A Revolução Industrial: Transformações e Impactos Globais

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A Revolução Industrial marcou a transição de uma economia agrária tradicional para uma marcada pela indústria e pela produção de máquinas. Representa uma mudança radical em todos os aspectos da vida (sociedade, economia, política, etc.) e começou na Inglaterra em meados do século XVIII. Durante o século XIX, tornou-se mais difundida, em ritmos diferentes, para diversos países da Europa, Japão e EUA.

O boom econômico que permitiu a Revolução Industrial deveu-se ao liberalismo econômico, que defendia a liberdade total e a remoção de todos os obstáculos ao livre desenvolvimento das empresas.

Gerou uma série de transformações que moldaram uma nova economia.

A Primeira Revolução Industrial: Origens e Inovações

Principais Transformações da Primeira Fase

  • Transformações Agrícolas: Novas técnicas e culturas, que provocaram a acumulação de capital para investir em outros setores.
  • Movimento Populacional: Crescimento demográfico e oferta de mão de obra para a indústria.
  • Inovações Técnicas: O motor a vapor de Watt, fiação e tecelagem de algodão, metalurgia, locomotiva de Stephenson. Oficinas artesanais foram substituídas por fábricas.
  • Revolução nos Transportes: A ferrovia, verdadeiro motor do desenvolvimento industrial europeu.
  • Expansão da Revolução Industrial: Depois da Inglaterra, estendeu-se por França, Alemanha, Bélgica, Holanda e, fora da Europa, pelos Estados Unidos (após sua independência) e pelo Japão. Países mediterrânicos como a Espanha ou a Grécia e a Europa Oriental ficaram para trás na corrida tecnológica.

Setores Chave da Primeira Revolução

As mudanças afetaram principalmente duas áreas:

  • Indústria Têxtil.
  • Indústria Siderúrgica.

A Segunda Revolução Industrial: Novas Energias e Organização

A partir de 1870, produziram-se uma série de mudanças na economia global que indicam o início de uma fase diferente, chamada pelos historiadores de Segunda Revolução Industrial ou Grande Negócio. Caracterizada pela concentração empresarial e diversificação industrial.

O petróleo e a eletricidade substituíram o carvão, sendo fontes de energia mais baratas e de maior valor calórico. O petróleo, novamente, revolucionou o transporte, pois permitiu motores menores e mais fáceis de montar. Foi crucial para a indústria automotiva, que começava a se desenvolver. A importância do petróleo foi tamanha que provocou forte concorrência pela posse de suas reservas.

A eletricidade, por sua vez, permitiu a industrialização em áreas sem carvão, com novas regiões de industrialização. Foi utilizada para iluminação pública, meios de transporte e comunicação e novas indústrias, tais como a química.

Inovações e Indústrias Decisivas

Decisivos foram os seguintes aspectos:

  • Principais Indústrias: O conversor Bessemer, que reduziu o custo do aço e melhorou sua qualidade. O alumínio, embora posterior, também foi de grande importância. A indústria química teve um grande boom, com a fabricação de explosivos, fertilizantes, corantes, produtos farmacêuticos e cosméticos.
  • Desenvolvimento dos Transportes e Comunicações: Destaque para o telégrafo, telefone, rádio, o bonde elétrico, etc. Além disso, o vapor e a abertura de canais como Suez (1869) e Panamá (1914) reduziram o tempo de viagem intercontinental.
  • Novas Formas de Organização do Trabalho: Os princípios da organização científica e racional do trabalho, propostos pelo engenheiro F.W. Taylor, inventor da linha de montagem, foram aplicados pela primeira vez com sucesso na fábrica de automóveis Ford, originando o Fordismo.

Consequências da Revolução Industrial

A revolução trouxe consequências de diversos tipos:

Consequências Urbanas e Demográficas

A população europeia aumentou, deixou de ser rural e migrou para as cidades, que cresceram dramaticamente. Foram estabelecidas áreas distintas por classe social. O melhor exemplo dessas mudanças foi a reforma urbana realizada em Paris, com a criação de grandes avenidas e galerias, precursoras dos atuais centros comerciais. No entanto, os trabalhadores viviam em péssimas condições próximo às indústrias.

Consequências Sociais

Enormes diferenças sociais entre a burguesia, a classe proprietária dos meios de produção (máquinas, fábricas, capital, etc.), e o proletariado. As duras condições do proletariado motivaram as críticas ao capitalismo inicial, assim como manifestações e protestos.

Consequências Econômicas

Começou o fenômeno do imperialismo.

Consequências Culturais

Houve uma mudança significativa na mentalidade e no estilo de vida das pessoas.

A Industrialização na Espanha: Um Processo Diferenciado

Na Espanha, o processo de industrialização ficou para trás em relação aos países europeus mais avançados, sendo mais incompleto e superficial.

Desenvolvimento e Causas do Fracasso

O setor industrial desenvolveu-se muito lentamente. Destacam-se a indústria têxtil, centrada na Catalunha com o tecido de algodão, e a siderúrgica, cujas primeiras indústrias foram estabelecidas em Málaga (pela proximidade de ferro), nas Astúrias (pelo carvão) e um poderoso desenvolvimento na Biscaia. O desenvolvimento ferroviário foi limitado.

As causas do fracasso da industrialização espanhola incluem a falta de investidores. Como resultado, a industrialização espanhola foi marcada por graves desequilíbrios.

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