Simón Bolívar: Família, Educação e Primeiros Anos

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Família Bolívar: Origens e Legado

A família Bolívar era uma das mais antigas e de maior tradição na segunda metade do século XVIII. Originária da Biscaia (Espanha), seu sobrenome era de Ochoa Rementeria de Bolívar (em euskera, 'Bolívar' significa 'moinho de pedra').

A primeira pessoa da família Bolívar a chegar à Venezuela foi Simón Bolívar e Ibargüen, o 'Velho'. Ele chegou a Santo Domingo, vindo da Espanha, em 1545, e a Caracas como procurador-geral em 1589. Ao chegar à Venezuela, fundou uma família Bolívar de sólida e distinta riqueza, possuindo extensas terras no Vale de Caracas, nos Vales de Aragua, nos Vales do Tuy, nas planícies guariquenhas, em Aroa e em outros lugares.

Do 'Velho' Simón Bolívar, nasceu o jovem Simón Bolívar (quarto avô do Libertador). Filho do jovem Simón Bolívar, foi o capitão Don Antonio de Bolívar y Rojo. Este era filho de Don Luis de Bolívar y Rebolledo. Desse casamento, nasceu o avô do Libertador, Don Juan de Bolívar y Villegas.

Don Juan de Bolívar y Villegas foi governador de Caracas, vice-governador da Capitania Geral da Venezuela, prefeito de Caracas, advogado-geral de Caracas, chefe de justiça dos Vales de Aragua e Turmero, prefeito de San José (Maracay) e capitão de infantaria dos exércitos reais. Deste personagem nasceu o coronel do exército real Don Juan Vicente Bolívar y Ponte (pai do Libertador).

Família Palácios: Linhagem e Riqueza

Os Palácios eram personagens ricos e de nobre linhagem. Seus ancestrais estavam relacionados a alguns conquistadores da Venezuela: González de Silva, Diego de Losada, a família Sucre, Alonso Díaz Moreno e Juan de Villegas. Eles vieram de Burgos (Miranda de Ebro) - Espanha. Os primeiros membros da família Palácios chegaram à Venezuela em 1603.

Dona María de la Concepción Palacios y Blanco, esposa do Coronel Juan Vicente de Bolívar e mãe do Libertador, pertencia a famílias de grande poder e riqueza colonial.

Infância e Juventude de Simón Bolívar

Formação Educacional

Havia poucas escolas abertas para poucos, mas as famílias ricas, como a de Simón, podiam pagar professores particulares. Simón recebeu as primeiras influências educacionais de sua mãe.

Professores de Simón Bolívar

As primeiras letras aprendeu em casa com sua mãe e com a ajuda do licenciado Miguel José Sanz.

Simón Rodríguez, nascido em Caracas em 1771, foi o professor que mais influenciou a formação de Simón. Foi um pedagogo excepcional, seguindo os métodos de Rousseau (em seu livro Emílio, que defende que a criança aprenda por conta própria, sem obrigações estritas, buscando despertar estímulos, reforçar o corpo e avivar os sentidos). Os processos educativos foram interrompidos pela prisão de Simón Rodríguez.

Andrés Bello

Andrés Bello, nascido em 1780, é considerado um dos maiores intelectuais da América. Estudioso, escritor, poeta, jurista e fundador de faculdades, ele conhecia e falava várias línguas. Simón Bolívar recebeu aulas de milícias, gramática, história e geografia de sacerdotes como o Padre Andújar, Negrete e o professor Guillermo Pelgrón.

Amizades Cultivadas por Simón Bolívar

  • A família: A família era composta por personalidades da política, da cultura e do governo, que se reuniam em diferentes casas para celebrar, passar o tempo, etc.
  • O círculo cultural: Encontros e reuniões em casas de pessoas influentes, onde conheceu pessoalmente figuras nacionais e estrangeiras (como o Barão de Humboldt e o sábio Bonpland), além de Andrés Bello, Lino de Clemente e o Marquês del Toro.
  • Amizades da juventude e das vicissitudes da guerra: Entre eles estavam José Félix Ribas, Luis López Méndez, Antonio José de Sucre, Rafael Urdaneta e o presidente haitiano Alexandre Pétion.

Fatos Marcantes da Juventude de Bolívar

Simón, a quem a mãe não podia amamentar, foi confiado a uma ama de leite negra, Hipólita, uma das escravas da família. Ela o alimentou e cuidou dele como se fosse seu próprio filho, especialmente após a morte do Coronel Bolívar, quando Simón tinha apenas 7 anos. Simón Bolívar sempre guardou um grande carinho por Hipólita em seu coração.

Em 6 de julho de 1792, sua mãe, que sempre teve uma saúde frágil, faleceu. Bolívar ficou órfão. Suas duas irmãs, embora muito jovens, casaram-se logo. Seu avô materno, Don Feliciano Palacios, tornou-se o guardião de Simón, que tinha apenas nove anos.

Mas o jovem Simón foi duramente atingido pelo desaparecimento de seus pais. Pouco tempo depois, Don Feliciano também faleceu, e Simón ficou sob a tutela de seu tio, Don Carlos Palacios, com quem não se entendia de forma alguma. Don Carlos, solteiro, passava muito tempo em suas propriedades, e Simón, abandonado a si mesmo, caminhava pelas ruas de Caracas com meninos que não eram de seu nível social. Aos 12 anos, Simón Bolívar escapou e foi se refugiar com sua irmã María Antonia.

Mas a criança foi trazida de volta para casa e colocada sob a tutela de seu professor, Simón Rodríguez. Rodríguez logo ganhou a confiança de Simón, e em poucos meses, eles estabeleceram laços estreitos de simpatia que durariam até a morte.

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