Sociedade do Século XIX: Demografia e Mudanças
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Expansão Demográfica no Século XIX
No século XIX, verificou-se um crescimento muito rápido e acentuado da população mundial, em especial na Europa industrializada, falando-se por isso de uma expansão demográfica. Impôs-se o modelo demográfico moderno:
- Recuo da mortalidade;
- Declínio da elevada natalidade;
- Descida da idade do casamento;
- Aumento da esperança média de vida;
- Aumento da densidade populacional.
Estas características revelaram-se mais evidentes nos países industrializados da Europa, pois a expansão da Revolução Industrial corresponde a uma expansão da população. Assim, os demógrafos e historiadores, na tentativa de interpretar a explosão populacional do século XIX, apontam os seguintes fatores: melhores cuidados médicos, maior abundância de bens alimentares, investimento social e afetivo na criança (tornada o centro da família burguesa) e progressos na higiene.
Expansão Urbana
O crescimento das cidades oitocentistas explica-se pela atração que estas exercem sobre uma população em franco crescimento. Fatores:
- Êxodo rural: as alterações na produção agrícola, ao dispensarem parte da mão-de-obra, levam a que o habitante da província procure a cidade;
- Emigração: a população europeia foi responsável por diversas vagas de partida para colónias dos continentes africano, americano e oceânico;
- Crescimento dos setores secundário e terciário: a indústria, o comércio e as profissões liberais concentram-se nas cidades e requerem cada vez mais efetivos.
Fenómeno Emigratório
- Pressão populacional: os governos e sindicatos apoiavam políticas migratórias no intuito de contornar os problemas decorrentes da explosão populacional europeia;
- Problemas do mundo rural: enquanto nos países desenvolvidos as transformações na agricultura libertavam mão-de-obra, nas regiões menos industrializadas persistiam as fomes provocadas por maus anos agrícolas;
- Problemas ligados à industrialização: uma industrialização muito rápida que produzia desemprego tecnológico;
- Revolução dos transportes: que embarateceu o preço das passagens, nomeadamente de barco a vapor;
- Idealização dos países de destino;
- Fuga a perseguições políticas e religiosas.
Diversidade da Sociedade de Classes
A sociedade de ordens do Antigo Regime, na qual o nascimento era o principal fator de distinção social, deu lugar à sociedade de classes da época contemporânea, em que os cidadãos, embora iguais perante a lei, se distinguem pelo dinheiro e por todas as vantagens que este permite conquistar. Deste modo, a unidade social conferida pelo igual estatuto jurídico dos cidadãos é fragmentada em dois grandes grupos:
- Burguesia: é o grupo dominante porque detém os meios de produção, muito embora ela própria se divida numa hierarquia de diferentes estatutos;
- Proletariado: é a classe mais baixa que fornece o trabalho à organização industrial.
Na sociedade de classes, a mobilidade ascensional é um fenómeno mais frequente do que na sociedade de ordens e os casos de sucesso de alguns indivíduos de origem humilde - self-made men - fazem crer a todos que os lugares cimeiros da sociedade podem ser conquistados apenas pelo mérito individual.
Classes Burguesas
- Alta Burguesia: no século XIX conquistou um poder equiparável ao seu estatuto económico. Além de controlar os pontos-chave da economia, exercia cargos políticos. Porém, ao nível dos comportamentos, a nobreza continuava a ser o modelo. Para afirmar o seu poder, os burgueses de negócios tentavam aproximar-se da aristocracia.
- Classes Médias: constituem o grupo mais heterogéneo e socialmente flutuante da sociedade industrial. Englobam o conjunto das profissões que não dependem do trabalho físico, isto é, o chamado setor dos serviços. Integra pequenos empresários da indústria, empregados comerciais e profissionais liberais.