Revolução Industrial e Imperialismo: Análise e Impactos

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Revolução Industrial na Europa Periférica

Uma característica comum a todos estes países foi a sua incapacidade de atingir um nível industrial importante. Um pior nível de capital humano é outra característica comum. A terceira característica foi a ausência de reforma agrária prévia, o que resultava em uma produtividade agrícola muito baixa.

O Caso da Península Ibérica

No caso da Península Ibérica, a baixa produtividade agrícola foi um dos maiores entraves para a economia.

Em 1790, desenvolveu-se na Catalunha uma moderna indústria do algodão, graças a certas tarifas protetoras e à exclusividade do mercado colonial de Cuba e Porto Rico. Cresceu até que, em 1900, as colônias foram perdidas. Havia também algumas indústrias de vinho, mas a filoxera devastou a Espanha nas últimas décadas do século XIX com efeitos devastadores.

Enquanto isso, uma nova fonte de receitas estava se desenvolvendo para substituir a perda das vinhas: a venda de metais e minerais.

A Espanha tinha algumas minas que, embora fossem de boa qualidade, estavam mal localizadas para serem exploradas de forma lucrativa. No entanto, nas duas últimas décadas do século XIX, estabeleceu-se uma pequena indústria de aço no litoral norte, que gradualmente conseguiu competir com as importações de ferro, aço, ferramentas e máquinas.

O Sudeste da Europa no Início do Século XX

No Sudeste da Europa, no início do século XX, a economia era basicamente agrária. A tecnologia era arcaica e, consequentemente, a produtividade e a renda per capita eram muito baixas. Havia alguns depósitos de carvão, mas pequenos e muito espalhados, não produzindo, em nenhum país, a quantidade de minério necessária para atender à sua própria demanda. O recurso mineral mais importante era o petróleo, que várias empresas estrangeiras, especialmente alemãs, começaram a explorar na última década do século XIX.

Financiamento e Infraestrutura

Em contraste com a lenta difusão da tecnologia agrícola e industrial, o setor bancário e os empréstimos institucionais se espalharam rapidamente no exterior. Rapidamente, corporações bancárias e outras instituições financeiras nasceram, mas sem conexão com o financiamento da indústria. Os novos governos pediram capital estrangeiro emprestado, especialmente da França e da Alemanha, para investir principalmente na construção de ferrovias e nos custos de infraestrutura. Infelizmente, a falta de indústrias complementares fez com que as ferrovias tivessem pouca ligação com o desenvolvimento econômico.

Em todos os países, uma indicação de industrialização surgiu por volta de 1895, com foco no consumo, mas nada comparável aos avanços experimentados na Europa Ocidental no início do século.

A Partilha da África e o Imperialismo Global

A nova onda colonialista ganhou impulso a partir de 1882. Na Conferência de Berlim de 1884 (divisão entre os países europeus), a Grã-Bretanha e a França tomaram as melhores partes, enquanto os países mais atrasados, como a Alemanha e a Bélgica, ficaram com as porções menos desejáveis.

As antigas potências coloniais (Espanha e Portugal) mal conseguiram manter seus antigos impérios (ex: Cuba). A Bélgica concentrou-se na colonização dos territórios no interior da África, e os holandeses reforçaram sua presença na Indonésia e nas ilhas do Sudeste Asiático. Além disso, países como a Rússia e os EUA se tornaram potências coloniais.

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Causas do Imperialismo

  • Econômicas:
    1. Busca por novos mercados para produtos industriais.
    2. Busca por novas fontes de matérias-primas devido ao esgotamento dos depósitos domésticos.
  • Políticas:
    1. Existência de rotas marítimas e pontos estratégicos vitais.
    2. Rivalidade entre as próprias potências (ex: confrontos entre Alemanha e França por Marrocos).

Tipologia do Imperialismo

  • De acordo com a fórmula de solução:
    • Assentamentos: Estritamente falando, a ocupação do território e a substituição do sistema legal do território ocupado pelo do país colonizador (ex: Índia e Guiné Equatorial).
    • Protetorados: Quando um país recebe a custódia de outro país, teoricamente independente (ex: Marrocos).
    • Regime Aberto: A independência política é respeitada, exceto em relação à política comercial (ex: China, onde diferentes países estabeleceram-se em seus portos).
  • De acordo com a localização geográfica:
    • Colônias Distantes: Estão longe da metrópole, as autoridades têm alguma autonomia territorial. Geralmente, possuem um acordo preferencial.
    • Colônias Próximas (ou de Povoamento): Estão perto da metrópole e são incorporadas a ela (ex: Rússia anexando a Mongólia, a expansão para o oeste dos EUA).
  • De acordo com a densidade populacional:
    • Áreas Desabitadas (ou com poucos habitantes): Com poucos habitantes nativos, é mais fácil remover a população nativa e substituí-la por características da metrópole.
    • Áreas Populosas: Mais resistência, impondo uma reestruturação dual. Permite que as pessoas continuem seus costumes nativos, enquanto os europeus estabelecem suas próprias regras (ex: Índia). Ligações são estabelecidas com a etnia local.

Impacto Econômico do Imperialismo

  • Para as Colônias:
    • População: Houve um aumento populacional significativo com a chegada de colonos e o crescimento da taxa de natalidade, derivado das melhorias introduzidas pelos colonos, com o interesse de ter mais mão de obra e reduzir os custos salariais.
    • Diminuição da Propriedade Indígena: Os colonos ocupavam as terras mais produtivas, desalojando os nativos. A principal consequência deste processo de invasão foi a transformação da população indígena em consumidores e, em muitos casos, em mão de obra barata, aumentando o poder de compra dos colonizadores.
    • Declínio da Indústria Local: Por meio da concorrência desleal ou, em alguns casos, da eliminação direta da indústria local.
    • Aumento da Carga Tributária: Para cobrir os custos de administração e do exército colonial.
  • Para as Metrópoles:
    • Benefícios para indivíduos e empresas, mas frequentemente um déficit público, uma vez que a manutenção do domínio colonial significava um aumento nos gastos militares e administrativos que raramente eram compensados pela renda gerada.

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