Rotura Uterina, Lacerações e Diabetes na Gravidez

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ROTURA UTERINA

Definição: Ruptura da parede uterina, total ou parcial, que pode ocorrer durante a gravidez ou o parto.

Causas

  • Pós-cesárea (mais desenvolvida).
  • Parto obstruído (em desenvolvimento).

Rotura na Gravidez

  • Traumática: Queda sobre o ventre, pancadas, ferimentos penetrantes (arma branca ou fogo), manuseio da cavidade uterina (implantação de DIU, uso de objetos com fim abortivo), versão por manobras externas.
  • Espontânea: Processo lento, progressivo e assintomático, que ocorre no final da gestação em cicatrizes prévias (de cesárea, miomectomia, salpingectomia, operação para corrigir útero duplo) ou em zonas patológicas da matriz com resistência diminuída (inflamação, necrose, endometriose, adenomiose, acretismo placentário).

Rotura no Parto

  • Provocada: Tocurgia transpelvina (versão interna, extração podal, fórcipe, embriotomia, delivramento artificial) ou aumento exagerado da contratilidade uterina pela administração intempestiva de ocitócicos.
  • Espontânea.

Fatores de Risco (FR)

  • Cesárea prévia.
  • Multiparidade.
  • Acretismo placentário.
  • Parto obstruído (desproporção cefalo-pélvica, malformações uterinas, tumores prévios).
  • Cirurgia uterina prévia.
  • Uso de uterotônicos.
  • Trauma.

Classificação

  • Localização: Corporal, segmentária ou segmento-corporal.
  • Extensão: Completa (atinge todas as camadas da parede uterina) ou incompleta (uma estrutura permanece intacta).

Quadro Clínico (QC) de Iminência de Rotura Uterina (RU)

Síndrome de Distensão Segmentária (de Bandl-Frommel):

  • Agitação.
  • Contrações excessivamente dolorosas.
  • Dor hipogástrica.
  • Anel de Bandl: Percebe-se através da parede abdominal, distante da borda superior da sínfise, próximo ou já à altura da cicatriz umbilical, o relevo do anel que separa o corpo uterino do segmento inferior.
  • Sinal de Frommel: Palpam-se os ligamentos redondos retesados e desviados para a face ventral do útero.

Quadro Clínico (QC) de Rotura Uterina Consumada

  • Dor súbita e lancinante no hipogástrio.
  • Paralisação do trabalho de parto.
  • Hemorragia (pode levar ao choque).
  • Inspeção: Nota-se duas saliências, uma é o útero vazio e a outra é o feto em situação indiferente.
  • Palpação: Confirma a inspeção e permite perceber creptação produzida pela passagem de ar para o peritônio.
  • Toque: Útero vazio.
  • Ausculta: Batimentos Cardíacos Fetais (BCF) presentes ou ausentes.

Tratamento (Tto)

Tratamento do choque + intervenção abdominal (histerorrafia ou histerectomia). A escolha depende das condições das paredes uterinas lesadas, da sede da rotura, do estado da paciente, da idade e da paridade.

LACERAÇÃO DO TRAJETO

Revisão do colo e da vagina é essencial após o parto!

Rotura do Períneo (Classificação)

  • 1º Grau: Atinge apenas a mucosa.
  • 2º Grau: Atinge a musculatura.
  • 3º Grau: Atinge o esfíncter anal.
  • 4º Grau: Atinge o reto.

DIABETES NA GRAVIDEZ (Diabetes Mellitus Gestacional - DMG)

Metabolismo Glicídico na Gravidez

Aumento da secreção de hormônios contra-insulínicos, como o Hormônio Lactogênio Placentário (hPL/hPGH), e de adipocinas, como leptina, adiponectina, TNF-A e IL-6.

Fatores de Risco (FR)

  • IMC > 30 kg/m².
  • História de macrossomia fetal (> 4,5 kg).
  • História de Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) prévio.
  • História familiar de diabetes (1º grau).
  • Origem étnica de alta prevalência de diabetes.

Estudo HAPO-2008 (Rastreio e Diagnóstico)

  • 1ª Consulta: Detecção de mulher com diabetes pré-gestacional com glicemia de jejum.
    • 92–125 mg/dL: DMG.
    • > 126 mg/dL: Diabetes Pré-Gestacional (DPG).
  • Entre 24–28 Semanas: Realização do Teste Oral de Tolerância à Glicose com 75g (TTGO-75G) para mulheres não previamente diagnosticadas na 1ª consulta.

Tratamento (Tto)

  • 90% dos casos: Modificação do estilo de vida, dieta e exercícios.
  • Outros 10%: Insulina ou metformina e gliburida (esta última não recomendada em muitos protocolos atuais).

Conduta Obstétrica

  • USG Seriado (28–36 semanas): Diagnóstico de macrossomia e/ou polidramnia.
  • Monitorização (sob uso de insulina): Cardiotocografia (CTG) e volume de líquido amniótico (vLA).
  • Parto: Após 39 semanas para evitar complicações respiratórias fetais.

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