Resumo de Economia: Déficit, Desemprego e Comércio Exterior
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1. Déficit Público no Brasil
CONCEITO: Déficit público (D) é a diferença entre as despesas (G) e as receitas públicas (T). Assim:
D = G – T
Déficit Nominal (DN)
Consiste na diferença entre as receitas e despesas públicas em valores nominais (G – T) mais os montantes de juros em valores nominais sobre a dívida interna (JDI) e sobre a dívida pública externa (JDE).
DN = ( G – T ) + JDI + JDE
Déficit Operacional (DO)
Neste conceito, retira-se do conceito de déficit nominal o montante relativo à correção monetária e cambial sobre a dívida pública interna e externa. Logo:
DO = (G – T) + JDI + JDE
Déficit Primário ou Real (DP)
Retira-se do conceito de déficit público operacional os juros da dívida pública (interna e externa). O conceito de déficit primário reflete apenas a diferença entre as receitas e as despesas públicas. Assim:
DP = (G – T)
2. Desemprego e Tipos
A seguir, os principais tipos de desemprego:
- Desemprego Sazonal: É aquele tipo de desemprego que se manifesta mais fortemente em determinadas épocas do ano.
- Desemprego Cíclico: É aquele desemprego que acompanha o movimento de crescimento e decrescimento da economia, normalmente correlacionado com as variações do Produto Interno Bruto (PIB).
- Desemprego Friccional: Também chamado de desemprego voluntário ou de curtíssimo prazo. As pessoas ficam desempregadas, mas rapidamente se “encaixam” no mercado de trabalho. Também corresponde àquelas pessoas que voluntariamente se demitiram e estão em transição à procura de um outro emprego, mas logo encontram por “ter o que vender no mercado de trabalho”.
- Desemprego Aberto: Este é o conceito de desemprego usado exclusivamente na pesquisa do IBGE e diz respeito apenas a “Pessoas que estavam trabalhando, foram demitidas ou se demitiram, procuram emprego e não acham”.
- Desemprego Oculto por Trabalho Precário: Este conceito é incorporado ao conceito de desemprego aberto e é usado na pesquisa do DIEESE/SEADE, e corresponde às pessoas que estão sobrevivendo de “bicos”, os quais, contrariamente ao IBGE, não são considerados empregados pelo DIEESE/SEADE.
- Desemprego Oculto por Desalento: Corresponde àquele tipo de desemprego que é incorporado (juntamente com o desemprego aberto e o desemprego oculto por trabalho precário) na pesquisa do DIEESE/SEADE e corresponde àquelas pessoas que já não estão mais procurando emprego porque já “desanimaram”.
- Desemprego Estrutural: Corresponde àquele desemprego causado pelas mudanças na estrutura tecnológica, que faz com que certas “ocupações” desapareçam e se tornem irrelevantes, e que estes empregos destruídos definitivamente serão recriados no mesmo volume, porque mudou a forma como os bens ou serviços estão sendo produzidos.
- Desemprego de Longa Duração: Corresponde àquelas pessoas que estão desempregadas há mais de 6 meses.
Cálculo da Taxa de Desemprego (TD)
A taxa de desemprego estará condicionada aos procedimentos metodológicos adotados nas diferentes pesquisas que mensuram o fenômeno do desemprego no Brasil.
População Desempregada
TD = --------------------------------------------------- x 100 = (%)
População Economicamente Ativa
3. Análise do Setor Externo
Principais Formas de Integração Econômica
A integração se dá mediante a celebração de Acordos de Integração/Comerciais.
Estes acordos podem ser:
- Acordos Globais: Valem para todos os setores econômicos.
- Acordos Setoriais: Valem apenas para um ramo de atividade econômica.
Os acordos podem estimular o livre fluxo de:
- A) Mercadorias
- B) Pessoas
- C) Capitais
A) Áreas de Tarifas Preferenciais (A.T.P.)
- É quando dois ou mais países decidem promover uma redução tarifária parcial, com ou sem uniformidade.
- Nesta modalidade, assume-se o compromisso de ir reduzindo, mas não o compromisso de reduzir a zero as alíquotas de importação, pois nesse caso teríamos um outro tipo de acordo.
- Não necessariamente os países integrantes da ATP precisam pertencer à mesma região geográfica.
- Exemplo: CARICOM – Mercado Comum do Caribe.
B) Área de Livre Comércio (A.L.C.)
- É quando dois ou mais países decidem promover uma alíquota zero para as suas importações mútuas.
- A primeira experiência prática de uma Área de Livre Comércio foi o NAFTA – Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (EUA, CANADÁ e MÉXICO), assinado em 1994.
- O NAFTA prevê apenas o livre fluxo de MERCADORIAS, não incluindo CAPITAL nem MÃO DE OBRA.
- Uma tentativa de ampliar o NAFTA foi a proposta da criação da ALCA – Área de Livre Comércio das Américas, em 2002.
C) União Aduaneira (U.A.)
- É quando dois ou mais países decidem promover, além da alíquota zero para as exportações mútuas, a criação de uma Tarifa Externa Comum (T.E.C.).
- Exemplo: O MERCOSUL na sua primeira fase (1989/1990).
- O MERCOSUL é um acordo setorial, e não global.
A União Aduaneira tem as mesmas características da ALC, quais sejam:
- 1) Alíquota zero para as importações mútuas.
- 2) Livre fluxo de mercadorias apenas.
- 3) A novidade aqui é a criação da T.E.C.
D) Mercado Comum (M.C.)
- É quando dois ou mais países decidem, a partir da União Aduaneira já consolidada, também liberar o livre fluxo de capital e mão de obra.
- Um exemplo seria o MERCOSUL na sua segunda fase (que ainda não ocorreu).
No M.C. temos as mesmas características da U.A., quais sejam:
- 1) Alíquota zero para as importações mútuas.
- 2) Livre fluxo de mercadorias.
- 3) Tarifa Externa Comum.
- 4) A novidade aqui é o livre fluxo de capital e mão de obra.
E) União Monetária ou Econômica (U.M.)
- É quando os países já plenamente integrados decidem, a partir do Mercado Comum, estreitar mais ainda os seus laços mediante a criação de uma moeda única e uma política externa (diplomacia) e política de defesa (militar) comuns, criando praticamente um novo país.
- Exemplo de U.M.: a União Europeia em 2000.
Na U.M. temos as mesmas características do M.C., quais sejam:
- 1) Alíquota zero para as importações mútuas.
- 2) Livre fluxo de mercadorias, pessoas e capital.
- 3) Tarifa Externa Comum.
- 4) Aqui a novidade é a moeda única e a política externa e de defesa também únicas.
Barreiras ao Comércio
Principais tipos de barreiras comerciais: Barreiras Tarifárias e Barreiras Não-Tarifárias.
1. Barreiras Tarifárias
São representadas, principalmente, pelos impostos para permitir a entrada de produtos importados no país.
- O governo estabelece uma alíquota (%) sobre o valor declarado do bem para permitir a entrada do produto no país.
- O objetivo central desta política é encarecer o preço final do produto importado para “forçar” os consumidores a comprar apenas os produtos disponíveis no mercado interno e “proteger” a indústria nacional, principalmente no seu período de “infância”.
2. Barreiras Não-Tarifárias
As barreiras não-tarifárias podem assumir várias formas, dentre as quais podemos destacar:
A) Subsídio à Exportação
- A ação do governo pode alterar o jogo estratégico entre as firmas nacionais e estrangeiras.
- O governo americano, por exemplo, ao conceder subsídios aos seus produtores de soja, “barateia” artificialmente o preço dos produtos e desestimula a concorrência e a eficiência produtiva.
- Os subsídios podem ser:
- De preços (caso da soja, algodão e açúcar).
- Nos custos de produção (Caso Bombardier).
B) O Sistema de Cotas ou “Quotas” para Importação ou Exportação
- Neste tipo de barreira, é estabelecido um limite quantitativo para a importação/exportação de determinados produtos, especialmente produtos primários, por exemplo: aço, suco de laranja, açúcar, celulose, mas também pode aparecer em manufaturados, por exemplo: calçados.
- No caso de cotas para exportação, o objetivo da política pode estar relacionado com a tentativa do governo de controlar a oferta interna para debelar processos inflacionários.
C) Sistema de Licenciamento para Importação
- Neste caso, os governos estabelecem diversas categorias de mercadorias, por ordem de essencialidade e de acordo com as divisas (US$) disponíveis.
- É estabelecida uma lista de mercadorias que somente podem ser importadas mediante a obtenção de licença de importação, sem determinar a quantidade a ser importada.
- Costuma-se vender as licenças em leilões públicos para evitar a distribuição arbitrária das mesmas.
- Estas licenças têm “prazo de validade” de um ano.
D) Protecionismo Administrado
Protecionismo administrado são, por exemplo, as exigências formuladas pelos governos para se permitir a entrada de certas mercadorias no país, tais como:
- 1) Modo de embalagem;
- 2) Certificados;
- 3) Padronizações;
- 4) “Forma de produzir”;
- 5) Peso dos produtos;
- 6) Etiquetas;
- 7) Procedência.
E) Compras Governamentais
- É quando o governo exerce o monopólio, parcial ou total, do comércio internacional.
- O monopólio estatal do comércio com o exterior é antigo.
- No caso do Brasil, tivemos o caso da importação do trigo, que era vendido internamente a preços subsidiados, e o caso da exportação de açúcar/café.
- O governo exportava o açúcar a um preço muito superior ao do mercado interno, evitando assim a elevação de seu preço neste mercado e obtendo recursos para promover o desenvolvimento de setores realmente necessitados.
F) Dumping
- O dumping ocorre quando uma empresa vende no mercado externo um produto por um preço abaixo daquele praticado no mercado interno.
- Normalmente, quando uma empresa pratica dumping, alega-se que o objetivo é “expandir mercados”.
- Na prática, o objetivo do dumping é “eliminar a concorrência” do mercado local e dominá-lo.
- A prática do dumping é contrária às normas da OMC – Organização Mundial de Comércio, sendo permitida a aplicação de penalidades (sobretaxação). Mas antes, é preciso provar, através de Processo Administrativo, que o país/setor/empresa está sendo alvo de dumping.