Simulação em Psiquiatria Forense: Conceito e Formas
Classificado em Psicologia e Sociologia
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Tema 4: Simulação em Psiquiatria Forense e Psicologia
Em Psiquiatria Forense e Psicologia, a simulação está sempre relacionada a um estado mental falso que a pessoa não possui. A grande diferença entre as duas aplicações da psiquiatria aponta para a aparência utilitária dos comportamentos humanos. Os cuidados em psiquiatria clínica são desenvolvidos ao longo do tempo e visam o benefício do paciente, enquanto a psiquiatria forense atua em curto espaço de entrevistas, na maioria conduzidas por uma autoridade judicial, que marca o tempo da relação.
Minkowski definiu simulação como um processo mental caracterizado por uma decisão consciente para reproduzir patologias, de forma mais ou menos direta, com a imitação, com o intuito de enganar alguém, mantendo a decepção com a ajuda de um esforço contínuo por um longo tempo, ao invés.
Características do Conceito de Simulação
- Voluntariedade: conhecimento da fraude.
- Imitação patológica de condições ou sintomas.
- Finalidade utilitária: benefício ou vantagem para o "simulador".
O simulador pode simular sem envolvimento emocional com o fato alegado ou sem representar a dor emocional que causou o problema em questão.
Quando Ocorre a Simulação?
Nos atos criminosos, a simulação pode ser imediata ao fato. Em alguns casos, o indivíduo segue passos como retornar à cena depois de se afastar, misturar-se com curiosos ou oferecer ajuda, alterando o conhecimento das circunstâncias. A simulação de normalidade pode ser vista em admissões judiciais a fim de obter um relatório médico para levantar a liminar.
Por Que Se Simula?
Está em jogo a regra a aplicar no caso em que há um estado psicológico cuja existência é prejudicial aos interesses da revisão. A oportunidade é dada pelo 'quando' e pelos motivos.
Quem Simula?
Simula qualquer pessoa cujos valores morais lhe permitem alterar a realidade e distorcê-la para encaixar os fatos e as circunstâncias em favor de seus interesses e direitos.
Formas de Simulação
- Simulação de doença: fingir os sinais e sintomas da doença.
- Ocultação: esconder os sintomas de um processo real.
- Doença pretexto: relacionar os sintomas de um processo verdadeiro demonstrando inadequação para determinada função.
- Doença provocada: a ação é executada, processo etiológico necessário para atingir uma determinada doença.
- Exagero: aumentar a intensidade e o número de sintomas do processo real.
- Doença ausente, mas invocada.
- Mantida: por um período de incapacidade ou doença.
- Falsamente atribuída: para fazer uma distribuição de lucros.
- Simulação de evento anterior: que é anterior a um evento questionado, quase sempre um crime, e para justificá-lo.
- Simulação de reação em massa: ocorre como um fenômeno de massa ou grupo, também pode ser chamada de "espalhar".
Simular outras formas clínicas diferentes do sofrimento.
Sobressimulação.
Aspectos a Considerar na Simulação
- a) Há um estímulo externo.
- b) Há uma taxa (custo/benefício).
- c) Evita-se a responsabilidade legal.
- d) Pode ser considerada adaptativa em determinadas circunstâncias.
- e) Os objetivos são aparentes, ou seja, os sintomas desaparecem quando não são mais úteis.
Para realizar um exame forense da simulação, considere os seguintes pontos:
- Deve haver ausência de sinais óbvios da doença.
- O sujeito deve estar perfeitamente consciente do que está fazendo e das razões que determinam sua atitude.
- O objetivo a alcançar deve ser claro, sendo um resultado da exploração preestabelecida.
A simulação de doença mental deve depender de elementos circunstanciais. Para descrever um quadro deste tipo, defina o seguinte:
- Deve haver um propósito claro e positivo para o sujeito: a simulação deve significar algo positivo, interessante e benéfico.
- O quadro clínico definitivamente não costuma responder a qualquer síndrome psiquiátrica.
- A clínica psicológica deve ser continuada e mantida, pelo menos, pelos padrões patocrônicos habituais.
- Tanto o começo quanto o fim do quadro devem estar em conformidade com a realidade da clínica psiquiátrica.
Estratégias que podem facilitar nosso trabalho:
- Efeito de solo: o acusado costuma falhar em tarefas que pessoas gravemente afetadas concluem com êxito; parecem ter danos ou deficiências que não fornecem respostas muito simples.
- Curva de rendimentos: indivíduos que não conseguem respostas fáceis e, inversamente, acertam aquelas consideradas difíceis.
- Avaliação da validade sintomática: provas de tarefas de escolha forçada em que a simulação é considerada um indicador quando o desempenho fica abaixo das expectativas.
- Consequências psicológicas associadas: ocorre quando o sujeito atribui muitos sintomas psicológicos ou atitudes que são atípicas para seu déficit.
Sinais Verbais e Não Verbais do Simulador
É muito útil, pois nos aproximamos do que o réu quer esconder. Os sinais incluem: falso medo, falta de expressão de confiança (na testa), falta de entusiasmo ou interesse no que está dizendo, não aumenta a quantidade de detalhes ou o seu timing está errado, emoções negativas, falta de sudorese, alterações na respiração, aumento do número de manipulações.
Detectar o simulador requer, em primeiro lugar, certa experiência clínica; em segundo lugar, paciência inabalável para lidar com a obstinação do réu.