A Retórica na Filosofia: Verdade, Persuasão e Manipulação

O Filósofo e a Busca pela Verdade

• Filósofo: Amante, desinteressado do saber (Sócrates e Platão).
• Centra-se no conteúdo do discurso.
• Procura o discurso verdadeiro.
• Entende a verdade como sendo absoluta.
• Baseia o discurso na verdade e no bem.

A Retórica: Conceitos e Perspetivas

• Platão: Atividade empírica, de simulacro à política, confrontando o discurso como instrumento de poder (sofistas) e como instrumento de verdade (filósofos).
• Sofistas: Arte de bem falar ou persuadir um dado auditório a favor de determinada opinião (segundo um interesse pessoal).
• Filósofos: A argumentação só pode servir a busca da verdade e, consequentemente, praticar o bem.
• Faz-se um bom ou mau uso da retórica, pois não é ela que é moral ou imoral, mas quem a utiliza e a forma como o faz.

A Retórica segundo Aristóteles

• A retórica ocupa-se do que é verosímil.
• A retórica é um instrumento que pode ser usado a favor do bem ou do mal, do justo ou do injusto.

Persuasão e Manipulação no Discurso

Persuasão

Prática do discurso que tem como finalidade levar alguém a mudar de ideias, mas pressupondo a livre adesão do auditório à tese do orador.

Manipulação

Prática abusiva do discurso na medida em que obriga o recetor a aderir a uma dada tese (manipulação dos afetos – emoção e sentimentos – e manipulação cognitiva – falso conteúdo). Consequências: Põe em causa os princípios da democracia e nega a liberdade de expressão e de pensamento.

Tipos de Retórica

Retórica Branca

Procura pôr a descoberto os procedimentos da retórica negra, sendo crítica, lúcida e consciente das diferentes formas e problemas que envolvem a comunicação. “Encontra as armas para lutar contra a manipulação”. Aprende a argumentar e adquirir competência retórico-argumentativa para se prevenir dos maus usos da retórica.

Retórica Negra

Uso ilegítimo do discurso, pois visa enganar, manipular e iludir o interlocutor.

Retórica Argumentativa

Deixa de ser uma faculdade humana detentora (a priori) de conhecimentos definitivos e unívocos; passa a uma faculdade humana plural, portadora (a posteriori) de conhecimentos plurívocos e os mais próximos da verdade. Conhecer o real de diferentes maneiras.

Impõe-se ao filósofo a afirmação de uma ou várias verdades possíveis, aliada a uma atitude crítica e questionamento face ao real. A busca da verdade não é incompatível com a retórica.