Reformas Bourbónicas: Economia e Sociedade no Século XVIII

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Reformas Económicas e o Século XVIII

Comércio e Indústria

Houve um crescimento do comércio interno, impulsionado pela eliminação dos direitos aduaneiros, visando aumentar o mercado e reduzir os custos de transação.

A liberalização do comércio de produtos agrícolas foi implementada. Os Bourbons também resolveram o problema do monopólio das guildas (corporações).

O comércio exterior foi liberalizado. Por decreto, mais portos foram abertos além de Sevilha, incentivando o aumento do comércio e a produção de bens para exportação.

Atividades Industriais Chave:

  • Têxteis: Catalunha
  • Ferro e Aço: País Basco
  • Marinha: Ferrol, Cádis e Cartagena

A evolução, por imitação britânica, marcou os primórdios da Revolução Industrial na Espanha no início do século XIX.

O Estado tentou superar o atraso industrial através das Fábricas Reais. Contudo, o seu problema era a inadequação: resultaram em poucos avanços tecnológicos e a produção era orientada para o luxo e não para a qualidade de mercado.

Comércio

Comércio Interno:

  • Crescimento.
  • Melhoria da infraestrutura de transportes: rede de estradas e canais de navegação.
  • Eliminação das alfândegas internas.
  • Rede de feiras e mercados.
  • Madrid tornou-se o mercado central.
  • Reorganização dos antigos sindicatos (corporativismo de vestuário, joalharia, etc.).

Comércio Exterior:

  • Superação das limitações do comércio do Atlântico (Sistema de Carreira das Índias, frotas e galeões).
  • Implementação dos Decretos de "Livre Comércio" (1765–1778).
  • Expansão do comércio com as colónias americanas.
  • Aumento da exportação doméstica, embora com pouca representatividade no PIB.
  • Introdução de novos produtos tropicais (açúcar, cacau, café) complementando os metais preciosos.
  • Crescente concorrência da Grã-Bretanha pelo acesso ao mercado colonial, resultando em guerras navais no século XVIII.

Finanças

Houve diferentes evoluções financeiras, destacando-se a criação do Banco de San Carlos. Foi estabelecido para angariar fundos e financiar o défice estatal. O acúmulo de dívidas levou à depreciação do valor real da moeda.

Conclusão

O período foi marcado por ciclos de crise e recessão. Existiam duas fações:

  1. A aristocracia conservadora, que impedia a transformação da economia em moderna.
  2. Aqueles que procuravam introduzir e antecipar mudanças.

O problema final foi que as reformas, destinadas a sair da situação crítica, não visavam a inovação, e exigiam a rutura do quadro constitucional existente.

O Século XVIII Espanhol

População

  • A periferia crescia mais rapidamente do que o centro, que estagnava.
  • A população espanhola crescia menos que a média europeia (Espanha: 0,36%; Europa: 0,45%).
  • Causas do crescimento: taxas de natalidade elevadas, manutenção de taxas de mortalidade elevadas e esperança média de vida de 25 anos.

Agricultura

O aumento da população levou ao aumento da produção agrícola. Os agricultores, incentivados pelo aumento dos preços, procuraram aumentar a produção, resultando na utilização de novas terras de cultivo.

Isto gerou confrontos:

  • Com os proprietários, pois significava ultrapassar o controlo das terras e propriedades.
  • Com a comunidade agrícola, devido à necessidade de pastagens para o gado.

Estas tensões foram mais evidentes no interior. Durante este período, a economia agrícola entrou em declínio por falta de meios de transformação.

O aumento da procura e da produção resultou no aumento da renda dos camponeses feudais, colocando-os numa situação difícil.

Pecuária e Reformas Agrárias

A pecuária avançou, mas o crescimento abrandou na segunda década devido à redução das pastagens. A pecuária nómada atingiu o seu pico, mas depois caiu. Este recuo foi o contraponto da especialização regional.

Resultado: As explorações agrícolas tiveram percursos diferentes, todas aumentaram, mas desaceleraram no final do século XVIII. O setor agrícola estava ancorado no modelo extensivo, sem produção orientada para o mercado ou especialização.

  • Tentou-se colonizar novas terras (ex: Sierra Morena). A população foi deslocada para cultivar a terra dada, mas o projeto falhou devido ao alto custo.
  • Permitiu-se a livre circulação de grãos para evitar o controlo institucional da revenda, ajustando o preço pela oferta e procura.
  • Tentou-se dividir a propriedade comunal, mas o patriciado não o permitiu.
  • Limitaram-se os direitos dos proprietários da Mesta.

Nota: Estas medidas tiveram pouco efeito na economia geral.

Indústria: Objetivos da Política Estatal

A política industrial estatal tinha três objetivos principais:

  1. Substituição de importações.
  2. Colocar setores estratégicos e básicos sob controlo público.
  3. Criação das Fábricas Reais.

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