Riscos Geológicos: Sismos, Vulcões e o Ciclo de Wilson
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Risco Sísmico
Um terremoto ocorre quando a tensão acumulada em uma falha é liberada. A energia liberada se propaga a partir do hipocentro, na forma de ondas sísmicas P e S, no interior da Terra. Ao alcançar o epicentro, são geradas ondas de superfície responsáveis pela destruição causada por esses fenômenos.
Para avaliar e quantificar os terremotos, são utilizados dois conceitos principais:
- Intensidade Sísmica: É uma medida qualitativa que fornece graus em função dos efeitos do terremoto (Escala Mercalli Modificada - MSK).
- Magnitude: Mede a quantidade de energia liberada pelo terremoto. É representada pela Escala Richter.
Métodos de Previsão Sísmica
A previsão de terremotos em uma região baseia-se no estudo da história sísmica e dos precursores sísmicos.
- História de Tremores: Define a taxa de ocorrência de terremotos e períodos de calma. Com base nesses dados, são produzidos Mapas de Risco (que representam a magnitude previsível) e Mapas de Exposição (que refletem os danos em terremotos anteriores).
- Estudo de Precursores Sísmicos: Baseia-se nas variações das propriedades físicas que ocorrem nas proximidades de uma fratura.
Principais Precursores Sísmicos
- Elevações do solo.
- Mudanças na condutividade elétrica e no campo magnético local.
- Redução da razão Vp/Vs (velocidade das ondas P/S).
- Aumento da quantidade de radônio.
- Aumento da microssismicidade local.
- Mudanças no comportamento animal.
Medidas Preventivas (Sísmicas)
Visam reduzir a exposição e a vulnerabilidade das áreas com alto histórico sísmico. Estas podem incluir:
- Organização do território, delimitando áreas onde é permitido ou não construir.
- Construção de estruturas resistentes a terremotos (antissísmicas).
- Ações sociais e de informação de proteção civil para a população.
- Contratos de seguro para cobrir possíveis danos.
Risco Vulcânico
A maioria das erupções vulcânicas coincide com zonas de subducção e bordas divergentes (cristas oceânicas). Para quantificar o potencial perigo de qualquer aparelho vulcânico, define-se o Índice de Explosividade Vulcânica (IEV).
Tipos de Erupções Vulcânicas
- Erupções Havaianas: São tranquilas e fluidas.
- Erupções Estrombolianas: São mais explosivas, com maior emissão de piroclastos.
- Erupções Vulcanianas: Principalmente piroclastos são expelidos, com pouca ou nenhuma lava ejetada.
- Erupções Plinianas: São altamente explosivas e podem levar a violentas avalanches incandescentes.
Métodos de Previsão Vulcânica
Assim como nos terremotos, o estudo da história eruptiva de um vulcão é um dos principais métodos de previsão, permitindo definir o tempo de retorno.
Precursores Vulcânicos
- Sismicidade de origem tectônica e elevação/deformação do solo causada pela subida do magma.
- Aumento do potencial elétrico e mudanças no campo magnético local.
- Emissão de gases.
- Mudanças na temperatura da água nos lagos da cratera.
Medidas Preventivas (Vulcânicas)
- Evacuação da população.
- Mudança do curso das lavas por meio de valas e solidificação das lavas por água fria.
- Distribuição de máscaras entre a população.
- Drenagem de lagoas.
- Construção de abrigos hemisféricos e não combustíveis.
O Ciclo de Wilson: Evolução das Placas Litosféricas
Wilson propôs uma evolução cíclica das placas litosféricas que consiste nas seguintes fases:
- Eventos Vulcânicos Iniciais: Ocorre magmatismo inicial, deixando uma zona alongada. Uma placa litosférica longa é dividida em duas.
- Formação de um Rift: A fratura incipiente da fase anterior se amplia, tornando-se mais claramente definida. O magma ascende pela parte central da abertura, formando litosfera oceânica ao esfriar. A presença de magma em profundidade provoca um abaulamento da litosfera, formando uma cúpula térmica. Na parte central, localiza-se um vale chamado rift, cercado por elevações topográficas.
- Expansão do Fundo do Oceano: Novo magma tenta sair, empurrando a abertura já solidificada e produzindo o movimento divergente das placas. A saída do magma faz a litosfera oceânica crescer e expandir o fundo do oceano, até que ocorra uma fratura onde algumas das margens entrem em contato com a litosfera continental. A partir desta fratura, inicia-se a zona de subducção.
- Subducção: No processo de subducção, a litosfera oceânica é gradualmente consumida, aproximando a litosfera continental que possa existir em ambas as placas e deformando os sedimentos acumulados no fundo do oceano.
- Fim do Oceano: A crista oceânica que separava as placas pode também ser introduzida na zona de subducção. O fundo do oceano continua a diminuir, pois parte da litosfera oceânica é subduzida sob a outra, até que os continentes entrem em contato.
- Colisão Continental: Quando dois continentes colidem, forma-se uma montanha com muitas linhas de sutura ou faixas de deformação, como o Himalaia. Posteriormente, ocorre a erosão das montanhas, regressando ao estado inicial do ciclo.