As Reformas Econômicas dos Bourbons (Século XVIII)

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O espírito reformista dos Bourbons foi estendido à economia e contribuiu para superar a crise econômica que afetou a Espanha durante o século XVII. No entanto, não foi capaz de resolver definitivamente as graves lacunas e deficiências que assolavam a nossa economia.

A Indústria

Havia três características mais marcantes:

  • O predomínio da produção artesanal, pouco avançada. Era apoiada pelas *guildas* urbanas e pelo artesanato rural. As primeiras eram um problema para o desenvolvimento. O trabalho doméstico permitia custos mais baixos, mas não de melhor qualidade. A capacidade da indústria espanhola para competir com produtos estrangeiros era pobre.
  • Os esforços do Estado para criar uma base industrial nacional. As arraigadas ideias econômicas *mercantilistas* durante o reinado levaram a Coroa a criar manufaturas para complementar a falta de iniciativa privada, reduzir a dependência e promover o desenvolvimento econômico. Apesar do investimento estatal e de uma política comercial protecionista, os resultados ficaram muito aquém dos objetivos.
  • A extensão limitada da iniciativa privada. A iniciativa privada industrial centrava-se em produtos têxteis e de aço. Na Catalunha, estabeleceu-se um dos pontos comerciais mais importantes.

Nesta área, foram realizadas reformas. Entre estas, incluem-se:

  • Medidas protecionistas nos setores têxtil e siderúrgico.
  • Cortes fiscais para os produtores, a fim de reduzir custos de produção e ajudar a diminuir os preços.
  • Eliminação das regras das *guildas* que dificultavam uma produção melhor e maior.

Dentro da indústria privada, destacou-se a indústria do algodão catalão.

O Comércio

Constituiu um período de expansão nos negócios em relação ao século anterior.

O comércio interno visava o estabelecimento de um mercado nacional. A fraca demanda doméstica, a existência de fronteiras internas e a falta de uma rede de comunicações dificultavam o mercado. As reformas procuraram resolver essas deficiências. Apesar destes esforços, a configuração de um mercado interno não foi alcançada até bem entrado o século XX. O comércio interno era menos significativo que o comércio exterior.

Entre as medidas tomadas pela Coroa para alcançar esse crescimento, destacam-se duas:

  • A criação de companhias comerciais, cujo objetivo era controlar as importações e exportações.
  • O livre comércio.

Embora estas medidas tenham permitido um *boom* do comércio, elas não eliminaram completamente as deficiências econômicas, tais como:

  • O crónico desequilíbrio da balança comercial espanhola era coberto pela prata da América.
  • A incapacidade de controlar o monopólio do comércio americano foi um revés importante para a Fazenda Real e para a economia espanhola em geral.

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