Segunda Revolução Industrial: Impactos e Estruturas Sociais

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Impactos Sociais e Econômicos da Industrialização

Mudanças Demográficas e Urbanização

As mudanças no campo econômico tiveram sua contrapartida na estrutura social. A Revolução Industrial trouxe consigo os seguintes fenômenos: o aumento da população europeia ocorreu como resultado da manutenção de altas taxas de natalidade e da redução drástica da mortalidade. Este aumento foi mais significativo nas cidades do que na área rural. A urbanização cresceu, em parte, pela imigração das áreas rurais, quer pela vinda do exterior. A urbanização foi rápida e, muitas vezes, não planejada.

O Nascimento da Sociedade de Classes

O nascimento de uma sociedade capitalista dividida em classes. Frente à sociedade feudal, há, em princípio, a igualdade de todos perante a lei. Mas essa igualdade jurídica não corresponde à divisão social, estruturada em torno de duas classes fundamentais: a burguesia e o proletariado.

A Segunda Revolução Industrial (1870-1914)

Após a primeira fase de industrialização (Inglaterra) e sua extensão (Europa, EUA e Japão), começa uma nova fase, que dura até 1914. A Grã-Bretanha perdeu a liderança em favor de outras potências. Esta fase caracteriza-se pelas seguintes transformações:

  • Utilização de novas fontes de energia;
  • Desenvolvimento de novos setores de produção;
  • Mudanças na organização do trabalho;
  • Novas formas de capital e empresas;
  • Formação e extensão do mercado mundial.

Novas Fontes de Energia

Se o vapor foi a principal fonte de energia aplicada às máquinas na Primeira Revolução Industrial, durante a segunda, desenvolveram-se novas fontes:

Petróleo e Motor de Combustão

O Petróleo serviu de combustível para o motor de combustão e para o automóvel, que atingiu a maturidade com H. Ford no primeiro terço do século XX.

Eletricidade

A aplicação da Eletricidade foi essencial para a iluminação (Edison, lâmpada incandescente, 1879), a transmissão de sinais eletromagnéticos (telégrafo), acústicos (rádio por Marconi), e em certos motores, incluindo os de metrôs e bondes.

Novos Setores de Produção

Contrariamente aos setores têxteis e siderúrgicos, típicos da primeira industrialização, surgiram novos setores líderes entre 1870 e 1914:

Indústria Química

Produção de corantes, explosivos (dinamite, por exemplo, Nobel), fertilizantes, medicamentos, fibras artificiais (por exemplo, o nylon), borracha, etc.

Siderurgia e Indústria Alimentar

  • A Nova Siderurgia: Obtém níquel, alumínio, etc. O ferro é submetido ao refino através do conversor Bessemer e Siemens-Martin, estimulando o desenvolvimento da indústria de Armamento.
  • Indústrias Alimentares: Latas esterilizadas (enlatados, 1875), refrigeração industrial (1878), etc.

Novas Formas de Organização do Trabalho

A complexidade dos novos negócios e processos de produção impôs novos sistemas de organização do trabalho nesta segunda fase da Revolução Industrial. Destacam-se:

Taylorismo

Busca a organização científica do processo de produção da empresa por meio da padronização e especialização, visando reduzir os custos de produção.

Fordismo

Aplicado com sucesso nas fábricas de automóveis de Henry Ford, promoveu a maior especialização e otimização do trabalho e dos rendimentos, produzindo bens mais baratos e colocando-os ao alcance dos consumidores.

Novas Formas de Capital e Financiamento

Se os pioneiros da industrialização tinham sido financiados em grande parte com capital familiar, novas necessidades levaram à busca por novas fontes de financiamento. Os empresários recorreram ao crédito para lidar com o aumento do valor dos investimentos.

  • Sociedades Anónimas: Constituídas por sócios proprietários de capital (ações) da empresa. A compra e venda de ações é realizada no mercado de ações.
  • Ao mesmo tempo, há uma concentração de negócios, que se manifesta em grandes corporações como cartéis, trusts ou holdings.

Mundialização da Economia e Imperialismo

A globalização da economia é resultado da necessidade de matérias-primas e do controle de novos mercados para vender os excedentes de produção industrial. Para fazer isso, as grandes potências embarcaram na conquista e controle de grandes áreas da África e da Ásia, forçando a integração das diversas economias. Esta característica deve-se ao fenômeno do Imperialismo, que constitui uma das causas da eclosão da Primeira Guerra Mundial.

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