A relação entre consciência e cérebro na visão de Place e dos Churchland
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Quando se fala em consciência, no pensamento do autor, estamos falando de fenômenos mentais. Ele afirma que todos os fenômenos relacionados a consciência estão ligados ao cérebro. Portanto, aqui no pensamento do autor não há teses para comprovar o dualismo. Com o materialismo de identidade, surge a tentativa de contestar o dualismo. Para Place, aqueles que queiram negar essa tese está no fracasso em distinguir o “é” da definição e o “é” da composição. No texto “Será a consciência um processo do cérebro?”, Place propõe uma conjectura. Todos os fenômenos mentais, sejam eles, sentimentos, sensações, dores, são manifestações de ocorrência cerebral, ao sentir, ocorre no cérebro uma ocorrência. Tudo que é fenômeno mental ocorre no cérebro, portanto, Place faz um alerta em seu texto afirmando que a linguagem que eu descrevo pra afirmar o que está ocorrendo em mim, não está ocorrendo no cérebro. Quando o sujeito se comunica, ele faz uso da lógica e do discurso pra afirmar o que está ocorrendo nele, Place vai afirmar que não está ocorrendo no cérebro, pois não é possível descrever a intensidade no cérebro. Ele combate a fenomenologia porque é um erro. Por isso defende o conceito de falácia fenomenológica. Primeiro percebemos e conhecemos os objetos no ambiente, depois fazemos a experiencia consciente do objeto. Falácias Fenomenológicas: é o erro de acreditar que quando o sujeito descreve sua experiência, quando descreve como as coisas aparecem para os sentidos, está de fato descrevendo as propriedades literais do objeto. É a suposição equivocada de que nossas descrições das coisas são, em primeiro lugar, descrições de nossas experiências conscientes e somente em segundo lugar nossas descrições indiretas e inferenciais dos objetos e eventos no ambiente. Na concepção de Place o que ocorre é o contrário: em primeiro plano é feita a experiência do objeto no ambiente e depois é realizada a experiência consciente. O movimento ocorre do objeto em direção ao sujeito. As entidades internas que ocorrem em nós, é possível que está relacionado ao cérebro, por ex. a dor que se manifesta, está enraizada, porém a linguagem que descreve o sentimento de dor não está ocorrendo no cérebro. Para Place, a lógica de comunicar a fala, não existe ocorrências no cérebro, não há neurônios responsáveis por essa fala. O indivíduo pode narrar sem saber sobre os fenômenos mentais, e o outro modo é como se descreve e avalia a arquitetura do cérebro. Os modos de investigações para se entender são diferentes.
PlaceO cérebro é causa da mente, mas não em uma perspectiva dualista. Aquilo que a pessoa descreve, ocorre no cérebro, mas o modo da descrição não. É impossível pensar a consciência, ideia, distanciando de algum material físico. Todos os fenômenos mentais estariam ligados a um tipo. Para Place, primeiro temos que aprender as propriedades dos objetos que estão no ambiente para depois aprender a experiência consciente que há no objeto. Primeiro percebemos, apreendemos as propriedades para depois relatar o que é esse objeto, qualquer relato sobre as coisas, pressupõe que primeiro aprendemos as propriedades das coisas. Ele inverte aquilo que ele considera um equívoco que é a falácia fenomenológica. Os fenômenos mentais têm relação com uma atividade do cérebro, dor que é igual fibra C. A linguagem que utilizo para descrever o termo dor não está contido no cérebro, o que é externalizado nos termos não há um neurônio associado a esse termo. A mente, não dissociada do cérebro. Na mente há muitas entidades mentais, tudo que se passa na mente não pode estar dissociada/separada do cérebro. Não existiria uma mente sem o cérebro estes não se dissociam. Há dentro da teoria do autor, a identificação dos estados mentais. Para cada fenômeno mental há um neurônio, um tipo de neurônio específico para que se possa relacionar a esse fenômeno mental, é uma espécie de tipificação.
Paul e Patricia Churchland. O Materialismo eliminativo acredita que a neurociência se desenvolve e é capaz de elaborar um mapeamento completo do cérebro, dado o fato que nenhuma outra ciência conseguiu dar uma explicação concreta sobre a realidade do cérebro. A consequência desse projeto é que existe um reduto inacessível. Todos os fenômenos mentais ocorrendo em nós, são bioquímicos acontecendo em nosso cérebro. A proposta da redução interteórica, é pelo fato de que a partir da neurociência, todas as ciências passam a ser integrantes dela, isto é, a biologia, química, física, psicologia, seria um capítulo da neurociência. Esse ponto amplia a visão reducionista em torno das ciências que procuram dar uma explicação sobre o cérebro. A partir de uma base neural, é possível compreender melhor porque as ocorrências próprias ocorrem em nós. Dado o fato que a ciência é capaz de promover uma explicação completa do cérebro, o resultado desse fato é a necessidade de promover a reforma da linguagem, e nesta reforma a eliminação da psicologia popular estaria no centro. Para esses autores, a neurociência seria a salvação. Eles defendem, partindo da tese que uma visão neurocientífica do cérebro daria resultados. Para os autores, é preciso eliminar a linguagem mentalista para se referir a fenômenos mentais. Se pudesse promover uma linguagem científica, traria benefícios, pois seria melhor lidar e compreender as doenças e patologias relacionadas ao cérebro. Além disso, os mecanismos que possibilitam a aprendizagem do indivíduo seriam mais fáceis de se explicar. No critério da socialização, teria mais facilidade para explicar os fatores em que leva o ser humano a socialização. A partir de uma base neural, é possível compreender melhor porque as ocorrências próprias ocorrem em nós, como sentimentos, amor.