A Revolução Industrial: Progresso, Organização e Condição Operária
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1. Dinâmica do Crescimento Industrial e Progresso Técnico
O desenvolvimento da indústria e da investigação acelerou-se a partir de meados do século XIX. Isto deveu-se, por um lado, ao progresso técnico que transformou os maquinismos, exigindo maiores conhecimentos, e, por outro, à concorrência cada vez maior entre as empresas. Assumem um papel fundamental os institutos e as universidades na formação de técnicos especializados necessários. As grandes empresas começam a investir enormes somas na investigação, equipando laboratórios modernos e contratando técnicos especializados, dando origem a uma série crescente de progressos técnicos (cumulativos): novos produtos e novas máquinas são produzidos pela indústria e aplicados noutros setores. As inovações surgem em cadeia. Novas fontes de energia como o petróleo e a eletricidade, novos setores produtivos e novos meios de transporte transformaram o mundo industrial. Este período ficou conhecido como a Segunda Revolução Industrial. A siderurgia tornou-se a indústria de ponta com a descoberta do aço a partir do ferro. Também a descoberta das técnicas de refinação abriu novas perspetivas ao aproveitamento do petróleo para combustíveis e iluminação, e a descoberta da eletricidade para a sua utilização na indústria, dando origem a invenções como o telégrafo, telefone, rádio, entre outras.
2. Novas Formas de Organização do Trabalho e Dinâmica Industrial
Para fazer face à concorrência, as empresas tinham como objetivo tornar-se mais competitivas, produzindo a baixo custo e rentabilizando os recursos materiais e humanos. É neste contexto que surgem teorias como o Taylorismo, uma série de princípios de organização do trabalho nas fábricas de modo a otimizar o seu rendimento. O Taylorismo assentava na divisão máxima do trabalho, dividindo a produção em pequenas tarefas elementares e encadeadas, e no tempo mínimo para o realizar. Estes princípios proporcionaram um grande aumento da produção e da produtividade. Foi Henry Ford, construtor de automóveis, quem primeiro pôs em prática as ideias de Taylor, criando as linhas de montagem (Fordismo). O ritmo de produção tornou-se alucinante e os trabalhadores, autênticas máquinas humanas. Estes métodos de organização do trabalho proporcionaram um aumento da produção e da produtividade extraordinários e foram fundamentais para o desenvolvimento da indústria.
3. Caracterização da Condição Operária
A Revolução Industrial e a fábrica fizeram nascer o operário, trabalhador assalariado, que vende a sua força de trabalho ao empresário a troco de um salário. Estes trabalhadores, que antes foram artesãos e camponeses e não tinham qualificação, ficaram por isso mais sujeitos à exploração. Nas fábricas, os operários defrontaram-se com péssimas condições de trabalho: má iluminação, falta de arejamento, barulho, riscos de acidentes, ausência de sanitários, horários de refeições quase inexistentes, horários de trabalho de 12 a 16 horas diárias, sem feriados, férias e até descanso dominical, e salários de miséria. A estas condições de trabalho juntava-se uma vida em condições degradantes. Nas suas habitações tudo faltava: luz, higiene e até a alimentação era insuficiente, causando o aparecimento de doenças. O alcoolismo, a prostituição e a criminalidade completavam este quadro de miséria em que viviam os operários do século XIX.
4. Condição Operária e Doutrinas Socialistas
As propostas das doutrinas socialistas tinham como objetivos a eliminação da exploração capitalista sobre os operários e da miséria em que viviam, bem como a procura de uma sociedade mais justa e igualitária. Estas doutrinas socialistas (socialismo utópico e socialismo marxista) defendiam a supressão das diferentes classes sociais e ressurgiram no século XIX para denunciar as injustiças sociais criadas pelo capitalismo. Nas fábricas, os operários defrontaram-se com péssimas condições de trabalho: má iluminação, falta de arejamento, barulho, riscos de acidentes, ausência de sanitários, horários de refeições quase inexistentes, horários de trabalho de 12 a 16 horas diárias, sem feriados, férias e até descanso dominical, e salários de miséria. A estas condições de trabalho juntava-se uma vida em condições degradantes. Nas suas habitações tudo faltava: luz, higiene e até a alimentação era insuficiente, causando o aparecimento de doenças. O alcoolismo, a prostituição e a criminalidade completavam este quadro de miséria em que viviam os operários do século XIX. As doutrinas socialistas influenciaram assim a organização dos operários em sindicatos e a sua luta por melhores condições de trabalho e por melhores salários. Foi sobretudo Marx e Engels, com a publicação em 1848 de "O Manifesto do Partido Comunista", obra que marcou o socialismo e a história, propondo uma nova conceção de sociedade e que tornava necessário que o proletariado (os operários) se organizasse em sindicatos e em partidos para reconstruírem uma nova sociedade.
5. Características do Romantismo
As características são:
- O culto do eu: o indivíduo e os seus sentimentos e emoções.
- Exaltação da liberdade: defesa da liberdade de criação estética, política, social, económica e até a liberdade dos povos.
- Nacionalismo: defesa do princípio das nacionalidades, o direito dos povos a disporem de si próprios e a constituírem-se em estados autónomos.
- Revalorização das raízes históricas das nacionalidades: interesse pela Idade Média em busca do seu património e identidade cultural.
6. Nova Organização da Economia: Liberalismo Económico
A economia do século XIX rege-se pela doutrina do liberalismo económico, que teve como principal defensor Adam Smith. Deste modo, a economia, respondendo aos interesses da burguesia e do capitalismo, assenta na livre iniciativa, que tem por finalidade o lucro máximo; nas leis do mercado, ou seja, no livre jogo da oferta e da procura; e na livre concorrência. O mercado atua livremente, corrigindo as situações de desequilíbrio automaticamente. Neste contexto, não há necessidade de intervenção direta do Estado na regulação da economia, nem fixando preços ou salários, nem através de práticas protecionistas. Ao Estado apenas cabia facilitar a produção e a comercialização, manter a ordem pública, assegurar a justiça e proteger a propriedade privada.
7. Princípios Estéticos do Romantismo nas Artes
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8. Movimento Operário e a Questão Social do Capitalismo Industrial
Desde cedo, os operários reagiram às duras condições de trabalho e de vida. Essa reação pecou por falta de organização, estando condenada ao fracasso. A repressão dura que se abateu sobre os operários fez-lhes ver a necessidade de uma organização mais consciente, capaz de minorar os seus problemas e conduzir a bom termo as suas reivindicações. Assim nasceram o associativismo e o sindicalismo. O associativismo traduziu-se na criação de associações de socorros mútuos. Através de quotizações simbólicas dos filiados, acudiam aos necessitados na doença, na morte, no desemprego ou durante as greves. No sindicalismo residiu o futuro do movimento operário. Consistiu na criação de associações de trabalhadores para defesa dos seus interesses profissionais. Os operários contribuíam com as necessárias quotas e os sindicatos propunham-se a lutar pela melhoria dos salários e das condições de trabalho, recorrendo à greve. A legalização dos sindicatos, a influência das doutrinas socialistas e do anarquismo concorreram para a força e agressividade crescentes do sindicalismo a partir de 1870-80. A reivindicação do dia de trabalho de 8 horas, a melhoria dos salários, o direito ao descanso semanal e à indemnização do patronato em caso de acidente foram alguns dos objetivos das lutas grevistas, transformadas na principal arma do movimento operário.
As propostas socialistas desenvolveram-se na primeira metade do século XIX e tiveram como objetivos comuns a denúncia dos excessos da exploração capitalista, a eliminação da miséria operária e a procura de uma sociedade mais justa e igualitária. Quanto às estratégias a implementar, foram muito diferentes e opostas, o que levou a distinguir um socialismo utópico de um socialismo marxista. O socialismo utópico distinguiu-se pelas suas propostas de reforma económica e social, que passavam pela recusa de violência, pela criação de cooperativas de produção e de consumo ou pela entrega dos assuntos do estado a uma elite de homens esclarecidos que governariam de modo a proporcionarem uma maior justiça social. O socialismo marxista retira o nome do alemão Marx, que com o seu compatriota Engels publicou "O Manifesto do Partido Comunista". Esta obra marcou o socialismo e a história, na medida em que foi portadora de uma nova conceção da sociedade e esteve na origem de inúmeros movimentos revolucionários ao longo do século XX. Ao contrário do socialismo utópico, assente em idealismos e projetos fracassados, o marxismo deteve-se numa análise rigorosa da História da Humanidade. Esta assenta numa sucessão de modos de produção (esclavagismo, feudalismo e o capitalismo). A passagem de um modo de produção a outro deveu-se à luta de classes entre opressores e oprimidos. Marx salientou que o salário do operário não corresponde ao valor do seu trabalho, mas apenas ao valor dos bens de que ele necessita para sobreviver, pelo que a exploração do operário é o lucro do burguês capitalista. Tornava-se necessário que o proletariado...