Revolução Industrial, Nacionalismo e Unificação Italiana

Inovações Tecnológicas e a Revolução Industrial

O avanço das técnicas de produção e o advento das primeiras máquinas provocaram a passagem do antigo sistema artesanal para a produção manufatureira. Ocorreu a especialização do trabalhador em apenas uma etapa da produção; cada um era responsável pela sua especialidade e atribuição no processo. Com a invenção de novos equipamentos e o aprimoramento do maquinário, o trabalhador foi sendo substituído pelas máquinas. A ele cabiam somente as tarefas de alimentar a máquina com a matéria-prima e vigiar seu funcionamento.

As máquinas representaram outro avanço na produção. A utilização da energia a vapor não provocou somente o aumento da produtividade, mas também a modernização dos meios de transporte. Possibilitou a utilização da locomotiva e da navegação a vapor como meios mais eficazes de transportar a produção industrial.

Etapas do Desenvolvimento Tecnológico e Industrial

Não podemos compreender a Revolução Industrial como um processo único, homogêneo e linear, do qual todo o mundo tivesse participado ao mesmo tempo. Os historiadores costumam dividir o estudo da industrialização em, no mínimo, duas etapas distintas:

• A Primeira Fase da Revolução Industrial foi o fenômeno ocorrido na Inglaterra, com o desenvolvimento da indústria têxtil.
• A Segunda Fase marcou a expansão da industrialização para outros países da Europa, como a Bélgica e a França, e posteriormente para a Alemanha, os Estados Unidos e o Japão. A produção industrial avançou para a área siderúrgica e petroquímica. O algodão deixou de ser a principal matéria-prima, dando lugar a outras como a borracha e o petróleo. A Segunda Revolução Industrial diferenciava-se da primeira fase, que era restrita à indústria têxtil inglesa.

Condições Sociais e de Trabalho na Era Industrial

As famílias se amontoavam em pequenos cortiços (moradias precárias), sem as mínimas condições de saneamento. As habitações coletivas, divididas por vários trabalhadores, tornaram-se locais favoráveis à proliferação de diversas doenças, como cólera e tuberculose.

O cotidiano nas fábricas também era extremamente desgastante para os operários que, sem a garantia de leis trabalhistas, foram submetidos a uma intensa exploração, permanecendo nas fábricas em torno de 14 a 16 horas diárias.

Nacionalismo no Século XIX

O século XIX corresponde a um período de disseminação e fortalecimento dos ideais nacionalistas, responsável pelo surgimento de um sentimento de unidade nacional entre os povos de uma mesma origem étnica.

O Congresso de Viena e a Restauração

O Congresso de Viena buscou restabelecer as antigas fronteiras das nações europeias cujos territórios tinham sido anexados pelas Guerras Napoleônicas. O principal objetivo era devolver o trono às antigas dinastias que ocupavam o poder em seus respectivos países antes da expansão militar promovida por Napoleão.

A Unificação da Itália

O nacionalismo uniu os povos italiano e alemão, impulsionando suas unificações. Isso possibilitou aos estados independentes da Península Itálica e da Confederação Germânica constituir, respectivamente, uma só nação: a Itália e a Alemanha.

O interesse da burguesia em desenvolver ainda mais a forte economia do Piemonte e consolidar a industrialização na região, aliado ao sentimento nacionalista que incentivava a criação de um Estado italiano forte e unificado, foram fatores cruciais.

A cidade de Roma fazia parte de um conjunto de territórios na região central da Península Italiana que pertencia à Igreja Católica, os chamados Estados Pontifícios. Com a anexação de Roma, teve início uma disputa entre o reino italiano e a Igreja Católica, denominada Questão Romana. O Papa Pio IX não apoiou a unificação italiana.

A questão somente foi resolvida quando, em 1929, o ditador Benito Mussolini, por meio do Tratado de Latrão, concedeu à Igreja Católica a autonomia sobre o Estado do Vaticano. A Igreja finalmente reconheceu a unidade do Estado italiano e o catolicismo tornou-se oficialmente a religião da Itália.