras, luminosas, calor, frio e químicas.
Interoceptores
Monitoram temperatura corporal, osmolalidade extracelular, concentração de glicose, pressão arterial, pressão de O2 e CO2, pH, etc.
Proprioceptores
Captam variações das funções somáticas, sendo básicos no controle da motricidade, postura e coordenação motora. Ex: fusos musculares, receptores articulares, receptores de distensão do periodonto.
Adaptação e Acomodação do Receptor
É o fenômeno caracterizado pela diminuição da frequência dos impulsos elétricos propagados (que pode chegar à diminuição total) enquanto o estímulo que determina a estimulação deste receptor ainda está presente.
Receptores de Adaptação Lenta (Tônicos)
Demoram um tempo maior para diminuir a frequência de descarga de impulsos. Ex: Receptores mecânicos da mucosa oral que, quando estimulados mantidamente (no caso de uma prótese dentária), adaptam-se após um tempo longo (horas ou dias).
Receptores de Adaptação Rápida (Fásicos)
Após um curto período de estimulação, deixam de gerar impulsos. Só são estimulados quando há mudança de potência do estímulo. Ex: O corpúsculo de Pacini (mecanorreceptor da pele). São também chamados receptores de frequência, movimento ou fásicos.
Receptores Sem Adaptação
Enquanto o estímulo estiver presente, haverá descarga de impulsos com frequência constante. Ex: Receptores retinianos ou receptores da dor (nociceptores), principalmente os quimiorreceptores.
Tipos Morfológicos de Receptores Periodontais
- Terminações Axonais Livres Não Mielinizadas (Nociceptores):
- Mecânicos: Sensação de tato e pressão.
- Químicos: Estimulados na inflamação periodontal.
- Mecanorreceptores Encapsulados Simples: Terminações em fuso, lamelares ou formando botões. Receptores de estiramento. Possuem baixo limiar de excitação e acomodam-se com bastante rapidez, intervindo no reflexo de abertura (proprioceptor).
- Mecanorreceptores Encapsulados Complexos: Unidades de descarga espontânea. Adaptação muito lenta, contribuindo para o tônus muscular elevador da mandíbula e posicionamento tônico da mandíbula (proprioceptor).
- Anéis Terminais: Receptores de tensão localizados na extremidade do axônio. Possuem limiar alto, determinando inibição da musculatura elevadora (proprioceptor). Adaptação rápida.
Receptores na Mucosa Oral
Nociceptores
Regiões da mucosa mais sensíveis à dor: Ponta da língua, lábios, mucosa gengival, mucosa do palato duro. Menos sensíveis: mucosas das bochechas.
Mecanorreceptores (Proprioceptores)
Localizados nas camadas submucosas, com função tátil e de pressão. Possuem adaptação bastante rápida e limiar de excitação elevado.
Importância dos Mecanorreceptores da Mucosa
Além de proporcionar a sensação de toque, produzem ou despertam reações motoras bucais importantes como o reflexo da mastigação, sucção, deglutição e também na fonação.
Quimiorreceptores
Receptores do paladar, localizados nas papilas da língua.
Termorreceptores
Receptores de frio e de calor.
Propriocepção Oral
Sensibilidade inerente do sistema estomatognático, caracterizada por possuir uma grande riqueza de proprioceptores. Estes são terminais localizados na região orofacial que captam energia física e a transformam em energia elétrica, detectada pelo SNC, e que se traduz por modificação do tônus mandibular ou por movimentação decorrente de contração fásica dos músculos estomatognáticos.
Principais Proprioceptores Orais
- Fusos musculares dos músculos esqueléticos
- Receptores articulares
- Receptores tendíneos
- Mecanorreceptores do periodonto e mucosa oral
Tipos de Receptores da ATM
- Receptores Tipo I: Finamente encapsulados. Baixo limiar, adaptação lenta. Contribuem para o controle do tônus dos músculos mastigatórios e para o posicionamento, direção e velocidade do movimento mandibular.
- Receptores Tipo II: Agem apenas durante a iniciação do movimento por apresentarem rápida acomodação e baixo limiar. Determinam ajustes fásicos da musculatura levantadora, ou seja, movimentos da mandíbula.
- Receptores Tipo III: Restritos ao ligamento lateral de cada articulação, bem como aos ligamentos acessórios (ex: estilo-mandibular). Alto limiar de excitabilidade e adaptação rápida. São análogos aos órgãos tendinosos de Golgi; agem somente quando a cápsula é excessivamente deslocada ou distendida. Têm função de proteção, inibindo reflexamente a musculatura levantadora, especialmente ao abrir exageradamente a boca.
- Receptores Tipo IV: Terminações axonais livres, proporcionando mecanismo nociceptor. Excitados por estímulos muito elevados. Possuem limiar muito alto e adaptação lenta. Seus efeitos reflexos são prolongados no tempo, produzindo resposta tônica dos músculos levantadores, determinando trismo e dor intensa.
Características dos Nociceptores
Detectam lesões teciduais, sejam elas físicas ou químicas. São terminações nervosas livres presentes na mucosa, ligamento periodontal e articulações.
Fuso Muscular e Órgão Tendíneo de Golgi
A principal diferença entre o fuso muscular e o órgão tendinoso de Golgi é que o fuso detecta o comprimento relativo do músculo, enquanto o órgão tendinoso detecta a tensão muscular.
Fuso Muscular
Receptores intramusculares que respondem ao estiramento do músculo. Quando excitados por distensão ou alongamento, provocam uma resposta motora de contração da musculatura elevadora.
Órgão Tendíneo de Golgi
Quando o tendão é estirado ou submetido a uma maior tensão, provocam uma resposta motora de relaxamento muscular, atuando como um mecanismo protetor.