Renascimento, Reforma e Contrarreforma: Transformações na Europa

Renascimento

O Renascimento trouxe uma nova forma de ver e de produzir as obras, tanto esculturas quanto pinturas. Destacam-se três principais diferenças:

• Realismo das figuras: destacava a natureza e buscava recriar a realidade;
• Técnica de perspectiva: proporcionava sensação de profundidade e volume às obras. Esse avanço foi possível devido à união de outras áreas de conhecimento para a produção artística, tais como matemática, geometria, biologia, etc.;
• Valorização da arte Greco-romana: linhas retas, colunas e arcos típicos da Antiguidade Clássica.

O berço do Renascimento foi a Península Itálica.

Períodos do Renascimento na Itália

Podemos dividir o período renascentista em três etapas na Itália:

• Trecento (Século XIV): transição entre o Gótico e o Renascimento;
• Quattrocento (Século XV): a maturidade do Renascimento.
  • Artistas desse período: Sandro Botticelli, Donatello, Filippo Brunelleschi.
• Cinquecento (Século XVI): a construção de obras com financiamento dos Papas.
  • Artistas desse período: Rafael, Michelangelo.

A Expansão do Renascimento

Após expandir-se entre as cidades italianas (Roma, Veneza, Florença, etc.), o Renascimento chegou aos Países Baixos e a toda a Europa Ocidental.

Reforma Protestante

A crise religiosa e o poder da Igreja Católica.

Martinho Lutero e João Calvino não foram os primeiros a tentarem mudar o comportamento dos representantes da Igreja Católica. Ainda durante o ápice da Igreja, John Wyclif (inglês) e Jan Hus (boêmio, atual República Tcheca) combatiam certos abusos da Igreja e eram chamados de hereges.

Principais Aspectos Debatidos

• Venda de cargos eclesiásticos (relativos ao clero) a pessoas sem vocação religiosa;
• O luxo e a riqueza em que viviam os membros do alto clero;
• Despreparo intelectual de muitos membros do clero.

Os motivos dessa insatisfação foram agravados devido à ascensão da burguesia e ao fortalecimento do poder dos reis, cujos interesses se chocavam com os da Igreja.

• Burguesia: desejava aumentar seus lucros, porém isso era condenado pela Igreja, mesmo sendo ela dona de vastas extensões de terra e incontáveis tesouros;
• Reis: buscavam aumentar seu poder político e econômico, mas esbarravam também no imenso poder exercido pela Igreja sobre a população e até mesmo em parte dos nobres.

A Reforma Luterana

Uma prática bastante comum na Idade Média era a venda de Indulgências (perdão dos pecados). Durante o papado de Leão X, essa prática tomou proporções gigantescas para a sociedade da época. O dinheiro arrecadado era todo investido na construção da Basílica de São Pedro (obra renascentista).

Martinho Lutero era um padre/monge da Saxônia (atual Alemanha) e não se conformou com esse abuso. Ele criticou 95 pontos de abuso da Igreja e afixou essas críticas na Catedral de Wittenberg.

A Reforma teve início, pois Lutero não retirou suas críticas e foi considerado herege pelo Papa, além de ser excomungado.

Pontos Principais da Reforma de Lutero

• Justificação pela Fé: o homem não precisaria de boas obras para ser salvo, somente a fé o levaria para o céu;
• Sacerdócio Universal: a Bíblia é a única fonte de fé, e o homem não precisa de ninguém para interpretá-la; todos os crentes podem interpretá-la por si mesmos;
• Negação da Infalibilidade da Igreja Católica: a tradição da Igreja não traz a salvação;
• Outros pontos importantes da Reforma eram: não aceitação dos santos e santas, adoração de imagens, autoridade do Papa, hierarquia da Igreja e a manutenção de apenas dois sacramentos (o Batismo e a Eucaristia).

João Calvino e a Expansão da Reforma

O Calvinismo tem como base a doutrina de Lutero, porém existem algumas diferenças essenciais entre as duas teorias:

• Para João Calvino, o homem já estava Predestinado, ou seja, o homem já nascia com seu destino traçado.
• Para Calvino, a fé não salvava, porém era um indicativo da graça divina;
• Outro aspecto importante da doutrina calvinista era que o homem não podia se salvar, porém, existiam maneiras de ele tentar identificar seu destino. Se o homem tivesse prosperidade econômica, significava que ele era virtuoso e tinha grandes chances de obter a salvação.

De acordo com a região em que se expandiu, o Calvinismo recebeu outros nomes:

• Huguenotes na França;
• Puritanos na Inglaterra;
• Presbiterianos na Escócia.

Rei Henrique VIII e o Anglicanismo

Os motivos das reformas de Lutero e Calvino foram, sobretudo, religiosos, mas na Inglaterra o motivo principal foi político.

O Rei Henrique VIII queria expandir seus poderes políticos, porém esbarrou na força da Igreja Católica. Henrique buscou uma maneira de romper relações com a Igreja Católica sem perder popularidade entre seus vassalos. Utilizou-se de seu casamento para romper politicamente com a Igreja Católica.

O Ato de Supremacia, aprovado pelo Parlamento inglês, tornou o Rei inglês o chefe político e religioso da Inglaterra.

No campo religioso, a Igreja Anglicana não difere muito da Igreja Católica Romana. No início, a única diferença era que o chefe da Igreja Anglicana não era o Papa Romano, e sim o Rei inglês.

A Contrarreforma

Em resposta às ações sofridas pela Igreja, os membros do clero se reuniram no Concílio de Trento (reunião de cardeais) com a finalidade de debater sobre o avanço do Protestantismo e as práticas religiosas, políticas, econômicas e sociais da própria Igreja.

As decisões do Concílio tiveram como principal objetivo reafirmar o poder da Igreja e sua importância para a sociedade.

• O Concílio também negou as propostas dos reformistas luteranos e calvinistas;
• Confirmou os sete sacramentos;
• Reafirmou o culto à Virgem Maria e aos santos;
• Reafirmou a fé e as boas obras.

O Concílio de Trento, contudo, não apenas reafirmou dogmas, mas também criticou ações internas e promoveu a revisão de algumas medidas tomadas ao longo da história da Igreja.

• Condenou a corrupção interna, a venda de indulgências, de cargos eclesiásticos e de relíquias.

Todas essas ações não foram proibidas, mas sim controladas por autoridades eclesiásticas.

Outra ação importantíssima para o período foi a criação de seminários para a formação de padres, ensinando a doutrina e a forma de vida que deveria seguir um membro do clero.

Este concílio fortaleceu a Igreja Católica entre os católicos e acentuou a divisão entre os cristãos.

Ações da Igreja na Contrarreforma

• Expandir a fé cristã além da Europa: Ásia, África e América foram catequizadas pelos cristãos católicos europeus, sobretudo pelos jesuítas, uma ordem religiosa criada para este fim;
• Reativação do Tribunal do Santo Ofício (Inquisição): este tribunal era o guardião da fé católica; tudo na sociedade deveria passar pela censura da Inquisição;
• Criação do Índice dos Livros Proibidos (INDEX): lista de livros proibidos pela Igreja;
• Publicação do Catecismo: resumo da doutrina católica.

Essas medidas tiveram maior força na Península Ibérica, onde a Igreja teve apoio dos reis e de nobres ricos.

Conflitos entre Protestantes e Católicos

• De acordo com a religião do rei do Estado, todos os vassalos deveriam seguir sua religião. Onde o rei era protestante, os católicos eram perseguidos e vice-versa.
• Noite do Massacre de São Bartolomeu: este conflito entre católicos e huguenotes culminou na morte de 3 mil protestantes a mando da mãe do Rei francês Carlos IX.