Secularização e Críticas à Religião: Freud, Marx e Nietzsche

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Secularização: Conceito e Características

É um fenômeno cultural da cultura ocidental, nascido da incredulidade, implicando uma diminuição do número de crentes ao longo da história.

Teve origem no Iluminismo, como resultado do patrimônio cultural, ideológico e social.

Características da Secularização

  • Antropocentrismo: O ser humano é o centro do universo. Fé no homem e confiança em seu potencial. Questiona a existência de Deus e a sociedade secularizada.
  • Racionalismo: Reduz a experiência humana ao que pode ser explicado pela razão. Não se acredita no que não pode ser explicado pela ciência.
  • Crítica: Ignora tudo o que não passa pela crítica do passado do homem, suas crenças e religião.
  • Interesse no Mundo Greco-Romano: Considerado um momento de sabedoria e progresso da razão. Critica a Idade Média como um tempo de trevas para os seres humanos. Tenta imitar os escritores clássicos, que se tornam modelos artísticos.
  • Indiferença: As pessoas não acreditam que precisam de Deus em suas vidas. O transcendente é visto com indiferença e não levanta questões; foca-se apenas nos problemas ao seu alcance, ignorando Deus e o significado de sua existência.
  • Agnosticismo: O ser humano não pode compreender o conceito de Deus. Os agnósticos não negam nem afirmam a existência de Deus; somente o valor da pessoa é colocado no centro do mundo. Consideram a razão e a ciência como fontes de conhecimento. Vivem longe de Deus porque acreditam que a mente não pode explicá-Lo.
  • Ateísmo: Ateus negam e rejeitam a existência de um Ser Supremo, ou Deus, e buscam a felicidade e o sentido da vida sem Deus. Existem dois tipos: teórico, que busca argumentar a não-existência de Deus; e prático, que busca um apoio vital para superar a decepção e a esperança que levam à negação de Deus.

Argumentos Contra a Existência de Deus

  1. Razão Empírica: Deus não existe, porque não pode ser percebido por meio dos sentidos.
  2. Razão Científica: Deus não existe, porque não pode ser explicado pela ciência e raciocínio lógico e racional.
  3. Razão da Existência do Mal: Deus não existe, pois seria incoerente com a existência de tanta dor e injustiça.
  4. Razão Marxista (Marx): Deus não existe, porque é uma invenção das classes sociais poderosas para prometer um prêmio no céu ou um futuro melhor.
  5. Razão Vitalista (Nietzsche): Deus não existe, pois é um conjunto de regras e comportamentos que organizam as relações sociais, mas que impedem a liberdade de ação.
  6. Razão Psicológica (Freud): Deus não existe porque é fruto da imaginação humana.

Sigmund Freud e a Religião

A Mente Humana Segundo Freud

  • Consciente: Conjunto de decisões e relações mentais conhecidas que determinam nosso comportamento.
  • Inconsciente: Decisões e relações mentais desconhecidas que determinam alguns comportamentos e atitudes.

Segundo Freud, a religião é um fenômeno da dimensão subconsciente e tem origem sexual. Ele afirma que toda criança tem o Complexo de Édipo e, por fim, espera dos pais proteção e um modelo para identificação. Essa experiência da infância é gravada no subconsciente e se manifesta ao longo da vida, inclusive na religiosidade sentimental: o respeito a Deus (Pai), de quem se espera proteção e um modelo.

Crítica à Teoria de Freud sobre a Fé

Pontos de Acerto:

  • Descoberta da dimensão inconsciente da mente humana e invenção da psicanálise como terapia mental.

Pontos de Discordância:

  • "Se a religião viesse apenas de uma experiência de infância, todos acreditariam em Deus."
  • "Se a religião fosse apenas um sentimento de reverência pela proteção de Deus para seus pacientes, seria verdade, mas há adultos que acreditam que a religião é um compromisso para com eles."

Karl Marx e a Crítica à Religião

Marx acreditava que as pessoas não são livres para viver suas vidas, mas que, na maioria das vezes, algo as obriga a viver de uma certa maneira. Esse elemento, o mais importante, é o dinheiro.

De acordo com Marx, outro elemento alienante é a religião. Para ele, a religião é o ópio do povo, que leva as pessoas a buscar resignadamente a solução para seus problemas.

Crítica à Teoria de Marx sobre a Fé

Pontos de Acerto:

  • O dinheiro é a raiz de muitas desigualdades, e a religião, muitas vezes, esteve do lado dos ricos.

Pontos de Discordância:

  • "As pessoas não agem principalmente por dinheiro, pois não haveria favor, honra, amor..."
  • "Contradiz a ideia de que se pode passar para uma sociedade comunista, sendo o desejo de ter dinheiro o mais forte desejo humano."
  • "A religião não é uma invenção para manter as desigualdades sociais, uma vez que existem muitos crentes adultos que dedicam suas vidas à luta contra a injustiça."

Friedrich Nietzsche e a Vontade de Poder

A Escolha da Vida Segundo Nietzsche:

  • Moral dos Senhores (Além-Homem): Fazer o que se quer, seguindo os instintos e a vontade de poder para alcançar o sucesso.
  • Moral dos Escravos: Fazer o que é imposto, tornando-se escravo pelo medo dos fracassos na vida e buscando consolo na resignação, obediência, etc.

Segundo Nietzsche, a religião é uma invenção dos escravos e covardes para consolar o medo que sentem da vida.

Crítica à Teoria de Nietzsche sobre a Fé

Pontos de Discordância:

  • "Se todos tivessem uma moral dos senhores, todos fariam o que quisessem pela força da violência."
  • "A existência de escravos se dá porque há além-homens que intimidam ao longo da vida."
  • "A religião não é uma invenção dos covardes, pois os crentes não são covardes e escravos; o amor exige coragem."

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