Sociologia: Conceitos, Origens e Metodologia Científica
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A Sociologia é uma das ciências sociais que estuda a sociedade humana e as diferentes comunidades, grupos e instituições que a compõem, bem como as relações que mantêm entre si. Estuda o homem na medida em que sua condição deve ser explicada socialmente, e os resultados sociais de suas intenções e comportamento. A Sociologia investiga a estrutura, os processos e a natureza da sociedade humana em geral. Quando um economista investiga o desenvolvimento do capitalismo em uma dada sociedade, o sociólogo também observa os setores sociais que compõem a economia capitalista. Comparada com outras ciências sociais, há uma diferença no grau de generalidade. Os resultados obtidos por cada uma das ciências sociais são complementares. Há uma estreita união entre as ciências sociais. Fundador: Augusto Comte. Não é uma ciência social autônoma. Dispõe sobre diversos temas. Inter-relaciona fenômenos que pertencem a diferentes níveis da vida social.
A Imaginação Sociológica
O sociólogo utiliza uma abordagem: a «imaginação sociológica», pela qual inter-relaciona as diversas dimensões da vida social. Essa imaginação é a chave para a compreensão sociológica da realidade humana. Ela nos permite revelar a unidade e a diversidade do mundo social, a interdependência de todas as áreas da realidade social, a natureza essencial das relações interpessoais e a dimensão social da condição humana.
Fontes da Sociologia: O Contexto Histórico
O Capitalismo e o Feudalismo
As fontes da Sociologia incluem o capitalismo e a lógica interna do feudalismo. A taxa de participação comercial e industrial gerada e que, posteriormente, lançou as bases para uma nova sociedade. Os componentes que entravam no jogo político, onde o valor simbólico de nenhum deles se sobrepunha aos demais.
Afastamento Familiar e Expansão Geográfica
O afastamento da vida familiar e a expansão geográfica. No século XII, a população europeia aumentou consideravelmente. Houve um maior bem-estar entre os servos e camponeses, que migraram para as cidades. O crescimento das cidades trouxe mais liberdade para adquirir e consolidar a sua prosperidade num mundo feudalizado de massa rural. A Guerra dos Cem Anos na França e a Guerra dos Trinta Anos na Alemanha, juntamente com o crescimento de pragas, diminuíram a população, mas não conseguiram reverter a Europa para a baixa população de outros tempos. As mudanças ocorreram: casamento adiado por causa do costume da neolocalidade (busca de novo lar para um novo casamento), com o reforço paralelo da família nuclear. No século XVI, deu-se a expansão de nossos valores modernos em todas as áreas.
O Mercado Imobiliário em Expansão
O crescimento do mercado de bens independentes. Dominado pela lei da oferta e da procura, criou-se um novo mundo econômico: o capitalismo comercial inicial. Sua extensão para o resto da sociedade transformou as relações sociais de produção.
Desenvolvimento do Modo Industrial de Produção
No século XVII, fábricas rudimentares mostraram-se eficazes para o fabrico rápido de mercadorias. No século seguinte, o modo de produção industrial expandiu-se consideravelmente, formando-se assim a partir da Revolução Industrial.
A Nova Mentalidade Burguesa e o Protestantismo
As novas atitudes da modernidade, por sua vez, impulsionaram a consolidação final da sociedade de classes e do capitalismo. As guerras religiosas, a perseguição e a formação dos estados absolutistas ideológicos tendem a obscurecer o poder subjacente, que é a mentalidade burguesa em toda a sua complexidade. Por exemplo, o protestantismo. Max Weber acreditava que o calvinismo propiciou o surgimento de um novo capitalismo baseado em especulações e comércio.
A Primeira Sociedade Moderna: O Processo de Modernização
A Europa, do século XV ao XVIII, formou a base da primeira sociedade totalmente moderna: a burguesia industrial e a sociedade ocidental capitalista, entre o início da Revolução Francesa e o início da Primeira Guerra Mundial. Este período da história é chamado de contemporâneo. O que é uma sociedade moderna? É uma sociedade com grande mobilidade vertical, famílias nucleares, menos crianças, que afirma uma autoridade política legalista e racionalista, e com um abundante leque de bens de produção técnica e industrial. Karl Deutsch tentou definir a dinâmica das mudanças sociais e a caracterizou com base na modernidade através de sua noção de mobilização social, um processo pelo qual a união dos indivíduos com as instituições pré-existentes se desgasta e novas rotas são denotadas como um fenômeno moderno. Existem várias formas de modernidade e sociedades em que algumas características da modernidade são mais proeminentes do que em outras. A modernização ocorre de forma desigual em diferentes países e regiões do mundo.
O Caráter Científico da Sociologia
A Sociologia é uma ciência, um ramo do conhecimento humano, que tende à compreensão racional e objetiva de uma área da realidade. Para decidir se é ou não uma ciência, é preciso saber se ela avança nosso conhecimento objetivo, verificável e racional da sociedade. A escola de sociologia positivista defende que deve ser baseada em métodos de quantificação e experimentação, assim como outras ciências. Outros consideram a sociologia uma ciência da cultura. Durkheim afirmou que o nível social da realidade é regido por leis sui generis, que não encontram analogias fáceis em outro lugar nesta realidade.
A Sociologia é uma disciplina unidimensional, é uma ciência, pois atende aos requisitos mínimos que todos os críticos da ciência exigem: empirismo, análise, teoria, abertura, neutralidade e ética. A Sociologia é uma disciplina empírica; deve ser factual e respeitar as informações mais confiáveis do ponto de vista empírico. Submetida à análise racional, a Sociologia é essencialmente analítica. A Sociologia é uma disciplina teórica. Ela universaliza os resultados parciais que a pesquisa empírica fornece à teoria sociológica. A Sociologia é uma disciplina ampla. Não é dogmática. A ciência não é dogmática. As proposições da Sociologia devem ser revistas, sob a dúvida metódica, e têm de ser falsificáveis. A Sociologia é um conhecimento cumulativo. A cumulatividade é um processo muito complexo e progressivo. O resultado é o enriquecimento do nosso conhecimento e o progresso social. A Sociologia é uma disciplina cuja metodologia é moralmente neutra, mas cuja preocupação pela condição humana não é moralmente indiferente. A Sociologia é crítica da sociedade e avalia a ordem social. O imperativo moral exige a independência do sociólogo desses interesses que comprometam a objetividade, que também é emitida por vocação.
Metodologia e Método na Sociologia
Metodologia é o estudo sistemático dos métodos utilizados por uma ciência em sua investigação da realidade. Consiste em um conjunto de métodos que uma ciência usa. A complexidade do objeto de estudo institui este pluralismo metodológico. O método é o processo de investigação a ser seguido pela mente para melhorar o seu conhecimento. Muitas ciências têm seus próprios métodos, mas nenhum é totalmente transferível. A Sociologia usa métodos utilizados por outras ciências.
Etapas da Pesquisa Sociológica
As pesquisas sociológicas são bem semelhantes às de outras ciências.
A Hipótese
Elas começam com uma hipótese: conjecturas que devem formar a base da investigação e cujos resultados decidirão. Vêm intuitivamente.
Definições Operacionais
Em seguida, desenvolvem-se definições operacionais: declarações que detalham as técnicas, as áreas abrangidas e esclarecem os conceitos utilizados, sua extensão e significado.
Esquema ou Estrutura
Em seguida, propõe-se um esquema ou estrutura a ser respeitado.
Devem-se usar definições claras e distintas que nos permitam operar em nossa pesquisa, ou uma definição operacional, e não um conceito que todos previamente acordaram.
Os pesquisadores tentam usar e testar conceitos já utilizados pelos seus pares ou antecessores. O processo de conceituação parte daqui, sendo um aspecto da cumulatividade da teoria sociológica.
Quando a definição é aceita, pode-se usar sempre uma definição operacional a partir da qual podemos avançar.
Conceituação e Codificação
Outro aspecto é a codificação de conceitos em inventários sistemáticos. Merton descobriu um meio – «o que era, de facto, as competências estratégicas dos investigadores, em vez da invenção de novas estratégias de pesquisa. Embora a descoberta do primeiro possa facilitar a invenção da segunda» – na tentativa de classificar experiências anteriores de pesquisa.
Modelos Teóricos: Os Tipos Ideais de Weber
A codificação é semelhante à formação de modelos. Weber disse que são construções mentais que expressam as características fundamentais dos fenómenos a que o resumo se refere. Os «tipos ideais» de Weber não existem na realidade objetiva, mas são necessários para a sua compreensão.
Todas as ciências usam essas construções. A Sociologia também precisa desenvolver seus modelos para construir modelos de «burocracia», «feudalismo»... Os modelos heurísticos são um requisito básico.
O inquérito ou investigação não começa depois de todas essas etapas anteriores terem sido realizadas, mas na prática tudo é montado simultaneamente. Essa investigação deve ser essencialmente uma interpretação causal da realidade social, não uma mera descrição de dados. Esta última só pode produzir um relatório social mais ou menos interessante, mas nunca Sociologia no sentido estrito da palavra.