A Regência de Serrano e a Crise do Sexênio Revolucionário (1868-1874)
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A Regência de Serrano (1868-1871)
2.1 A Constituição de 1869
Texto de tamanho médio, com 112 artigos, influenciado pelas Constituições belga de 1831 e dos EUA de 1787. O preâmbulo indicava a soberania nacional e proclamava a separação de poderes. Seu conteúdo destacava:
- Regulamentação dos direitos individuais.
- Sufrágio universal masculino.
- Criação de um sistema bicameral.
- O rei mantinha poderes semelhantes aos das constituições anteriores.
2.2 Os Problemas da Regência
A adoção da monarquia como forma de governo provocou forte oposição de republicanos. Serrano foi nomeado regente e Prim, chefe de governo. Enfrentaram problemas internos (oposição carlista e de setores monárquicos, agitação republicana, descontentamento da classe operária) e externos (guerra colonial em Cuba). Esta fase da regência foi marcada por conflitos sociais e movimentos revolucionários. Em maio de 1869, foi assinado o Pacto Federal de Tortosa, que reuniu comitês do partido federal de Aragão, Extremadura, Andaluzia, Galiza, Astúrias, Castela e Leão. Este processo culminou com a assinatura do Pacto Nacional. Prim suprimiu revoltas e assumiu poderes de ordem pública, além de lidar com o banditismo.
2.3 Em Busca de um Novo Rei
Um dos principais problemas foi a escolha do novo rei. Houve cinco candidatos, e Amadeu de Saboia foi escolhido. Prim facilitou a proclamação do novo rei após a aceitação da Casa de Aosta.
As Questões Sociais e a Guerra em Cuba
5.1 A Questão Social: A Gênese do Movimento Operário
No Sexênio Revolucionário, iniciou-se o movimento operário, resultado da modernização econômica, do desenvolvimento do capitalismo industrial e da influência da luta dos trabalhadores em outros países. Os trabalhadores foram influenciados pelo anarquismo e socialismo. Os republicanos federais apoiavam o movimento operário, mas rejeitavam o Estado, inspirados pelo desenvolvimento econômico e pela democracia nos EUA. O interesse dos EUA por Cuba aumentou, chegando a ponto de quererem comprar a ilha, onde ocorreram três rebeliões. A liberdade política alcançada com a revolução de 1868 não foi acompanhada de conquistas sociais, devido à intensa agitação das massas. Em resposta a isso e à criação da Primeira Internacional, o movimento sindical se fortaleceu. A fé na ciência e no progresso era compartilhada por anarquistas e republicanos, traduzindo-se na criação do Comitê Regional da Federação Espanhola da AIT.
5.2 Guerra de Cuba
Outra frente de batalha para os governantes foi a longa guerra em Cuba. A ilha estava economicamente ligada aos EUA. A luta pela independência em Cuba foi liderada por Carlos Manuel de Céspedes, que deu o grito de Yara. Os principais problemas do governo espanhol permitiram que a rebelião se organizasse. O leste da ilha foi o principal teatro de operações. A fase mais difícil da guerra ocorreu durante a Restauração, culminando na Paz de Zanjón. A pressão da França, Reino Unido e EUA forçou a Espanha a adotar a Lei Moret, que declarava livres os filhos de escravas nascidos a partir de então, menores e adultos de certa idade. No entanto, a escravidão na ilha só foi abolida em 1886.