Representatividade da Amostra e Qualidade da Água

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Representatividade da Amostra

Antes de uma amostragem, é necessário definir previamente vários parâmetros:

  • Delimitar o local de estudo.
  • Definir os objetivos do trabalho (ex: utilização para banhos, consumo, aquacultura).
  • Qual o preço total a pagar (o cliente deve dizer quanto quer pagar). Através dos objetivos, definimos os parâmetros a utilizar e os custos.
  • Número de amostras, que depende do valor disponível a gastar.
  • Variabilidade no tempo e no espaço, ou seja, a variação e a frequência.

A amostragem é realizada numa matriz constituída por água, sedimentos e organismos. A água é a mais importante, pois apresenta variação em curtos espaços de tempo e de espaço.

Durante a amostragem, são cometidos erros que não podem ser controlados, relacionados com a representatividade da amostra e a dimensão dos diferentes ecossistemas.

A representatividade pode ser afetada por:

  • Estratificação vertical: (ex: contaminação a 20m, mas não a 10m).
  • Variação no espaço: (A variação temporal não é tão crítica, pois a sedimentação é muito lenta). A variabilidade espacial é crucial na costa e junto dela, onde a escorrência de pesticidas ou efluentes agrícolas/domésticos pode levar a uma concentração elevada num local, mas a 1 km não haver contaminação.

Se for realizada apenas uma amostragem, esta deve ocorrer em maré vazia e no verão, pois é quando se verifica o pior cenário (piores condições): menos Oxigénio (O2), temperaturas mais elevadas (que afetam os organismos) e concentrações menos diluídas devido à ausência de chuva. Os resultados devem ser comparados a resultados anteriores. A amostra só pode ser representativa daquele momento, pois os ecossistemas estão em constante alteração.

Frequência de Amostragem

Amostras Aleatórias:
Utilizadas para variações aleatórias da qualidade da água (a frequência de amostragem não é crítica).
Amostras Sistemáticas:
Utilizadas para variações cíclicas da qualidade da água.

Tipos de Amostras

Amostras Discretas:
Representam as condições químicas num tempo e local específicos. São as menos utilizadas, oferecem menor representatividade (1 amostra num determinado dia, local e hora) e são de baixo custo.
Amostras Compostas:
São uma mistura de amostras (variam no tempo, mas são iguais no mesmo sítio). É uma amostra única constituída por várias. São as mais utilizadas e oferecem maior representatividade. A desvantagem é que fornecem apenas a média das características químicas do ecossistema.

Para garantir a representatividade das amostras, estas devem ser sistemáticas e compostas. Contudo, muitas vezes, o orçamento disponibilizado pelo cliente não o permite.

O Que se Considera Água Poluída?

É importante notar que contaminação é diferente de poluição. A contaminação tem influência antropogénica, mas as concentrações das substâncias químicas são baixas e não chegam a influenciar o meio de forma significativa. A poluição, por sua vez, apresenta concentrações superiores aos níveis estabelecidos.

Considera-se água poluída toda a água que apresenta concentrações de um ou vários elementos ou substâncias acima dos valores considerados adequados para uma determinada utilização. Quaisquer substâncias que contribuam para que a água não possa ser usada para um determinado fim devem ser consideradas poluentes.

Segundo a definição da OMS (1972), considera-se água poluída quando a sua composição tenha sido alterada de forma a que se torne menos adequada para as utilizações que poderia servir no seu estado natural.

Água Pura: Nenhuma substância está presente em concentração suficiente para evitar que esta seja utilizada para o fim pretendido.

Bioampliação ao Longo da Cadeia Trófica

A cadeia trófica permite que a contaminação presente nos organismos se espalhe, desde a origem ao fim. O processo de bioampliação segue a seguinte ordem:

Minhoca (consome água e sedimentos) → Bivalves → Caranguejo → Peixe Pequeno → Peixe Maior → Homem.

Consumidores de Oxigénio (O2)

A desoxigenação das águas é devida à presença de substâncias denominadas “consumidoras de oxigénio”, que são, na sua maior parte, matéria orgânica. As bactérias realizam a decomposição da matéria orgânica e consomem grandes quantidades de O2 nesta reação química.

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