Sintomatologia: Sintomas e Sinais em Plantas
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Sintomatologia
- Estudo dos sintomas e sinais das doenças de plantas
- Objetivo: diagnose.
Sintoma
Qualquer manifestação das reações da planta a um agente nocivo.
Sinal
Estruturas ou produtos do patógeno exteriorizados no tecido doente.
Outros Exemplos de Sinais
- Fungos: Micélio, escleródios, esporos, corpos de frutificação...
- Bactérias: Colônias, exsudatos bacterianos
- Nematóides: Massas de ovos, juvenis, adultos
Classificação dos Sintomas
Os sintomas podem ser classificados conforme:
- A localização em relação ao patógeno;
- As alterações produzidas no hospedeiro;
- Estruturas e/ou processos afetados.
Classificação por Localização
Primários – ação direta do patógeno sobre o tecido afetado.
Secundários ou reflexos – exibidos pela planta em locais distantes daquele da ação do patógeno.
Classificação por Alterações no Hospedeiro
Habituais – alteração no hábito de crescimento da planta. Ex.: superbrotamento, nanismo etc.
Lesionais – lesões na planta ou em um de seus órgãos.
Histológicos – alterações a nível celular.
Fisiológicos – alterações na fisiologia e metabolismo celular.
Morfológicos – alterações a nível de órgão, modificações visíveis na forma ou anatomia.
Exemplos de Sintomas Fisiológicos
Granulose - produção de partículas granulares ou cristalinas em células degenerescentes do citoplasma.
Plasmólise - perda de turgescência das células, cujo protoplasma perde água devido aos distúrbios na membrana citoplasmática. Ex.: Podridão mole da batata.
Vacuolose – formação anormal dos vacúolos no protoplasma das células, levando à degeneração.
Aumento na respiração do hospedeiro – o processo leva a um aumento na área lesionada da taxa de respiração das células atacadas e adjacentes.
Alteração na transpiração do hospedeiro – o processo leva a um aumento na área lesionada da taxa de respiração das células atacadas e adjacentes. Ex.: Fusarium oxysporum (murchas vasculares) em bananeira e tomateiro.
Fisiológicos: Interferência nos Processos de Síntese
Acúmulo ou falta de carboidratos (energia), aminoácidos, sais minerais, hormônios, enzimas e distúrbios no balanço energético da planta. Ex.: em tomateiro atacado por Ralstonia solanacearum ocorre escurecimento vascular e formação de raízes adventícias.
- Destruição da superfície da folha pela ação direta do patógeno
- Indiretamente, com alterações nas vias metabólicas
Exemplos de Sintomas Morfológicos
Quando as alterações exteriorizam-se ao nível de órgão, com modificações visíveis na forma ou na anatomia.
- Necróticos – morte do tecido
- Plesionecróticos
- Holonecróticos
- Plásticos – sub ou superdesenvolvimento do tecido
- Hipoplásticos
- Hiperplásticos
Sintomas Plesionecróticos
Manifestação do sintoma antes da morte do protoplasma; degeneração protoplasmática e desorganização funcional das células.
Amarelecimento – causado pela destruição da clorofila (destruição do pigmento ou dos cloroplastos).
- Folhas
- Leve descoramento do verde normal até amarelo brilhante. Ex.: halo amarelado ao redor de manchas causadas por Alternaria spp., Cercospora spp. e Curvularia spp..
Murcha – estado flácido do tecido devido à falta de água, geralmente causada por distúrbios vasculares e/ou radiculares.
Sintomas Holonecróticos
Manifestação do sintoma após a morte do protoplasma. Mudança de coloração do tecido ou órgão afetado.
Cancro - Lesões necróticas deprimidas, mais frequentes nos tecidos corticais de caules, raízes e tubérculos.
Tombamento ou “damping off” – caracteriza-se pelo tombamento de plântulas, resultado da podridão de tecidos tenros da base do caulículo. Pré ou pós emergência.
Escaldadura – descoramento da epiderme e tecidos adjacentes em órgãos aéreos.
Estria – lesão alongada e estreita paralela às nervuras em folhas de gramíneas.
Gomose – exsudação de goma a partir de lesões provocadas por patógenos que colonizam o córtex ou o lenho de frutíferas.
Mancha – morte do tecido foliar, que se torna seco e pardo.
- Circular
Ex.: Cercosporiose do pimentão.
Sintomas Plásticos (Hipoplásticos e Hiperplásticos)
Surgem devido à falta ou excesso bioquímicos ou citológicos. Anomalias no crescimento, multiplicação ou diferenciação de células, não levando à morte celular.
Hipoplásticos – subdesenvolvimento por redução na multiplicação ou no crescimento das células.
Hiperplásticos – superdesenvolvimento por aumento na multiplicação ou crescimento de células.
Albinismo: falta congênita da produção de clorofila, apresentando-se, geralmente, como variegações brancas nas folhas, mas podendo, em certos casos, tomar todo o órgão.
Clorose: esmaecimento do verde em órgãos clorofilados, decorrente da falta de clorofila.
Estiolamento: envolve hiperplasia das células, com alongamento do caule, mas é classificado como hipoplástico devido à falta de clorofila.
Enfezamento: também conhecido por "nanismo", refere-se à redução no tamanho da planta toda ou de seus órgãos.
Roseta: caracteriza-se pelo encurtamento dos entrenós, brotos ou ramos, resultando no agrupamento de folhas em rosetas.
Bronzeamento: mudança de cor da epiderme, que fica com cor de cobre (bronzeada) devido à ação de patógenos. Ex.: Nematóide em goiabeira.
Encarquilhamento ou encrespamento: deformação de órgãos da planta, resultado do crescimento (hiperplasia ou hipertrofia) exagerado de células, localizado em apenas uma parte do tecido. Ex.: Crespeira do pessegueiro – Taphrina deformans.
Epinastia: curvatura da folha ou do ramo para baixo, devido à rápida expansão da superfície superior desses órgãos.
Superbrotamento: ramificação excessiva do caule, ramos ou brotações florais. Ex.: Vassoura de bruxa do cacaueiro – Moniliophthora (Crinipellis) perniciosa.