Revoluções na Saúde e Psicologia: Evolução e Conceitos
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Segunda Revolução em Saúde
O foco mudou, pois o estilo de vida passou a ser a principal causa de mortes prematuras. O foco se volta para a saúde (entendida como mais do que apenas a ausência de doenças), abrindo espaço para outros profissionais, como a Psicologia da Saúde. Passou-se a observar o comportamento humano e verificar alterações comportamentais (considerando doenças e o estilo de vida da população), adotando perspectivas ecológicas. As características principais foram: o olhar centrado na saúde, o comportamento humano como principal causa de morbidade e mortalidade, e a ênfase no retorno a uma perspectiva ecológica.
Terceira Revolução em Saúde
Ocorreu devido ao impacto da segunda revolução da saúde, associado à incapacidade de solucionar a mortalidade por problemas de cunho comportamental/estilo de vida. Iniciou-se uma crise devido a problemas no sistema de cuidados de saúde, aumento dos custos, maior uso de tecnologia, e contestação da autoridade médica e dos procedimentos. Surgiram modelos que contemplam as necessidades/demandas de cada população específica (de cada fase do ciclo vital da vida), exigindo um olhar especializado e multidisciplinar (utilizando equipes multidisciplinares).
Psicologia da Saúde e Abordagem Cognitiva
A Psicologia da Saúde não possui uma concepção particular de homem ou de personalidade, utilizando outras abordagens para obter essas concepções. Após os anos 80, psicólogos se inseriram mais na área da saúde devido a:
- Fracasso do modelo biomédico (que não supria todas as demandas da área).
- Crescimento da preocupação com a qualidade de vida.
- Aumento de doenças crônicas e de investigação sobre comportamentos.
- Aumento dos custos nas intervenções em saúde.
A equipe multidisciplinar tornou-se necessária para a intervenção na saúde. Na sociedade, divulga-se a ilusão de que só se morre de doenças quando velho, o que desvaloriza socialmente a promoção e prevenção em saúde desde a juventude. Outras demandas sociais incluem o aumento da população e o envelhecimento populacional. Doenças crônicas exigem intervenções constantes e frequentes, além de medicações e diagnóstico adequado. Assim, é fundamental ter uma equipe médica, e não apenas o médico.
Qualidade de Vida
Existem diferentes visões sobre o conceito de Qualidade de Vida, sendo um conceito abstrato, complexo e multidimensional, sem um conceito absoluto. Deve ser contextualizado (o principal teste é o WHOQOL). Não é domínio exclusivo do psicólogo, mas de várias áreas, estando relacionada com a saúde da vida. É uma construção psicológica multidimensional que abrange aspectos físicos, psicológicos, sociais, as áreas funcionais da vida, e o impacto da saúde e da doença sobre estes setores. O corpo teórico da Psicologia da Saúde ainda está em construção, utilizando conceitos de outras abordagens. Não avaliamos a qualidade de vida nos testes; é analisado o relato do indivíduo sobre sua própria qualidade de vida.
Bem-Estar Subjetivo (BES)
O Bem-Estar Subjetivo (BES) é um conceito psicológico que se refere ao nível de satisfação com a vida que o indivíduo possui. É o campo de estudos que procura compreender as avaliações que as pessoas fazem de suas próprias vidas. Avaliações cognitivas (satisfações globais com a vida) tendem a incluir uma análise pessoal sobre a intensidade e a frequência com que se vivenciam emoções positivas e negativas. Para que seja relatado um bom nível de BES, o indivíduo deve reconhecer:
- Alto nível de satisfação com a vida.
- Frequentes experiências emocionais positivas.
- Baixa incidência de experiências emocionais negativas.
O BES não se prende a investigar estados psicopatológicos. É um conceito que envolve várias dimensões humanas, distribuídas basicamente em cognitivas e afetivas. A afetividade é dividida entre:
- Afetividade positiva: manifesta-se pela tendência de vivenciar sentimentos e emoções agradáveis.
- Afetividade negativa: disposição para experienciar sentimentos e emoções desagradáveis.
Recentemente surgiram teorias sobre o Bem-Estar Subjetivo:
Teorias Bottom-Up (Base-Topo)
O BES é considerado como causa; o escore de bem-estar é resultado da história e das experiências de vida.
Teorias Top-Down (Topo-Base)
A tendência do indivíduo e a sua interpretação é que qualificam; para estas teorias, o BES é o efeito.