Regeneracionismo e Crise da Restauração na Espanha

1. Projetos Políticos de Regeneração

No início do século XX, a Restauração ainda estava em vigor, graças ao pacto entre os dois principais partidos: o Conservador e o Liberal.

O regeneracionismo surgiu como uma crítica a este sistema político, propondo a modernização política e social, bem como o desenvolvimento econômico da Espanha. Nesse contexto, ambos os partidos elegeram novos líderes: Antonio Maura (Conservador) e José Canalejas (Liberal).

O chamado "Governo Longo" de Maura implementou reformas políticas. Para garantir eleições limpas e acabar com o caciquismo, foi aprovada a "Lei Eleitoral", embora esta tenha sido agravada pelas práticas dos caciques. Seu projeto mais importante foi a reforma da Lei de Administração Social, criando associações locais e provinciais. Outro projeto foi a "Lei sobre Repressão do Terrorismo", para combater os atentados anarquistas, que fracassou devido à oposição de republicanos, socialistas e liberais. A Guerra de Marrocos intensificou esse cenário, interrompendo essa primeira tentativa de reforma.

A expansão colonial da Espanha em Marrocos foi limitada pelas grandes potências europeias. Após negociações, França e Espanha, com o apoio do Reino Unido, estabeleceram suas áreas de influência em Marrocos. A Espanha ficou com o norte, onde ocorreram grandes confrontos entre as tropas espanholas e as forças locais. Isso levou a uma greve geral que resultou na "Semana Trágica de Barcelona", com a declaração de estado de guerra. Diante dessas revoltas, os liberais exigiram a demissão de Maura, com o apoio de Alfonso XIII.

O rei chamou José Canalejas para formar um governo que tentasse regenerar o sistema. A modernização do Estado implicava a separação entre Igreja e Estado, o que gerou forte oposição do setor católico e quase causou uma ruptura entre a Espanha e a Santa Sé.

Além dos partidos Conservador e Liberal, outros partidos experimentaram um crescimento considerável:

• Os Republicanos, que se dividiram em duas tendências: o republicanismo moderado e reformista, e o republicanismo radical. Desses grupos, surgiram o Partido Radical e o Partido Reformista.
• Os nacionalistas e regionalistas, divididos em nacionalismo catalão, nacionalismo basco, nacionalismo galego e nacionalismo valenciano.
• O movimento sindical, dividido em duas correntes: anarquista e socialista.