Revolução Russa: Causas e Consequências
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7. Revolução Russa.
Estrutura Social e Econômica da Rússia Czarista
No início do século XX, a Rússia ainda era um país onde o absolutismo político sobrevivia. Além disso, havia grandes diferenças entre as cidades, que haviam evoluído para o capitalismo e a indústria, e o campo, que permanecia em silêncio, com um atraso de séculos. A concentração da propriedade da terra nas mãos da nobreza e as más condições de vida dos camponeses levaram a revoltas camponesas. Em 1861, foi emitido um decreto abolindo a servidão a que os camponeses eram submetidos, mas não teve o resultado esperado. Foi concedida liberdade aos ex-servos, mas para conseguir as terras que haviam cultivado, deveriam pagar ao senhor um preço muito alto. Diante disso, muitos camponeses optaram por migrar para a cidade.
Na parte ocidental do Império, a partir do final do século XIX, foi produzida uma industrialização limitada, caracterizada por sua localização determinada pela alta concentração de negócios e pela presença de capital estrangeiro.
Política
O Império era uma autocracia em que o czar detinha o poder absoluto "de Deus". A burocracia e as poderosas Forças Armadas controlavam o Império, enquanto a Igreja Ortodoxa era o grande pilar ideológico do regime. Os camponeses, que desejavam possuir a terra que haviam cultivado e também exigiam um melhor padrão de vida, foram os primeiros a rejeitar o regime czarista e a causar inúmeros movimentos de oposição, como os populistas, que defendiam a transformação da sociedade camponesa e se diziam inimigos tradicionais do czar. O anarquismo proliferou através de organizações como "Terra e Liberdade".
Surgimento de Partidos Políticos
Entre os trabalhadores nas cidades industriais, as ideias marxistas abundavam e, em 1898, foi fundado o Partido Social-Democrata Russo (PSDR), que teve como líder mais proeminente Lênin. No início do século XX, o PSDR dividiu-se em dois: os mencheviques, que defendiam a necessidade de uma revolução burguesa na Rússia, e os bolcheviques, que afirmavam que a revolução deveria ser socialista na natureza e dirigida pelo povo.
Ao mesmo tempo, começaram a surgir partidos liberais das mãos da burguesia, como o Partido Constitucional Democrático (KDT) e o Partido Socialista Revolucionário (SR), que defendia a necessidade de destruir o regime czarista e estabelecer uma sociedade coletivista.
Revolução de 1905
A necessidade de uma sociedade justa, com uma distribuição mais equitativa da riqueza, com as liberdades fundamentais e um sistema político e judicial mais aberto, ganhou força a partir da década de 1880. Essa agitação se manteve durante todo o reinado do czar Nicolau II. A derrota militar na guerra contra o Japão foi o que causou o surto de um movimento revolucionário em 1905. A revolução começou com uma marcha pacífica em direção ao Palácio de Inverno em São Petersburgo, que foi brutalmente reprimida, causando centenas de mortes e milhares de feridos. Esse dia ficou conhecido como "Domingo Sangrento". Durante a revolta, foram criados os sovietes (conselhos), assembleias populares compostas por operários e camponeses. Após a revolução de 1905, a Duma foi convocada e o ministro Stolypin propôs reformas da posse da terra, mas não foram suficientes para transformar a estrutura do Império.