Primeiros Socorros: Guia Completo
Classificado em Medicina e Ciências da Saúde
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Direitos do Paciente
- Atendimento humano, atencioso e respeitoso.
- Local digno e adequado para atendimento.
- Receber do funcionário adequado, presente no local, auxílio imediato e oportuno para a melhoria de seu conforto e bem-estar.
- Sigilo profissional, desde que não acarrete riscos a terceiros ou à saúde pública.
- Indenização pecuniária no caso de qualquer complicação em suas condições de saúde motivadas por imprudência, negligência ou imperícia dos profissionais de saúde.
- O paciente tem direito a uma morte digna e serena, podendo optar ele próprio (desde que lúcido), a família ou responsável, por local ou acompanhamento e ainda se quer ou não o uso de tratamentos dolorosos e extraordinários para prolongar a vida. (Portaria do Ministério da Saúde nº 1286 de 26/10/93 - art. 8º e nº 74 de 04/05/94).
Consentimento da Vítima
- Para prestar auxílio é necessário solicitar e obter permissão.
- Tocar em alguém sem permissão pode ser considerado agressão e invasão de privacidade e essa atitude poderá ser objeto de processo jurídico indenizatório, o mesmo para prestar socorro.
Tipos de Consentimento
- Expresso (gestos ou palavras).
- Implícito (inconsciente, menor desacompanhado, pessoa com deficiência de desenvolvimento mental, recusa ao socorro, testamento de recusa ao socorro).
- Abandono: deixar a vítima após ter iniciado o atendimento antes de conseguir repassar a responsabilidade para outra pessoa com nível de treinamento igual ou superior ao seu.
- Negligência: atender uma vítima sem observar as técnicas adequadas e os protocolos estabelecidos provocando com isso agravamento ou lesões adicionais.
Negligência Envolve
- Omitir socorro quando há obrigatoriedade implícita à função.
- Prestar socorro com qualidade de atendimento inferior à que seria possível.
- Provocar lesões adicionais ou agravar lesões existentes.
Omissão de Socorro
- Prestar socorro nem sempre significa tocar na vítima, mas sim, obter auxílio, chamar o SAMU e nunca deixar a vítima entregue à sua própria sorte.
- Ficará caracterizada a omissão se houver falha em cumprir com a responsabilidade prevista em regulamentações, como nos casos das empresas com seus funcionários e clientes e instituições públicas com os cidadãos, bombeiros, etc.
- Quando houver responsabilidade com a outra pessoa, como nos casos de pais com seus filhos, técnicos de esportes.
Quebra de Protocolo
Haverá caracterização da quebra de protocolos se o socorrista falhar ao aplicar técnicas que outro socorrista, nas mesmas circunstâncias e com o mesmo tipo de capacitação, teria aplicado. (Ex.: Fazer incisão numa mordida de cobra).
Agravamento da Lesão
Constitui uma circunstância na qual houve, além de quebra de protocolos de atendimento, aumento da dor e sofrimento à vítima, causada por ações do socorrista. Dor e sofrimento, tanto de ordem física quanto mental, provocando angústia, medo e infligindo à vítima, aumento no tempo de recuperação, nos custos hospitalares e perdas patrimoniais.
Leis Federais, Estaduais e Municipais
- Artigo 135 - Código Penal.
- Ministério da Saúde - Portaria 2048 de novembro de 2002.
- Regulação Médica.
Regulamentos
- Normas Técnicas ABNT - NBR.
- Direito de exercer a profissão.
- Atualizar registros e/ou certificados.
Ética Profissional
Responsabilidades Fundamentais
- Conservar a vida.
- Aliviar o sofrimento.
- Promover a saúde.
- Não causar danos.
Avaliar Cenário
Três aspectos:
- Risco iminente para você, a vítima e outras pessoas.
- Mecanismo de lesão e trauma.
- Número de vítimas no local.
Avaliação Inicial da Vítima
Tem o objetivo de identificar problemas que ameacem a vida da vítima e que necessitem de atendimento imediato.
Nível de Consciência
- C - Circulação.
- A - Vias Aéreas.
- B - Respiração.
Escala de Glasgow
- Abertura ocular (4 - espontânea; 3 - à voz; 2 - à dor; 1 - ausente).
- Resposta verbal (5 - orientado; 4 - confuso; 3 - desconexo; 2 - incompreensível; 1 - ausente).
- Resposta motora (6 - obedece a comandos; 5 - localiza a dor; 4 - retirada à dor; 3 - flexão; 2 - extensão; 1 - ausente).
Circulação
- Adulto normal - 60 a 100 bpm.
- Atleta - 40 a 60 bpm.
- Criança - 80 a 100 bpm.
Hemorragia
Perda de grande quantidade de sangue para o meio externo ou interno através de uma ruptura ou laceração de artérias, veias e vasos sanguíneos.
Tipos de Hemorragia
- Arterial: o sangue é vermelho vivo, claro e flui em jatos rápidos e fortes, de acordo com o batimento cardíaco, portanto perde-se maior quantidade de sangue.
- Venosa: o sangue é vermelho escuro, flui de forma lenta e contínua com uma intensidade geralmente menor.
- Capilar: o sangue tem aspecto oleoso, flui com lentidão e em geral são menos graves.
Classificação
- Externa: é o sangramento de estruturas superficiais e fácil de ser identificada.
- Interna: ruptura de vasos ou órgãos internos. O sangramento não pode ser visto e é necessário muita atenção aos sinais e sintomas específicos.
Procedimentos na Hemorragia Externa
- Faça compressão local suficiente para cessar o sangramento.
- Eleve o membro afetado para reduzir a chegada de sangue no local.
- Aplique compressão sobre um ponto de pressão para reduzir o fluxo de sangue (Artéria Braquial e Artéria Femoral).
- Em último caso, faça um garroteamento/torniquete do membro afetado.
Sinais e Sintomas (Hemorragia Externa)
- Enjoos e vômitos.
- Batimentos acelerados.
- Pulso fraco.
- Respiração rápida e superficial.
- Sede.
- Sudorese.
- Desmaios.
- Diminuição da temperatura, ocasionando frio e calafrios.
- Estado de choque.
- Tontura.
- Palidez.
Procedimentos na Hemorragia Interna
- Acalme a vítima, se estiver consciente.
- Monitorar ABC.
- Considere o vômito e deite a vítima do lado esquerdo.
- Aqueça a vítima com cobertor ou algo similar.
- Se necessário atenda o estado de choque.
- Não permita que a vítima tome líquidos.
Sinais (Hemorragia Interna)
- Alteração do nível de consciência ou inconsciência.
- Agressividade ou passividade.
- Tremores e arrepios do corpo.
- Pulso rápido e fraco.
- Respiração rápida e artificial.
- Pele pálida, fria e úmida.
- Sudorese.
- Sede.
- Pupilas dilatadas.
Sintomas (Hemorragia Interna)
- Fraqueza.
- Sede.
- Frio.
- Ansiedade ou indiferença.
Primeiros Socorros (Hemorragia Interna)
- Deitar o acidentado e elevar os membros inferiores.
- Prevenir o estado de choque.
- Providenciar transporte urgente, pois só em hospital se pode estancar a hemorragia interna.
- Não dê qualquer tipo de alimento ou bebida à vítima.
- Se ela queixar-se muito de sede, molhe um lenço apenas para umidificar a língua.
- Não retire objetos do ferimento como gravetos, hastes metálicas.
Ferimentos Abertos
É uma ruptura na pele que provoca sangramento externo, abrindo caminho para bactérias entrarem no organismo e provocarem infecção.
Classificação
- Escoriação: é o arrancamento de camadas celulares da pele (epiderme), e tem pouco sangramento.
- Laceração: ferimento que produz bordas irregulares no tecido atingido.
- Incisão: ferimento que apresenta bordas regulares e bem definidas, parecendo com um procedimento cirúrgico.
- Perfuração: significa que um objeto penetrou no corpo produzindo um orifício estreito.
- Avulsão: pedaço de pele arrancado que fica pendurado ou pode ser completamente separado do corpo.
Procedimentos (Ferimentos Abertos)
- Aplicar pressão direta sobre o ferimento com gaze ou pano limpo.
- Remover qualquer item do vestuário da vítima que esteja dificultando o acesso ao ferimento.
- Controlar o sangramento conforme descrito no protocolo.
Amputação
Remoção de uma extremidade do corpo através de cirurgia ou acidente.
Procedimentos (Amputação)
- Controlar o sangramento, atender a vítima para o estado de choque.
- Tente recuperar a parte amputada, se possível leve com a vítima para o hospital.
Cuidados com a Parte Amputada
- Não lavar.
- Envolver a parte em gaze estéril ou pano limpo seco.
- Colocar dentro de um saco plástico.
- Colocar o saco plástico sobre uma camada de gelo.
- Não deixar mais que 6 horas.
Objeto Empalado
Objeto rígido que é transfixado no corpo.
Procedimentos (Objeto Empalado)
- Nunca remova o objeto.
- Imobilize o objeto.
- Se for necessário, corte o objeto bem próximo ao corpo.
- Remova a vítima imediatamente para um hospital.
- Monitore o ABC.
Ferimento Aspirante
Ocorre quando um ferimento penetrante abre uma passagem para a cavidade torácica, por onde o ar entra e sai a cada respiração.
Procedimentos (Ferimento Aspirante)
- Aplique curativo de 3 pontas.
- Mantenha a vítima reclinada.
- Administre oxigênio, se tiver treinamento.
- Monitore o ABC.
- Trate para o estado de choque.
- Se necessário aplique a RCP.
Trauma Aberto de Abdômen
Protusão de vísceras para fora da cavidade abdominal, como consequência de incisão abdominal pós-trauma.
Procedimentos (Trauma Aberto de Abdômen)
- Cubra as vísceras com compressa umedecida em água sem cloro ou soro fisiológico.
- Preserve a temperatura.
- Posicione em decúbito dorsal.
- Recline se apresentar dificuldade para respirar.
- Não dê nada para a vítima ingerir.
- Eleve as pernas 30 cm.
- Administre oxigênio, se tiver treinamento.
- Monitore o ABC.
- Transporte para o hospital ou chame o resgate.
Lesões nos Ossos
É o mais comum. Existem vários sinais clínicos que caracterizam uma fratura. Podemos citar, por exemplo, o traumatismo, a dificuldade ou incapacidade de movimento, dor e edema na área atingida, posição anormal do membro e, se a fratura for aberta, há naturalmente o surgimento do osso fraturado rompendo a pele.
Lesão na Coluna Cervical
Lesões que atingem a cabeça indicam possibilidade de lesão na coluna vertebral pelo fato de que movimentos bruscos na cabeça em diversas direções transferem energia para a região cervical, podendo lesionar a medula.
Como Reconhecer uma Lesão na Coluna Vertebral
- Associação do tipo de acidente com a possibilidade de lesão na coluna vertebral.
- Dor intensa na região posterior do tronco.
- Presença de hematoma ou edema na região posterior do tronco.
- Presença de deformação palpável ou visível na coluna.
- Perda de sensibilidade e/ou mobilidade dos membros.
- Priapismo.
- Perda do controle urinário e fezes.
- Incontinência intestinal ou urinária.
Procedimentos (Lesão na Coluna Vertebral)
- Mantenha as condições respiratórias.
- Mantenha a cabeça alinhada com tração e aplique colar cervical.
- Se a vítima estiver sentada, coloque a prancha curta ou KED, antes de removê-la.
- Controle SSVV.
- Chame o resgate.
Fraturas Fechadas
São aquelas em que o osso quebrado não aparece na superfície, isto é, quando não ocorre ruptura das partes moles superficiais, apenas sentindo-se o desnível e o movimento anormal dos ossos.
Procedimentos (Fraturas Fechadas)
- A vítima deve ser movimentada o menos possível.
- Imobilizar o membro com talas ou apoios adequados, como tábua, papelão, revistas dobradas, travesseiros, mantas dobradas, etc.
- As talas devem ser amarradas acima e abaixo do local da fratura e acima e abaixo das articulações próximas à área fraturada.
- Remova o acidentado para o hospital ou chame o resgate.
Fraturas Abertas
O osso fraturado aparece na superfície corporal, devido aos rompimentos da carne e da pele.
Procedimentos (Fraturas Abertas)
- A vítima deve ser movimentada o menos possível.
- Se houver hemorragia, tente controlar usando os procedimentos adequados.
- Com cuidado remova ou corte as roupas que estejam cobrindo o local da lesão.
- Avalie o local da lesão procurando por DFaFI (Dor, Formigamento, Alteração de Sensibilidade, Fraqueza, Incapacidade).
- Imobilizar o membro com talas ou apoios adequados, como tábua, papelão, revistas dobradas, travesseiros, mantas dobradas, etc.
- Coloque uma roldana no bisel do osso para evitar agravar a lesão.
- As talas devem ser amarradas acima e abaixo do local da fratura e acima e abaixo das articulações próximas à área fraturada.
- Transporte para o hospital ou chame o resgate.
Fundamentos de Enfermagem
- Saber identificar um problema específico através dos sinais e sintomas.
- Descrever e aplicar o procedimento adequado para a solução de problemas reais ou potenciais de saúde das vítimas.
- Posicionar-se profissionalmente junto às situações de emergência.
Sinais
Condições da vítima que você pode perceber com seus sentidos (presença e qualidade da respiração e pulso; preenchimento capilar; coloração; temperatura; umidade da pele; reatividade das pupilas; nível de consciência).
Sintomas
O que a vítima sente e é capaz de descrever, a queixa principal (sinto dor nas costas; acho que vou vomitar; minha perna dói; outras queixas).
Responsabilidade Civil e Criminal
Podem ocorrer processos indenizatórios contra instituições e empresas que não tenham cumprido normas técnicas ou legislação pertinente.
Protocolo
- É a maneira que o indivíduo deve agir ou se portar quando estiver atuando profissionalmente.
- Normalmente, isso é pré-definido por instituições.
- Tem força de lei e serve como parâmetro para orientar o juiz em causas específicas.
Obrigatoriedade de Socorro
- Qualidade do atendimento.
- Responsabilidade.
- Competência.
- Honestidade.
- Atualização.
- Consentimento da vítima.
Artigo 135 - Omissão de Socorro
Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública: Pena - 1 a 6 meses de detenção ou multa. § único: a pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.
Artigo 302 - Código de Trânsito
No que tange aos cuidados que se deve ter para remoção da vítima quando as circunstâncias e a gravidade dos ferimentos exigirem transporte adequado. Havendo dúvidas quanto ao procedimento a ser tomado, a prudência determina que nenhuma providência seja feita, comunicando-se e aguardando-se a chegada do socorro adequado. Inciso III - prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente.
Entorse
Provocadas por uma excessiva distensão dos ligamentos e das restantes estruturas que garantem a estabilidade da articulação.
- Movimentos bruscos.
- Traumatismos.
- Um simples tropeçar que force a articulação.
Sinais e Sintomas (Entorse)
- Dor imediata.
- Edema (inchaço).
- Hematoma.
- Rigidez articular.
- Dificuldade para andar.
Tratamento (Entorse)
- Manter a articulação afetada em repouso, de preferência absoluto, de modo a favorecer a rápida cicatrização e a recuperação dos tecidos lesionados.
- O uso de compressa de gelo.
- Administração de medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos comuns.
Luxação
Traumatismo violento que provoca uma insuficiência nos elementos de sustentação da articulação e a deslocação do osso, que deixa de estar unido à articulação.
- Deterioração dos elementos de sustentação da articulação.
- Traumatismo violento.
- Tração súbita e intensa.
Sinais e Sintomas (Luxação)
- Dor intensa e imediata no local.
- Impotência funcional.
- Edema.
- Dependendo do grau de deslocamento tem-se a perda parcial ou total do movimento da articulação.
- Caso a luxação afete uma articulação de um membro, a extremidade pode ficar um pouco mais curta ou mais longa do que a normal.
Primeiros Socorros (Luxação)
- Aplicação de bolsa de gelo ou compressas frias.
- Imobilizar o local afetado.
- Manter a vítima em repouso.
- Encaminhe a vítima ao pronto atendimento mais próximo.
Não tente colocar a articulação no lugar!
Contusão
Lesão sem fratura dos tecidos moles do corpo. Ela é gerada pelo impacto mecânico de um agente externo sobre uma parte do corpo.
Tipos de Contusão
- Equimose: há equimose (mancha arroxeada) quando uma contusão produz a rotura de pequenos vasos no tecido celular subcutâneo e às vezes na própria derme, infiltrando-se uma pequena quantidade de sangue entre os elementos que formam esses tecidos.
- Hematoma: produz-se quando a contusão rompe vasos de maior calibre, derramando-se uma maior quantidade de sangue, que pode infiltrar-se no tecido celular subcutâneo e nos músculos, ou então, ao separar elementos vizinhos, formar uma coleção ou acumulação localizada de sangue.
Primeiros Socorros (Contusão)
- Com gelo resfrie a lesão com a aplicação de um objeto gelado por 10 a 12 minutos.
- Se você estiver com a perna inchada, eleve a perna o máximo possível.
- Faça compressão sobre o membro inchado.
Choque Hipovolêmico
É o tipo mais frequente de choque, podendo ser subsequente a hemorragia ou a perda plasmática isolada.
- A sintomatologia destas duas situações é clinicamente sobreponível.
- Os sintomas variam de acordo com a magnitude da perda e, portanto, com a gravidade da situação.
Etiologia (Choque Hipovolêmico)
- Hemorragias abundantes.
- Desidratação que ocorre com privação de água ou em períodos de grande calor.
- Vômitos ou diarreia com muita perda de água.
- Após queimaduras graves, pois a pele que impede a evaporação excessiva de líquidos corporais é destruída.
Sinais (Choque Hipovolêmico)
- Taquicardia.
- Palidez cutânea.
- Pulso irregular.
- Pele fria.
- Perda da consciência.
Sintomas (Choque Hipovolêmico)
- Leve (< 20% do volume circulante; membros frios; ansiedade; colapso venoso).
- Moderada (20 a 40% idem + taquicardia; taquipneia).
- Grave (> 40% idem + instabilidade hemodinâmica; hipotensão; taquicardia acentuada).
Tratamento (Choque Hipovolêmico)
- Colocação de um catéter venoso e injeção de soluções líquidas especiais que retêm o líquido dentro dos vasos.
- A preparação mais frequente é o Soro Ringer Lactato.
- Se o choque é devido a hemorragias, é ainda administrado sangue de transfusões quando a perda de sangue foi superior a 2 litros.
Choque Cardiogênico
O estado de choque é um estado de hipoperfusão tecidual.
- Desequilíbrio condicionado.
- A lesão celular induz uma resposta inflamatória.
- Características clínicas do choque.
Fisiopatologia (Choque Cardiogênico)
- Ocorre envolvimento da redução da perfusão coronária e o aumento do consumo do miocárdio de O2.
- Induz progressivamente mais isquemia e morte celular.
- Existe disfunção ventricular sistólica e diastólica.
- Fatos que a função diastólica fica comprometida.
- A disfunção sistólica com diminuição do débito cardíaco é responsável por situações.
- A menor produção de energia por estas vias metabólicas alternativas levam a falências dos sistemas.
- Quando a isquemia é prolongada estas alterações tornam-se irreversíveis.
- Estas alterações celulares vão ter uma tradução hemodinâmica.
- Há uma redução do DC com aumento do volume telediastólico do VE.
- Para compensar a redução do DC.
- Consequência da tentativa de manter a DC por este mecanismo.
Intervenções de Saúde com Foco na Odontologia (Choque Cardiogênico)
- Realize uma rápida inspeção na vítima, combata, evite ou contorne a causa do estado de choque.
- Mantenha a vítima deitada e em repouso.
- Verifique se as vias aéreas estão permeáveis.
- Execute a massagem cardíaca externa associada à respiração de socorro boca a boca.
Choque Séptico
Doença na qual, como resultado da septicemia, a tensão arterial baixa a um nível tal que pode pôr a vida em perigo. É causado pelas toxinas produzidas por certas bactérias e também pelas citocinas.
Sepse
É a resposta inflamatória sistêmica e um sinal de infecção.
Fisiopatologia (Choque Séptico)
- O choque circulatório é marcado por reduções críticas na perfusão tecidual.
- A hipóxia tecidual compromete a atividade metabólica, celular e, finalmente, as funções celulares e orgânicas.
- À medida que o choque progride, os mecanismos compensatórios entram em falência, de modo que as medidas terapêuticas deixam de ter os efeitos desejados, resultando em choque irreversível e morte.
Sinais (Choque Séptico)
- Em geral, os primeiros sinais visíveis, mesmo 24h ou mais antes da diminuição da tensão arterial, são a redução do estado de alerta e a confusão. Estes sintomas devem-se ao fato de o cérebro receber uma menor quantidade de sangue.
- Calafrios com tremores.
- Aumento da temperatura.
- Palidez.
- Náuseas e vômitos.
- Pulso acelerado e oscilações da pressão arterial.
Tratamento e Prognóstico (Choque Séptico)
O paciente é internado numa unidade de cuidados intensivos para submeter ao tratamento adequado. Costumam administrar dois antibióticos associados para aumentar as possibilidades de as destruir.
Nível de Consciência
Quatro estados:
- 1: é o normal, em que o paciente está totalmente acordado, lúcido e orientado.
- 2: a consciência está ligeiramente afetada, mas o paciente responde à voz.
- 3: o paciente está mais confuso, mas reage à voz e/ou movimento para evitar a estimulação dolorosa, por exemplo beliscar a ponta da orelha ou dar um murro numa costela.
- 4: o paciente encontra-se numa inconsciência profunda e não reage a estimulações dolorosas.
A verificação pode ser checada do seguinte modo:
- A = Alerta: se o acidentado estiver alerta (ou acordado), provavelmente não deve ter sido alterado o seu nível de consciência.
- F = Fala: deve-se procurar fazer perguntas ao acidentado, neste caso, para saber se sua fala foi afetada e qual o seu nível de consciência.
- D = Dor: um terceiro estágio do nível de consciência, ainda mais grave, é quando o acidentado não fala, mas geme de dor.
- N = Não fala: este é o caso extremo ou o mais perigoso. Possivelmente o paciente está desacordado (desmaiado) ou em estado de coma.
Dilatação das Pupilas (Midríase)
A dilatação das pupilas é uma reação normal do organismo à diminuição da luz incidente no globo ocular. Quando a intensidade luminosa aumenta, ela se contrai. Alterações nesse mecanismo são provocadas por certas lesões, como por exemplo, as do crânio. O socorrista deve observar, inicialmente, se os diâmetros ou as aberturas das pupilas são iguais nos dois olhos. Em seguida, com uma lanterninha, verificar se elas se contraem com a incidência do foco.
Escala de Glasgow
A pontuação máxima é de 15, e valores menores que 8 são considerados coma.
- 3 = coma profundo (85% de probabilidade de morte).
- 4 = coma profundo.
- 7 = coma intermediário.
- 11 = coma superficial.
- 15 = normalidade.
Escala de Jouvet
Nessa escala são avaliados dois parâmetros:
1 - Perceptividade
Os indicadores usados para essa avaliação incluem:
- Execução de ordem escrita.
- Orientação no tempo e espaço.
- Execução de ordem verbal.
- Reflexo de blinking.
2 - Reatividade Específica
É verificada a presença de reação orientada e reação de despertar.
- Observação de mímica facial.
- Reatividade vocal.
- Reação ao despertar.
- Retirada de membros (perante aplicação de estímulos dolorosos).
Resposta Ocular
- 4 - pálpebras abertas; os olhos seguem o movimento do dedo do examinador.
- 3 - pálpebras abertas, mas os olhos não seguem o movimento dos dedos do examinador.
- 2 - pálpebras fechadas, mas abrem ao comando verbal.
- 1 - pálpebras fechadas, mas abrem ao estímulo doloroso.
- 0 - pálpebras permanecem fechadas, mesmo com estímulo doloroso.
Resposta Motora
- 4 - faz o sinal de positivo ou cerra a mão ou faz o sinal de paz.
- 3 - localiza o estímulo doloroso.
- 2 - resposta à dor em flexão (decorticação).
- 1 - resposta à dor em extensão (descerebração).
- 0 - nenhuma resposta à dor ou presença de estado de mal mioclônico generalizado.
Reflexo do Tronco Encefálico
- 4 - reflexos pupilar e corneopalpebral presentes.
- 3 - uma pupila midriática e fixa.
- 2 - reflexo pupilar ausente bilateralmente.
- 1 - reflexos pupilar e corneopalpebral ausentes.
- 0 - reflexos pupilar, corneopalpebral e óculo-cefálico ausentes.