Religiões Indianas: Hinduísmo, Carma e o Rio Ganges Sagrado

Origens e Fundamentos da Espiritualidade Indiana

A Índia é o local de nascimento do Hinduísmo, Budismo, Jainismo e Sikhismo. Coletivamente, estas são conhecidas como Religiões Indianas (ou Religiões Dármicas), e representam uma das principais formas de religiões do mundo, juntamente com as Abraâmicas.

O Hinduísmo: Crenças Centrais e Rituais

As crenças indianas, em sua maioria, seguem os princípios do Hinduísmo. Para o Hinduísmo, as pessoas possuem um espírito (o Atman), que é uma força indestrutível. A trajetória desse espírito depende das nossas ações, pois toda ação corresponde a uma reação – relação chamada de Lei do Carma.

Enquanto não se atinge a libertação final, chamada de Moksha, passamos continuamente por mortes e renascimentos. Este ciclo é chamado Roda de Samsara, da qual só se sai após atingirmos a Iluminação.

Rituais e Práticas

Os rituais se compõem de dois elementos principais:

• Darshan: A meditação e contemplação da divindade.
• Puja: A oferenda ritualística.

Alimentação e o Mantra Sagrado

A alimentação vegetariana é um dos pontos essenciais da filosofia hindu. Isso porque livra seus seguidores das impurezas, impedindo-os de receber o sangue de outro animal.

O mantra mais importante é o OM, a “sílaba sagrada”, que representa o próprio nome de Deus e que, segundo a crença, deu origem a toda a matéria.

O Rio Ganges: A Mãe Ganga e a Fé

O rio que os indianos chamam de mãe é o Rio Ganges, ou Mãe Ganga. Das nascentes, no Himalaia, até a foz, na Baía de Bengala, o rio percorre 2,5 mil quilômetros e dá vida a uma imensa região, a mais fértil da Índia.

O Rio Ganges é um grande templo hinduísta a céu aberto. Nele, os peregrinos fazem suas orações, purificam a alma e cremam seus mortos. Pela tradição religiosa, quem morre em Varanasi, uma das cidades mais antigas do mundo, e tem as cinzas jogadas no Ganges, consegue a salvação.

Considerado sagrado na religião Hindu, os indianos acreditam que a vida não é plena enquanto não se banharem pelo menos uma vez no rio. Os familiares costumam levar uma garrafa com água do rio para os doentes, pelas ditas propriedades de limpar a alma do doente de seus pecados e até mesmo de curar doenças. Nesse rio ocorrem vários eventos religiosos e, tradicionalmente, rituais de cremação.

(Nota: O ritual é tipicamente feito tanto por indianos quanto por muçulmanos na cidade indiana de Solapur, bem como em pequenas aldeias espalhadas pelo país.)

A Crise Ambiental do Rio Sagrado

O Ganges recebe cerca de 3 bilhões de litros de dejetos por dia. A espuma gerada pela fermentação dos dejetos é tão brilhante que pode ser vista por meio do Google Earth.

Isso corresponde a cerca de 80% da poluição do rio, que possui taxa de coliformes fecais 3000% maiores que o limite considerado para uma água “muito boa” (1,5 milhão de PPM perante os 500 PPM ideais). Os outros 20% da poluição vêm de outras fontes, incluindo os rituais de cremação citados acima, e o descarte industrial.