Rússia Czarista: Da Autocracia à Revolução de 1917
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O Império dos Czares (1613-1917)
A Rússia Czarista, o império dos czares (1613-1917), abrangia cerca de um sexto do planeta. O estado, governado pelo czar ou imperador, era autocrático e exercido por direito divino. O czar detinha o poder absoluto de nomear ou destituir ministros e governadores das províncias à vontade.
Industrialização e Contraste Social
A modernização da Rússia foi financiada, em grande parte, pelos trabalhadores e camponeses, replicando o processo de industrialização europeu. A Ferrovia Transiberiana, por exemplo, percorria 6.000 milhas dos Urais ao Pacífico.
Nas cidades, o processo de industrialização gerava grandes empresas (produção de aço, química e têxtil), com a contribuição de capital estrangeiro (inglês, francês, alemão e belga). O Império Russo era, simultaneamente, um país altamente industrializado nos centros urbanos e um local de grande contraste social, especialmente entre a situação precária dos camponeses e a riqueza dos latifundiários.
A Crise Econômica de 1929
Entre 1929 e 1939, ocorreu uma grave crise econômica com consequências desastrosas em todo o mundo. A crise explodiu em 24 de outubro de 1929 em Wall Street, conhecida como o crash do mercado acionário, devido à supervalorização dos títulos negociados.
A Revolução de 1905: O Despertar Russo
A Revolução de 1905 marcou o despertar do povo russo, oprimido há séculos pelo regime czarista. A população começou a perder o medo e a se organizar. Greves e manifestações foram lançadas, enfraquecendo um regime que parecia inabalável. Os discursos de Lênin desempenharam um papel determinante na mobilização dos setores populares.
O Czarismo foi forçado a convocar um parlamento (Duma) e a propor uma reforma política para estender a garantia dos direitos de voto, mas estas concessões eram muito limitadas. Em 1906, a calma prevaleceu, mas em 1907, a Constituição foi revogada e o poder czarista foi restaurado.
A Rússia na Primeira Guerra Mundial (1914)
Em 1914, com a eclosão da I Guerra Mundial, o Czar Nicolau II decidiu participar. O recrutamento de trabalhadores e camponeses foi difícil devido à insatisfação popular. Do exílio, o líder Lênin conclamou a população a rejeitar a guerra.
Nicolau II tentou reconquistar o poder, dissolveu o Parlamento (Duma) e assumiu o comando da guerra. O conflito teve um impacto devastador na economia: produtos básicos desapareceram do mercado consumidor e a inflação disparou. Nesse contexto, o prestígio da luta pela paz e dos seus defensores — os socialistas — aumentou, resultando no crescimento do protesto social e na eclosão de greves.
A Revolução de Fevereiro de 1917
Em fevereiro de 1917, eclodiu uma greve que contou com a adesão de 90.000 trabalhadores, exigindo “Pão, Paz e Liberdade”. O czar ordenou o fim das manifestações, resultando em cerca de 150 mortes por fogo de metralhadora.
Em resposta ao massacre, destacamentos militares se juntaram aos manifestantes. O Soviete de trabalhadores e soldados de Petrogrado foi restabelecido. Estabeleceu-se um acordo entre as duas potências (o Soviete e a Duma) para a formação de um Governo Provisório.
Finalmente, o Czar Nicolau II abdicou, e a República foi estabelecida.