Recursos Argumentativos e Falácias Lógicas

Classificado em Filosofia e Ética

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Recursos Argumentativos

Estratégias utilizadas para construir e suportar um argumento:

  • Fatos e Números: Baseado em dados comprováveis ou estatísticas (Ex: A poluição causa doenças, pois em cidades poluídas aumentaram as doenças respiratórias).
  • Relações Causais: Estabelece uma relação de causa e efeito entre informações (Ex: O consumo excessivo de álcool pode causar danos ao fígado).
  • Definições: Apoia uma tese utilizando uma definição clara de termos chave.
  • Comparações: Organiza a informação comparando semelhanças e diferenças para apoiar a tese.
  • Descrição: Baseia a tese numa descrição detalhada de um objeto, pessoa ou situação.
  • Narrativa: Utiliza uma história ou relato para defender valores e apoiar uma tese.
  • Argumento de Autoridade: Utiliza o nome ou prestígio de uma autoridade reconhecida ou instituição para apoiar a tese.
  • Valor Argumentativo e Dialógico: Utiliza a contra-argumentação para refutar ou enfraquecer argumentos contrários.
  • Recursos Verbais: Expressões ou marcas linguísticas que identificam o discurso argumentativo. Podem ser:
    • Direcionados ao Raciocínio: Estabelecem relações lógicas (causa, consequência, finalidade) entre as ideias.
    • Direcionados à Afetividade: Expressam o ponto de vista do emissor (positivo ou negativo) sobre o tema, buscando a adesão ou rejeição do público.

Tipos de Falácias

Argumentos que parecem válidos, mas contêm erros lógicos ou de conteúdo.

Falácias Formais

Argumentos inválidos devido a erros na sua estrutura lógica.

  • Afirmação do Consequente: Erro lógico que assume incorretamente que se a consequência é verdadeira, o antecedente também deve ser (Ex: Se chove, a rua fica molhada. A rua está molhada, logo choveu. - Incorreto, pode ter sido lavada).
  • Generalização Apressada: Tirar uma conclusão geral a partir de evidências insuficientes ou amostra pequena (Ex: Fui mal atendido numa loja da marca X, logo todas as lojas dessa marca são péssimas).
  • Falsa Analogia: Comparar duas coisas ou situações que não são realmente comparáveis nos aspetos relevantes para o argumento.
  • Causa Falsa (Post hoc ergo propter hoc): Assumir uma relação de causa e efeito apenas porque um evento ocorreu após o outro (Ex: Desde que o novo presidente assumiu, a economia melhorou. Logo, ele é o responsável pela melhoria. - Pode haver outras causas).

Falácias Informais

Argumentos incorretos devido ao seu conteúdo, contexto ou uso da linguagem.

  • Argumento Contra a Pessoa (Ad Hominem): Atacar o caráter ou atributos da pessoa que apresenta o argumento, em vez de refutar o argumento em si (Ex: Não dê ouvidos ao conselho financeiro dele, ele está divorciado).
  • Apelo à Força (Ad Baculum): Usar ameaça, intimidação ou força para fazer com que um argumento seja aceite (Ex: É melhor concordar com a nova política da empresa se quer manter o seu emprego).
  • Apelo à Autoridade Inadequada (Ad Verecundiam): Citar uma pessoa como autoridade num assunto em que ela não é especialista (Ex: Um ator famoso recomenda este medicamento, então deve ser eficaz).
  • Apelo à Ignorância (Ad Ignorantiam): Argumentar que uma afirmação é verdadeira porque não foi provada como falsa, ou vice-versa (Ex: Ninguém conseguiu provar que os OVNIs não existem, portanto, eles existem).
  • Apelo ao Povo (Ad Populum): Tentar ganhar apoio para um argumento apelando a emoções, preconceitos ou ao facto de muitas pessoas acreditarem naquilo, em vez de usar razões lógicas (Ex: Toda a gente está a fazer isto, por isso deve ser correto).
  • Falso Dilema: Apresentar apenas duas opções como as únicas possíveis, ignorando outras alternativas (Ex: Ou está connosco, ou está contra nós).

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