A Reforma Política de Maura e Canalejas: A Revolução de Cima

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A Reforma Política de Maura e Canalejas: A "Revolução de Cima"

Com algumas nuances, podemos dizer que Maura e Canalejas tiveram o mesmo objetivo, embora com programas diferentes. Tentaram transformar o sistema político a partir do topo, através daqueles que exerciam a liderança dos partidos Liberal e Conservador.

O Projeto Liberal e a Crise Pós-Canalejas

O Partido Liberal sempre se caracterizou por um foco no clientelismo regional. Após a morte de Canalejas, o conteúdo ideológico do partido tornou-se cada vez mais ténue. O Conde de Romanones substituiu Canalejas, e a questão passou a ser como o sistema de turnos no poder deveria ser restaurado com um novo acesso para os conservadores. O rei havia apoiado os liberais, pois o partido parecia unido com o programa implementado por Canalejas.

Romanones, na primeira fase do seu governo, procurou ser o sucessor de Canalejas, utilizando o seu programa, mas não tinha a mesma força e autoridade dentro do seu próprio partido, pois, ao contrário do antecessor, estava muito mais interessado em chegar à presidência e exercê-la. Apresentou o projeto de lei para a criação de Associações Provinciais no Senado (que Canalejas deixara inacabado), mas a sua defesa foi tão fraca que um terço dos votos contra veio do seu próprio partido. No verão de 1913, a divisão do partido consumou-se quando Montero Ríos e García Prieto criaram o Partido Liberal Democrata, arrastando consigo um número significativo de deputados.

A Divisão Conservadora e o Governo de Dato

Esta substituição foi levantada pelo Partido Conservador, embora, com a probabilidade de divisão, não estivesse claro quem seria o presidente. Maura reagiu violentamente contra o rei e os liberais quando não lhe foi permitido o acesso ao poder. Ele não apoiou o papel moderador do monarca, e a sua intervenção furiosa fez com que muitos liberais e conservadores começassem a sentir-se desconfortáveis com a sua liderança. Eduardo Dato, em 1911, já se tinha distanciado dele.

Em outubro de 1913, o rei chamou Eduardo Dato para formar governo, que sempre manteve uma atitude amigável para com Maura. A maioria do partido aceitou Dato como líder. É de notar que, durante o seu governo, Maura tinha atraído setores católicos, e o Partido Conservador adotou um tom clerical. Ao contrário de outros grupos políticos, conseguiu ter uma juventude ativa, uma propaganda ideológica católica e até mesmo "círculos" de trabalhadores religiosos.

O Fracasso da Regeneração

A "massa neutra" à qual Maura queria apelar era, na verdade, composta por católicos conservadores, mas ainda assim não conseguiu modernizá-los. Posteriormente, a política espanhola focou-se em resolver os problemas decorrentes das circunstâncias, muito mais do que em tentar programas regenerativos globais. Isto ocorreu porque a revolução de cima teve pouco efeito, e a causa foi a própria abordagem dos pressupostos regenerativos.

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