Recomendações Nutricionais para Nutrizes: O que Comer e Evitar
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RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS PARA NUTRIZES
O que comer e o que evitar? Ingerir alimentos e líquidos suficientes para se sentirem bem e serem capazes de cuidar de sua família. Não é preciso comer alimentos especiais ou evitar alguns alimentos durante a lactação. Dieta variada e em quantidade suficiente de proteínas, vitaminas e minerais. A mãe deve beber o suficiente para saciar a sede ou se notar que sua urina está concentrada ou sendo produzida em pouca quantidade. A mãe produz leite usando em parte essas reservas e em parte os alimentos que ingere.
Quantidade e qualidade do leite = Desnutrição Grave:
Pode ter sua produção de leite diminuída em quantidade e apresentar menos gordura e vitaminas mas seu leite continuará sendo de boa qualidade. Má Alimentação (em termos qualitativos) e o ato de pular uma refeição não reduzem a produção de leite. Baixo Suprimento de Leite: mãe sobrecarregada, cansada, sem tempo para comer, não ter comida suficiente ou sem acesso a apoio social.
Quantidade e qualidade do leite = Países desenvolvidos:
Volume de leite não esteve relacionado com peso, altura, gordura corporal ou mesmo consumo energético materno. Países em desenvolvimento: contraditórias as evidências se mulheres mais magras produzem menos leite do que as que têm maior peso para altura. Não se comprovou se a suplementação em nutrizes desnutridas tem impacto na produção de leite. O consumo de macronutrientes não interfere em sua concentração no leite humano. Mas a deficiência de alguns micronutrientes pode afetar seu teor no leite materno com subsequente depleção nutricional do lactente. O conteúdo de gordura da dieta materna não afeta o teor de gordura total do leite materno. Mas o teor de ácidos graxos do leite, como o DHA ou ácido araquidônico, pode variar de acordo com a dieta materna.
Avaliação nutricional = Indicadores Antropométricos
Indicadores Dietético: Recordatório de 24 horas e Questionário de Frequência de Consumo Alimentar. Avaliação Clínica: Exame físico e Funcionamento intestinal, enfermidades e intercorrências associadas. Avaliação Funcional: triagem do movimento com objetivo de identificar se há possíveis disfunções musculares, as quais são provenientes de alterações da mobilidade, estabilidade e/ou coordenação podendo gerar assimetrias e futuras lesões. Avaliação Sociodemográfica e dos aspectos emocionais.
Avaliação antropométrica= Antropometria
Mais utilizado, por ser barato e não invasivo. Indicadores antropométricos: sofrem modificações durante o período de lactação. Retorno ao peso pré-gestacional após o parto é afetado por vários fatores: edema durante a gestação, peso pré-gestacional, peso pós-parto, paridade, idade materna, ganho de peso durante a gestação. Prega cutânea + perda de peso + circ abdominal => estado nutricional.
Recomendação energética
Reserva adiposa materna + padrão de Amamentação Adotado + número de Lactentes a Amamentar + período De Lactação + necessidades Individuais de Cada Lactente = Energia. Produção média por dia é de aproximadamente 780 ml. LEITE HUMANO 0,67 Kcal/mL. Eficiência de conversão da energia dos alimentos em energia corporal de 80%.
Recomendação energética
As recomendações energéticas DRI (IOM, 2002). Adolescente (14 a 18 anos). EERnutriz= EER(pré-gestacional) + Energia produção de leite – Energia perda de peso(s.necss). 1º Semestre pós-parto: EER (pré-gestacional) + 500 – 170. 2º Semestre pós-parto: EER (pré-gestacional) + 400 – 0. Mulheres (19 a 50 anos). EERnutriz= EER(pré-gestacional) + Energia produção de leite – Energia perda de peso (s.necss). 1o Semestre pós-parto: EER (pré-gestacional) + 500 – 170. 2o Semestre pós-parto: EER (pré-gestacional) + 400 – 0. Ou ainda, podem utilizar a fórmula do VET = (TMB x NAF) + Adicional Energético para Lactação - Energia para perda de peso.
Necessidades e recomendações nutricionais à nutriz
Suprimento de proteínas do leite materno. Proteína: manutenção da integridade dos tecidos maternos e fornecimento de nitrogênio não-protéico. Recomendação protéica WHO, 2007: Consumo seguro de proteína: 1,1 g/Kg/dia ou 1º Semestre 19,0 g/dia // 2º Semestre 12,5 g/dia. Recomendação protéica RDA: Consumo seguro de proteína: 1,3 g/Kg/dia ou Qualquer período 25,0 g/dia.
Vitaminas e minerais
O conteúdo de vitaminas no leite é fortemente influenciado pela ingestão e pelo estado nutricional materno quanto as vitaminas. As concentrações de vitaminas hidrossolúveis geralmente são mais sensíveis ao consumo dietético da lactente do que das vitaminas lipossolúveis. No entanto, existem importantes exceções. As necessidades aumentadas durante a lactação: Vitaminas: A, E, C, B1, B2, niacina, piridoxina, folato, B12. Minerais: magnésio, zinco, iodo, selênio, cobre, manganês.
Vitamina A: Relacionada com a dieta materna e com o estoque hepático. Suplementação pode melhorar. 96% ésteres de retinol. Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A (MS). Distribui mega doses a crianças (entre 6 e 59 meses) e puérperas no pós-parto imediato (antes da alta), residentes em área de risco.
Vitamina D: Pequena quantidade de vitamina D é transferida para o leite humano. O grau de exposição ao sol da nutriz também irá influenciar o teor desta vitamina no leite. Não há necessidade de ingestão adicional. Valor de AI utilizado apenas para mulheres que não se submetem à exposição solar adequadamente.
Vitamina K: Requerida para proteger o lactente de hemorragias nos primeiros dias de vida. Recomenda-se a sua suplementação de 1,0 a 2,0 mg imediatamente após o parto, pois o leite materno, mesmo com adequada ingestão desta vitamina, não satisfazplenamente as necessidades do lactente.
Vitamina C: LH contém de 5 a 6 mg/dL, com o aumento da ingestão ocorre aumentodesta vitamina no leite.
Riboflavina: Conteúdo varia conforme a dieta materna, o leite humano contém cerca de 0,04 mg/dL.
Folato: LH contém cerca de 100 μg/dL. Durante a lactação pode ocorrer depleção das reservas maternas deste nutriente, que pode ser um mecanismo fisiológico para manter níveis adequados destenutriente no leite.
Piridoxina: Conteúdo no LH varia de acordo com a dieta materna. Responde rapidamente às variações na ingestão. O uso prolongado de contraceptivos orais pode levar a menor conteúdo destavitamina no leite humano.
Vitamina B12: Depende da ingestão materna e dos estoques. Mulheres com dieta mista o conteúdo varia de 0,03 a 0,32 μg/dL e em vegetarianas estritas varia de 0,005 a 0,0075 μg/dL.
Cálcio: Cálcio necessário durante a lactação é obtido pelo aumento noconsumo dietético + maior absorção intestinal + redução daexcreção renal + maior reabsorção óssea. Não há evidências de que a mulher ou a adolescente lactantedevam aumentar seu consumo de cálcio em quantidadessuperiores àquelas que não estejam na fase de lactação.
“Durante o período lactacional, a mulher valoriza a importância da alimentação para uma boa produção láctea e incorpora valores culturais na definição de sua dieta”.
Recomendações nutricionais: A orientação alimentar deve respeitaro hábito da nutriz sem negligenciar oaporte dos nutrientes essenciais paraa sua saúde. Não há contra-indicações de alimentos, a não ser que hajacomprovações clínicas ou bioquímicas da necessidade de seexcluírem determinados alimentos da dieta. A produção de leite não é prejudicada nem melhorada pelos tipos de alimentos consumidos pela nutriz. Enquanto as mães acreditarem na necessidade de subterfúgios (alimentos específicos, chás, simpatias) para que seu leite seja suficiente e completo, elas estarão inseguras quanto à sua capacidade inata de amamentar – e, portanto, sujeitas ao desmame precoce.
Recomendações nutricionais: Enfatizar o consumo dos grupos de alimentos-fonte de nutrientesessenciais (alimentos da safra - mais baratos e nutritivos). Estimular o consumo alimentos fontes de vitamina A, C e mineraiscálcio e ferro. Desencorajar dietas com valores calóricos < 1.500 Kcal. Esclarecer à nutriz quanto a perda de peso adequada. Desencorajar dietas e medicamentos para a perda de peso rápida. Aumentar o consumo de líquidos, que poderá ser regulado pelo aumento da sede. Recomendação de ingestão de líquida total de 3,8 L/dia, onde cerca de 3,1 L deverão ser de água e outras bebidas. Ingestão de álcool não é recomendada. Observada mudança de odor no leite materno. Recusa da criança e também a menor poder de sucção. Diminui os reflexos fisiológicos da lactação. Esclarecer que não há evidências científicas que confirmem a associação entre o álcool e o benefício da produção de leite.
Recomendações nutricionais: Ingestão de cafeína não é contra-indicada pela Academia Americana de Pediatria. Uma xícara café: 100 a 150 mg de cafeína. Níveis mais altos são encontrados no leite cerca de 1h após a ingestão de café. Como a velocidade de remoção da cafeína é muito lenta, aconselha-se a nutriz a planejar a quantidade de café que ela vai ingerir para que não ultrapasse 3 xícaras (100 mL) diárias. Ingestão excessiva: pode provocar insônia e irritabilidade no bebê.
Ácidos graxos essenciais: A ingestão de peixe 3 vezes por semana garante níveis de ácidos graxos ômega 3 no leite materno, proporcionando substratos para o desenvolvimento do sistema nervoso e da retina do lactente.
Recomendações nutricionais: Nicotina é transferida para o leite materno em proporção a quantidadede cigarros fumados, e pode provocar irritabilidade no lactente. Nicotina pode inibir a prolactina e, consequentemente, a produção deleite. Estimou-se que a vida média da nicotina no leite materno é de 20 a 95min.