Rotas e Itinerários Culturais: Valorização e Experiência
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Contexto
A inserção do itinerário num meio natural e/ou cultural contribui para a caracterização e enriquecimento do território onde se insere, em todas as suas dimensões e dentro de um processo interativo (projeto da relação entre o turista e o território).
Conteúdo
O conteúdo expressa essencialmente os recursos patrimoniais que representam o testemunho físico de que algo existiu. Porém, para que haja valor, é essencial adicionar o património intangível, que proporciona um sentido lógico e um significado à existência do património físico, uma vez que é necessário adicioná-lo para transformar um recurso num atrativo turístico. Sem o património intangível, os turistas nunca iriam compreender todos os elementos no seu conjunto.
Caráter Dinâmico da Rota
O caráter dinâmico é dado através da interação entre o turista e a cultura local, feito através da voz do povo, da cultura dos artesãos, ou seja, é proporcionado pela cultura que está presente no itinerário. Esta relação pode ser manifestada através do espírito e tradições que fazem parte do património imaterial dos itinerários, para além de todos os seus elementos tangíveis. É por meio do entendimento dos itinerários culturais como sendo elementos dinâmicos da comunicação cultural entre os mais variados povos que os envolvem que o património pode ser apreciado na sua máxima extensão.
Ambiente
O Itinerário Cultural está intimamente ligado ao ambiente de que é inseparável, unindo a geografia do território com a componente patrimonial diversa.
O ambiente territorial (paisagem), natural ou cultural, esteja ele inserido no meio urbano ou no rural, enquadra o itinerário cultural, possibilitando um ambiente específico, definido através de elementos e valores materiais e imateriais, sendo essencial para a sua compreensão e conservação.
O meio ambiente pode, então, ser representado pelo caminho que se percorre, sendo este uma componente do itinerário, e pela paisagem, um caráter distintivo da região onde ele se desenvolve.
No meio ambiente, devem-se interpretar duas situações: o meio que percorremos (caminho), que deve estar interligado com o património que se quer mostrar – no meio natural, devem-se usar sobretudo os caminhos de terra batida e as calçadas integradas, de preferência os mais antigos (caminhos romanos e das grandes rotas) –, e a interligação entre a paisagem em que se insere e o meio físico que se percorre, ou seja, mesmo no meio urbano há uma paisagem muito específica que deve ser objeto de valorização, escolhendo, sempre que possível, as principais artérias da cidade para o deslocamento.
1. Rotas e Itinerários: Satisfação do Turista Cultural
Ao longo dos tempos, o turista tem alterado a sua forma de ver e compreender o turismo. O que antes se focava apenas no aspeto cultural, hoje engloba todo o processo, isto é, procura saber mais sobre o destino em si, participando em eventos culturais, visitando museus e monumentos, e querendo incorporar na sua viagem os valores, o estilo de vida e as tradições da comunidade que o acolhe.
Na minha opinião, o turista deve ser visto como único e individual, pelo que o produto turístico deve ser oferecido de acordo com os seus interesses, uma vez que o viajante tem procurado satisfazer cada vez mais as suas necessidades. Isto não acontecia há algumas décadas, visto que se oferecia o mesmo produto a todos os turistas.
Sendo assim, as Rotas e os Itinerários turísticos devem ser feitos com base na autenticidade e genuinidade, de forma a captar a atenção do turista, implementando fatores diferenciadores, como a história do local, os valores, os estilos de vida e as tradições locais, para que o turista se sinta integrado no destino e satisfeito com um produto à sua medida.
É através desta forma de ver o turismo, de visitar e querer conhecer, que as Rotas e os Itinerários turísticos podem ser uma ajuda fundamental aos destinos.
2. Conteúdos Científicos em Rotas e Itinerários: Como Contariar Constatações
“Em Portugal, como na grande maioria dos países, a construção do turismo cultural tem sido feita «à sombra» dos grandes ícones culturais. Na Europa, o Museu do Louvre ou o Mosteiro dos Jerónimos são exemplos dessa iconicidade turístico-cultural. Assim, do lado dos Operadores, a atenção dada ao turismo está, naturalmente, focada na sua componente económica imediata."
Hoje em dia, olha-se muito mais para a componente económica do que para o valor que o património representa. Por essa razão, não se tem dado ao turista um conteúdo verdadeiramente científico. Para isso, é necessário transformar um recurso turístico em atrativo turístico, com conteúdos devidamente estruturados e baseados em princípios científicos.
Ao produzir as Rotas e Itinerários Turísticos, deve-se ter em consideração que hoje em dia existem as novas tecnologias, que se tornam os novos “guias turísticos”. Por essa razão, os itinerários devem ser apelativos e estar disponíveis online, de modo a que os turistas possam aceder aos mesmos onde quer que estejam, no seu smartphone.
A responsabilidade aumenta, portanto, quando se abre o território aos meios de comunicação. Assim, deixam de existir os possíveis intermediários, e quem criou, realmente, as Rotas e os Itinerários Turísticos, passa a ter o direito de vender diretamente ao público. Com esta ação, a cadeia de valor do negócio fica mais curta, possibilitando que as pessoas que mais se dedicam a oferecer um produto de qualidade ao turista sejam melhor remuneradas.
De uma forma geral, quem cria Rotas e Itinerários Turísticos e quem começa a fazê-los, passa a disponibilizá-los e vendê-los diretamente ao cliente. Assim, a cadeia de valor que existia anteriormente – “agência de viagens-guias turísticos” – começa a ficar mais restrita, e a pessoa que realmente trabalhou no produto e reuniu toda a informação para que o itinerário fosse feito e tivesse qualidade, começa a ser mais valorizada, algo que antes não acontecia.