Renascimento e Descobrimentos: Cultura, Ciência e Arte

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Centros Culturais do Renascimento

No Renascimento, os principais centros culturais foram: Itália, berço do Renascimento e da cultura, com algumas das mais importantes cidades, como Florença ou Roma. Daí espalhou-se para o resto da Europa, abrangendo países como:

  • Inglaterra
  • França
  • Alemanha
  • Países Baixos
  • Hungria
  • Polónia
  • Portugal
  • Espanha

Condições para a Expansão Cultural

As condições que permitiram a expansão cultural foram:

  • A recuperação demográfica, urbana e mercantil;
  • O crescimento da burguesia, agora mais rica;
  • A centralização do poder político;
  • O aumento demográfico (devido às melhores condições de vida e melhores anos agrícolas);
  • Com isto, a imprensa surge também e a divulgação de textos é mais facilitada, fazendo com que mais pessoas tenham acesso aos conteúdos.

Principais Características do Renascimento

As principais características do Renascimento são:

  • A valorização da Antiguidade Clássica;
  • As qualidades mais valorizadas passam a ser a inteligência, o conhecimento e o dom artístico;
  • Acreditava-se que o Homem, para ser "perfeito", tinha de ser bom no plano físico, psicológico e militar;
  • O racionalismo, o experimentalismo, o antropocentrismo e o humanismo passam também a ser características fundamentais do Renascimento.

Itália: O Berço do Renascimento

A Itália foi o berço do Renascimento. Aí se situavam os mais importantes humanistas da época. Foi nas cidades ricas de Itália (Florença, por exemplo) que nasceu o Renascimento, devido à existência das condições ideais para isso:

  • Burgueses ricos que queriam fazer frente à concorrência de outras cidades e, por isso, apoiavam artistas sem meios financeiros;
  • Artistas talentosos que, sem recursos, eram apoiados pelos burgueses.

Assim, nasceu o Renascimento.

Importância de Lisboa e Sevilha no Século XVI

No século XVI, Lisboa e Sevilha tinham grande importância. Lisboa era o maior entreposto comercial europeu, tinha bastante gente e o seu volume de negócios era enorme. Todos os dias entravam e saíam uma enorme multidão de encomendas e gentes de todas as partes.

Da mesma forma, Sevilha era também enorme, sendo a maior cidade espanhola, e tinha o monopólio de comércio com a América. No século XVI, o tráfego internacional foi intensificado, aumentando ainda mais a importância da cidade.

O Contributo Português na Abertura ao Mundo

Devido aos Descobrimentos e às suas viagens transoceânicas, os Portugueses alargaram o conhecimento que se tinha do mundo:

  • Desvendaram novas terras, novos mares, novas gentes, novos astros;
  • Revelaram floras e faunas desconhecidas.

Isto conduziu também ao aperfeiçoamento das técnicas náuticas usadas nas viagens. Por exemplo, surgiram novas ferramentas como o astrolábio, a balestilha, entre outros. Inovaram o modo como navegavam: antes navegavam sempre junto à costa para não se perderem; agora passaram a fazer a "navegação astronómica", desta maneira localizam-se através dos astros, evitando a probabilidade de se perderem, e conseguem afastar-se mais da costa. Com isto, vai surgir também uma nova representação cartográfica da Terra.

Inovações Técnicas na Navegação

No tempo dos Descobrimentos, as inovações técnicas ocorreram nas embarcações usadas:

  • Passa-se a usar a vela triangular e a caravela latina. Ao inovar-se para a caravela latina com a vela triangular, pôde-se transportar mais, e a vela permitia navegar e progredir melhor contra o vento.

Houve inovações na forma como se navegava: antes era usada uma técnica que não permitia ao navio afastar-se da costa; agora passa a ser usada uma técnica que permite ao navio afastar-se um pouco mais: a navegação passa a ser feita baseando-se na observação dos astros (navegação astronómica).

Foram trazidas para a navegação portuguesa as cartas-portulano, mais precisas e permitindo assim aos pilotos localizarem-se e regressarem ou conhecerem o caminho mais facilmente.

Da parte dos instrumentos usados, foram trazidos para a navegação portuguesa:

  • A bússola;
  • O astrolábio;
  • O quadrante;
  • A balestilha.

Também começaram a ser melhor preparadas as viagens marítimas, fazendo com que os marinheiros não fossem tão de "mãos a abanar".

A Importância da Matematização do Real

Neste período, a Matemática assumiu uma enorme importância, já que estava presente em todo o lado:

  • Desde o banqueiro/mercador que a utilizava no seu dia a dia para calcular preços e pesos, câmbio da moeda;
  • Até ao funcionário do estado que precisava dela para quantificar a quantidade de homens que iam para a guerra, determinar os impostos ou rendas a pagar pelo povo;
  • Ou até o "homem do mar", navegador, geógrafo e astrónomo, que precisava dela para calcular distâncias, latitudes, proporções.

A Matemática tinha-se tornado indispensável, e sem ela já não era possível progredir.

Revolução das Conceções Cosmológicas

A revolução das conceções cosmológicas surge ao se juntar o cálculo matemático com a observação e o saber experimental. Com a revolução das conceções cosmológicas, pôde-se avançar e modernizar o conhecimento e a ciência da altura.

Desde o século II que a Igreja tinha imposto a ideia de que a Terra estava no centro do universo e que à sua volta giravam os outros planetas e estrelas. Copérnico, no século XVI, veio então revolucionar o mundo com outra teoria: a teoria de que o Sol está praticamente imóvel e que quem gira é a Terra e os outros planetas. A Terra passa a não ser o centro do universo, mas sim o Sol.

Esta teoria não foi logo aceite, tendo como inimiga a Igreja (entidade que "fazia" os conhecimentos na altura e que também, dessa forma, impedia bastante a progressão a vários níveis).

A Importância do Mecenato

Os mecenas, pessoas que praticavam o mecenato, eram os homens que apoiavam a cultura e as manifestações culturais. Até ao século XV, pouca ou nenhuma importância era atribuída às artes.

A partir de então, através do mecenato, passou-se a valorizar mais a Arte. Os mecenas apoiavam os homens da cultura sem recursos, atribuindo-lhes:

  • Bolsas de estudo;
  • Encomendas de obras.

Punham também à disposição dos estudiosos as suas bibliotecas e construíram os primeiros museus.

A Reinvenção das Formas Artísticas

No Renascimento, a arte teve a influência do classicismo (recuperação da arquitetura greco-romana, a harmonia, a simetria, a proporção, temas mitológicos e a figura humana a ganhar importância). Também se tentou superar aquilo que os Antigos fizeram, aperfeiçoando e usando técnicas que os Antigos usaram.

À semelhança de outros períodos da História, a pintura, a escultura e a arquitetura tinham as suas próprias características.

Pintura

  • Paixão pelos clássicos;
  • Novas técnicas, como a pintura a óleo;
  • Perspetiva linear e aérea;
  • Geometrização das formas;
  • Proporção e naturalismo.

Escultura

  • Libertação do enquadramento técnico;
  • Classicismo;
  • Naturalismo;
  • Equilíbrio;
  • Aperfeiçoamento técnico.

Arquitetura

  • Espaço matematizado;
  • Simetria e perspetiva;
  • Horizontalidade;
  • Linhas e ângulos retos;
  • Arco de volta perfeita;
  • Abóbada de berço e de arestas;
  • Cúpulas;
  • Ordens e frontões clássicos;
  • Grotescos.

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