Romance Bizantino e Outros Subgêneros da Literatura Renascentista

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Romance Bizantino: A descoberta dos etíopes e as primeiras traduções desta obra deram origem a um novo subgênero renascentista: o romance bizantino ou de aventura. Este tipo de narrativa despertou grande interesse do público devido às navegações e descobertas geográficas. A história é liderada por um casal de jovens amantes que se separam, mas no final se reencontram. O romance é estruturado em torno de uma viagem, onde eles enfrentam múltiplos desafios que inibem o desfecho da história. Esses obstáculos testam a castidade e a fé dos heróis. Os mais comuns são: piratas (geralmente árabes ou turcos), tempestades (que causam naufrágios), ilhas (que causam isolamento), cativeiro (o teste mais difícil) e amores frequentes. Na Espanha, o herói do romance bizantino, jovem e casto, torna-se um peregrino, símbolo do homem cristão em peregrinação religiosa. Os romances bizantinos enfatizam traços morais e aprendizado, distanciando-se do modelo grego.

Livros de Cavalaria: Sua enorme popularidade se destaca. Não há separação completa entre personagens fictícios e caracterização. O herói, o cavaleiro andante, é sempre o mesmo. A descrição é estática: o herói não envelhece e o tempo não passa. A obra mais importante é Amadis de Gaula.

Romance Pastoral: Possui estrutura forte e foca seus problemas no amor. O amor é mais educado, sutil e menos passional. O pastor é um amante idealizado, que se comporta e fala como um cortesão, com castidade quase absoluta. Há separação entre o protagonista e o universo ficcional. Arcadia, de Sannazaro, é um exemplo, mas o gênero nasceu com Jorge de Montemayor. Destacam-se também La Galatea, de Cervantes, e Arcadia, de Lope de Vega.

Romance Sentimental: Tem estrutura fechada, com foco no amor. O personagem principal vive para sua amada inacessível, gerando sofrimento. O romance sentimental deriva da novelização do amor cortês. A obra mais importante é A Cárcel de Amor, de Diego de San Pedro.

Romance Morisco: Evoca a vida na fronteira entre Castela e o reino muçulmano no século XV. A toponímia é real. A obra mais famosa é A História do Abencerraje e da Bela Jarifa. Os personagens masculinos apresentam traços de cavalaria e o conceito de amor dos romances de cavalaria. A obra propõe a coexistência entre muçulmanos e cristãos.

Lazarillo de Tormes: Uma das obras mais importantes da literatura espanhola, inaugura o subgênero picaresco. A narrativa pseudoautobiográfica conta a história de um personagem de origem humilde que serve a vários senhores. O protagonista é um malandro com forte desejo de prosperar. As histórias picarescas explicam um estado final de desgraça a partir do passado do protagonista. Lázaro serve a vários mestres: o cego, o padre, o escudeiro, o monge, o bulário, o capelão e o arcipreste. A vida de Lázaro é estruturada em três módulos: infância, adolescência e juventude. Lázaro se forma como personagem através dos eventos que vivencia. A obra se passa em um espaço urbano. O narrador, Lázaro adulto, conta sua história a Vuestra Merced. A estrutura do romance busca verificar os meios para alcançar mobilidade social. A maior virtude de Lazarillo é a sobriedade da linguagem e da estrutura. A obra teve grande sucesso literário e popular, gerando várias sequências. Há diferenças entre o tempo da história e o tempo do discurso. O narrador utiliza humor e ironia. Os temas principais são honra e religião.

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