Primeiros Socorros: Guia Completo

Classificado em Medicina e Ciências da Saúde

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Direitos do Paciente

  • Atendimento humano, atencioso e respeitoso.
  • Local digno e adequado para atendimento.
  • Receber do funcionário adequado, presente no local, auxílio imediato e oportuno para a melhoria de seu conforto e bem-estar.
  • Sigilo profissional, desde que não acarrete riscos a terceiros ou à saúde pública.
  • Indenização pecuniária no caso de qualquer complicação em suas condições de saúde motivadas por imprudência, negligência ou imperícia dos profissionais de saúde.
  • O paciente tem direito a uma morte digna e serena, podendo optar ele próprio (desde que lúcido), a família ou responsável, por local ou acompanhamento e ainda se quer ou não o uso de tratamentos dolorosos e extraordinários para prolongar a vida. (Portaria do Ministério da Saúde nº 1286 de 26/10/93 - art. 8º e nº 74 de 04/05/94).

Consentimento da Vítima

  • Para prestar auxílio é necessário solicitar e obter permissão.
  • Tocar em alguém sem permissão pode ser considerado agressão e invasão de privacidade e essa atitude poderá ser objeto de processo jurídico indenizatório, o mesmo para prestar socorro.

Tipos de Consentimento

  • Expresso (gestos ou palavras).
  • Implícito (inconsciente, menor desacompanhado, pessoa com deficiência de desenvolvimento mental, recusa ao socorro, testamento de recusa ao socorro).
  • Abandono: deixar a vítima após ter iniciado o atendimento antes de conseguir repassar a responsabilidade para outra pessoa com nível de treinamento igual ou superior ao seu.
  • Negligência: atender uma vítima sem observar as técnicas adequadas e os protocolos estabelecidos provocando com isso agravamento ou lesões adicionais.

Negligência Envolve

  • Omitir socorro quando há obrigatoriedade implícita à função.
  • Prestar socorro com qualidade de atendimento inferior à que seria possível.
  • Provocar lesões adicionais ou agravar lesões existentes.

Omissão de Socorro

  • Prestar socorro nem sempre significa tocar na vítima, mas sim, obter auxílio, chamar o SAMU e nunca deixar a vítima entregue à sua própria sorte.
  • Ficará caracterizada a omissão se houver falha em cumprir com a responsabilidade prevista em regulamentações, como nos casos das empresas com seus funcionários e clientes e instituições públicas com os cidadãos, bombeiros, etc.
  • Quando houver responsabilidade com a outra pessoa, como nos casos de pais com seus filhos, técnicos de esportes.

Quebra de Protocolo

Haverá caracterização da quebra de protocolos se o socorrista falhar ao aplicar técnicas que outro socorrista, nas mesmas circunstâncias e com o mesmo tipo de capacitação, teria aplicado. (Ex.: Fazer incisão numa mordida de cobra).

Agravamento da Lesão

Constitui uma circunstância na qual houve, além de quebra de protocolos de atendimento, aumento da dor e sofrimento à vítima, causada por ações do socorrista. Dor e sofrimento, tanto de ordem física quanto mental, provocando angústia, medo e infligindo à vítima, aumento no tempo de recuperação, nos custos hospitalares e perdas patrimoniais.

Leis Federais, Estaduais e Municipais

  • Artigo 135 - Código Penal.
  • Ministério da Saúde - Portaria 2048 de novembro de 2002.
  • Regulação Médica.

Regulamentos

  • Normas Técnicas ABNT - NBR.
  • Direito de exercer a profissão.
  • Atualizar registros e/ou certificados.

Ética Profissional

Responsabilidades Fundamentais

  • Conservar a vida.
  • Aliviar o sofrimento.
  • Promover a saúde.
  • Não causar danos.

Avaliar Cenário

Três aspectos:

  • Risco iminente para você, a vítima e outras pessoas.
  • Mecanismo de lesão e trauma.
  • Número de vítimas no local.

Avaliação Inicial da Vítima

Tem o objetivo de identificar problemas que ameacem a vida da vítima e que necessitem de atendimento imediato.

Nível de Consciência

  • C - Circulação.
  • A - Vias Aéreas.
  • B - Respiração.

Escala de Glasgow

  • Abertura ocular (4 - espontânea; 3 - à voz; 2 - à dor; 1 - ausente).
  • Resposta verbal (5 - orientado; 4 - confuso; 3 - desconexo; 2 - incompreensível; 1 - ausente).
  • Resposta motora (6 - obedece a comandos; 5 - localiza a dor; 4 - retirada à dor; 3 - flexão; 2 - extensão; 1 - ausente).

Circulação

  • Adulto normal - 60 a 100 bpm.
  • Atleta - 40 a 60 bpm.
  • Criança - 80 a 100 bpm.

Hemorragia

Perda de grande quantidade de sangue para o meio externo ou interno através de uma ruptura ou laceração de artérias, veias e vasos sanguíneos.

Tipos de Hemorragia

  • Arterial: o sangue é vermelho vivo, claro e flui em jatos rápidos e fortes, de acordo com o batimento cardíaco, portanto perde-se maior quantidade de sangue.
  • Venosa: o sangue é vermelho escuro, flui de forma lenta e contínua com uma intensidade geralmente menor.
  • Capilar: o sangue tem aspecto oleoso, flui com lentidão e em geral são menos graves.

Classificação

  • Externa: é o sangramento de estruturas superficiais e fácil de ser identificada.
  • Interna: ruptura de vasos ou órgãos internos. O sangramento não pode ser visto e é necessário muita atenção aos sinais e sintomas específicos.

Procedimentos na Hemorragia Externa

  • Faça compressão local suficiente para cessar o sangramento.
  • Eleve o membro afetado para reduzir a chegada de sangue no local.
  • Aplique compressão sobre um ponto de pressão para reduzir o fluxo de sangue (Artéria Braquial e Artéria Femoral).
  • Em último caso, faça um garroteamento/torniquete do membro afetado.

Sinais e Sintomas (Hemorragia Externa)

  • Enjoos e vômitos.
  • Batimentos acelerados.
  • Pulso fraco.
  • Respiração rápida e superficial.
  • Sede.
  • Sudorese.
  • Desmaios.
  • Diminuição da temperatura, ocasionando frio e calafrios.
  • Estado de choque.
  • Tontura.
  • Palidez.

Procedimentos na Hemorragia Interna

  • Acalme a vítima, se estiver consciente.
  • Monitorar ABC.
  • Considere o vômito e deite a vítima do lado esquerdo.
  • Aqueça a vítima com cobertor ou algo similar.
  • Se necessário atenda o estado de choque.
  • Não permita que a vítima tome líquidos.

Sinais (Hemorragia Interna)

  • Alteração do nível de consciência ou inconsciência.
  • Agressividade ou passividade.
  • Tremores e arrepios do corpo.
  • Pulso rápido e fraco.
  • Respiração rápida e artificial.
  • Pele pálida, fria e úmida.
  • Sudorese.
  • Sede.
  • Pupilas dilatadas.

Sintomas (Hemorragia Interna)

  • Fraqueza.
  • Sede.
  • Frio.
  • Ansiedade ou indiferença.

Primeiros Socorros (Hemorragia Interna)

  • Deitar o acidentado e elevar os membros inferiores.
  • Prevenir o estado de choque.
  • Providenciar transporte urgente, pois só em hospital se pode estancar a hemorragia interna.
  • Não dê qualquer tipo de alimento ou bebida à vítima.
  • Se ela queixar-se muito de sede, molhe um lenço apenas para umidificar a língua.
  • Não retire objetos do ferimento como gravetos, hastes metálicas.

Ferimentos Abertos

É uma ruptura na pele que provoca sangramento externo, abrindo caminho para bactérias entrarem no organismo e provocarem infecção.

Classificação

  • Escoriação: é o arrancamento de camadas celulares da pele (epiderme), e tem pouco sangramento.
  • Laceração: ferimento que produz bordas irregulares no tecido atingido.
  • Incisão: ferimento que apresenta bordas regulares e bem definidas, parecendo com um procedimento cirúrgico.
  • Perfuração: significa que um objeto penetrou no corpo produzindo um orifício estreito.
  • Avulsão: pedaço de pele arrancado que fica pendurado ou pode ser completamente separado do corpo.

Procedimentos (Ferimentos Abertos)

  • Aplicar pressão direta sobre o ferimento com gaze ou pano limpo.
  • Remover qualquer item do vestuário da vítima que esteja dificultando o acesso ao ferimento.
  • Controlar o sangramento conforme descrito no protocolo.

Amputação

Remoção de uma extremidade do corpo através de cirurgia ou acidente.

Procedimentos (Amputação)
  • Controlar o sangramento, atender a vítima para o estado de choque.
  • Tente recuperar a parte amputada, se possível leve com a vítima para o hospital.
Cuidados com a Parte Amputada
  • Não lavar.
  • Envolver a parte em gaze estéril ou pano limpo seco.
  • Colocar dentro de um saco plástico.
  • Colocar o saco plástico sobre uma camada de gelo.
  • Não deixar mais que 6 horas.

Objeto Empalado

Objeto rígido que é transfixado no corpo.

Procedimentos (Objeto Empalado)
  • Nunca remova o objeto.
  • Imobilize o objeto.
  • Se for necessário, corte o objeto bem próximo ao corpo.
  • Remova a vítima imediatamente para um hospital.
  • Monitore o ABC.

Ferimento Aspirante

Ocorre quando um ferimento penetrante abre uma passagem para a cavidade torácica, por onde o ar entra e sai a cada respiração.

Procedimentos (Ferimento Aspirante)
  • Aplique curativo de 3 pontas.
  • Mantenha a vítima reclinada.
  • Administre oxigênio, se tiver treinamento.
  • Monitore o ABC.
  • Trate para o estado de choque.
  • Se necessário aplique a RCP.

Trauma Aberto de Abdômen

Protusão de vísceras para fora da cavidade abdominal, como consequência de incisão abdominal pós-trauma.

Procedimentos (Trauma Aberto de Abdômen)
  • Cubra as vísceras com compressa umedecida em água sem cloro ou soro fisiológico.
  • Preserve a temperatura.
  • Posicione em decúbito dorsal.
  • Recline se apresentar dificuldade para respirar.
  • Não dê nada para a vítima ingerir.
  • Eleve as pernas 30 cm.
  • Administre oxigênio, se tiver treinamento.
  • Monitore o ABC.
  • Transporte para o hospital ou chame o resgate.

Lesões nos Ossos

É o mais comum. Existem vários sinais clínicos que caracterizam uma fratura. Podemos citar, por exemplo, o traumatismo, a dificuldade ou incapacidade de movimento, dor e edema na área atingida, posição anormal do membro e, se a fratura for aberta, há naturalmente o surgimento do osso fraturado rompendo a pele.

Lesão na Coluna Cervical

Lesões que atingem a cabeça indicam possibilidade de lesão na coluna vertebral pelo fato de que movimentos bruscos na cabeça em diversas direções transferem energia para a região cervical, podendo lesionar a medula.

Como Reconhecer uma Lesão na Coluna Vertebral
  • Associação do tipo de acidente com a possibilidade de lesão na coluna vertebral.
  • Dor intensa na região posterior do tronco.
  • Presença de hematoma ou edema na região posterior do tronco.
  • Presença de deformação palpável ou visível na coluna.
  • Perda de sensibilidade e/ou mobilidade dos membros.
  • Priapismo.
  • Perda do controle urinário e fezes.
  • Incontinência intestinal ou urinária.
Procedimentos (Lesão na Coluna Vertebral)
  • Mantenha as condições respiratórias.
  • Mantenha a cabeça alinhada com tração e aplique colar cervical.
  • Se a vítima estiver sentada, coloque a prancha curta ou KED, antes de removê-la.
  • Controle SSVV.
  • Chame o resgate.

Fraturas Fechadas

São aquelas em que o osso quebrado não aparece na superfície, isto é, quando não ocorre ruptura das partes moles superficiais, apenas sentindo-se o desnível e o movimento anormal dos ossos.

Procedimentos (Fraturas Fechadas)
  • A vítima deve ser movimentada o menos possível.
  • Imobilizar o membro com talas ou apoios adequados, como tábua, papelão, revistas dobradas, travesseiros, mantas dobradas, etc.
  • As talas devem ser amarradas acima e abaixo do local da fratura e acima e abaixo das articulações próximas à área fraturada.
  • Remova o acidentado para o hospital ou chame o resgate.

Fraturas Abertas

O osso fraturado aparece na superfície corporal, devido aos rompimentos da carne e da pele.

Procedimentos (Fraturas Abertas)
  • A vítima deve ser movimentada o menos possível.
  • Se houver hemorragia, tente controlar usando os procedimentos adequados.
  • Com cuidado remova ou corte as roupas que estejam cobrindo o local da lesão.
  • Avalie o local da lesão procurando por DFaFI (Dor, Formigamento, Alteração de Sensibilidade, Fraqueza, Incapacidade).
  • Imobilizar o membro com talas ou apoios adequados, como tábua, papelão, revistas dobradas, travesseiros, mantas dobradas, etc.
  • Coloque uma roldana no bisel do osso para evitar agravar a lesão.
  • As talas devem ser amarradas acima e abaixo do local da fratura e acima e abaixo das articulações próximas à área fraturada.
  • Transporte para o hospital ou chame o resgate.

Fundamentos de Enfermagem

  • Saber identificar um problema específico através dos sinais e sintomas.
  • Descrever e aplicar o procedimento adequado para a solução de problemas reais ou potenciais de saúde das vítimas.
  • Posicionar-se profissionalmente junto às situações de emergência.

Sinais

Condições da vítima que você pode perceber com seus sentidos (presença e qualidade da respiração e pulso; preenchimento capilar; coloração; temperatura; umidade da pele; reatividade das pupilas; nível de consciência).

Sintomas

O que a vítima sente e é capaz de descrever, a queixa principal (sinto dor nas costas; acho que vou vomitar; minha perna dói; outras queixas).

Responsabilidade Civil e Criminal

Podem ocorrer processos indenizatórios contra instituições e empresas que não tenham cumprido normas técnicas ou legislação pertinente.

Protocolo

  • É a maneira que o indivíduo deve agir ou se portar quando estiver atuando profissionalmente.
  • Normalmente, isso é pré-definido por instituições.
  • Tem força de lei e serve como parâmetro para orientar o juiz em causas específicas.

Obrigatoriedade de Socorro

  • Qualidade do atendimento.
  • Responsabilidade.
  • Competência.
  • Honestidade.
  • Atualização.
  • Consentimento da vítima.

Artigo 135 - Omissão de Socorro

Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública: Pena - 1 a 6 meses de detenção ou multa. § único: a pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.

Artigo 302 - Código de Trânsito

No que tange aos cuidados que se deve ter para remoção da vítima quando as circunstâncias e a gravidade dos ferimentos exigirem transporte adequado. Havendo dúvidas quanto ao procedimento a ser tomado, a prudência determina que nenhuma providência seja feita, comunicando-se e aguardando-se a chegada do socorro adequado. Inciso III - prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente.

Entorse

Provocadas por uma excessiva distensão dos ligamentos e das restantes estruturas que garantem a estabilidade da articulação.

  • Movimentos bruscos.
  • Traumatismos.
  • Um simples tropeçar que force a articulação.

Sinais e Sintomas (Entorse)

  • Dor imediata.
  • Edema (inchaço).
  • Hematoma.
  • Rigidez articular.
  • Dificuldade para andar.

Tratamento (Entorse)

  • Manter a articulação afetada em repouso, de preferência absoluto, de modo a favorecer a rápida cicatrização e a recuperação dos tecidos lesionados.
  • O uso de compressa de gelo.
  • Administração de medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos comuns.

Luxação

Traumatismo violento que provoca uma insuficiência nos elementos de sustentação da articulação e a deslocação do osso, que deixa de estar unido à articulação.

  • Deterioração dos elementos de sustentação da articulação.
  • Traumatismo violento.
  • Tração súbita e intensa.

Sinais e Sintomas (Luxação)

  • Dor intensa e imediata no local.
  • Impotência funcional.
  • Edema.
  • Dependendo do grau de deslocamento tem-se a perda parcial ou total do movimento da articulação.
  • Caso a luxação afete uma articulação de um membro, a extremidade pode ficar um pouco mais curta ou mais longa do que a normal.

Primeiros Socorros (Luxação)

  • Aplicação de bolsa de gelo ou compressas frias.
  • Imobilizar o local afetado.
  • Manter a vítima em repouso.
  • Encaminhe a vítima ao pronto atendimento mais próximo.

Não tente colocar a articulação no lugar!

Contusão

Lesão sem fratura dos tecidos moles do corpo. Ela é gerada pelo impacto mecânico de um agente externo sobre uma parte do corpo.

Tipos de Contusão

  • Equimose: há equimose (mancha arroxeada) quando uma contusão produz a rotura de pequenos vasos no tecido celular subcutâneo e às vezes na própria derme, infiltrando-se uma pequena quantidade de sangue entre os elementos que formam esses tecidos.
  • Hematoma: produz-se quando a contusão rompe vasos de maior calibre, derramando-se uma maior quantidade de sangue, que pode infiltrar-se no tecido celular subcutâneo e nos músculos, ou então, ao separar elementos vizinhos, formar uma coleção ou acumulação localizada de sangue.

Primeiros Socorros (Contusão)

  • Com gelo resfrie a lesão com a aplicação de um objeto gelado por 10 a 12 minutos.
  • Se você estiver com a perna inchada, eleve a perna o máximo possível.
  • Faça compressão sobre o membro inchado.

Choque Hipovolêmico

É o tipo mais frequente de choque, podendo ser subsequente a hemorragia ou a perda plasmática isolada.

  • A sintomatologia destas duas situações é clinicamente sobreponível.
  • Os sintomas variam de acordo com a magnitude da perda e, portanto, com a gravidade da situação.

Etiologia (Choque Hipovolêmico)

  • Hemorragias abundantes.
  • Desidratação que ocorre com privação de água ou em períodos de grande calor.
  • Vômitos ou diarreia com muita perda de água.
  • Após queimaduras graves, pois a pele que impede a evaporação excessiva de líquidos corporais é destruída.

Sinais (Choque Hipovolêmico)

  • Taquicardia.
  • Palidez cutânea.
  • Pulso irregular.
  • Pele fria.
  • Perda da consciência.

Sintomas (Choque Hipovolêmico)

  • Leve (< 20% do volume circulante; membros frios; ansiedade; colapso venoso).
  • Moderada (20 a 40% idem + taquicardia; taquipneia).
  • Grave (> 40% idem + instabilidade hemodinâmica; hipotensão; taquicardia acentuada).

Tratamento (Choque Hipovolêmico)

  • Colocação de um catéter venoso e injeção de soluções líquidas especiais que retêm o líquido dentro dos vasos.
  • A preparação mais frequente é o Soro Ringer Lactato.
  • Se o choque é devido a hemorragias, é ainda administrado sangue de transfusões quando a perda de sangue foi superior a 2 litros.

Choque Cardiogênico

O estado de choque é um estado de hipoperfusão tecidual.

  • Desequilíbrio condicionado.
  • A lesão celular induz uma resposta inflamatória.
  • Características clínicas do choque.

Fisiopatologia (Choque Cardiogênico)

  • Ocorre envolvimento da redução da perfusão coronária e o aumento do consumo do miocárdio de O2.
  • Induz progressivamente mais isquemia e morte celular.
  • Existe disfunção ventricular sistólica e diastólica.
  • Fatos que a função diastólica fica comprometida.
  • A disfunção sistólica com diminuição do débito cardíaco é responsável por situações.
  • A menor produção de energia por estas vias metabólicas alternativas levam a falências dos sistemas.
  • Quando a isquemia é prolongada estas alterações tornam-se irreversíveis.
  • Estas alterações celulares vão ter uma tradução hemodinâmica.
  • Há uma redução do DC com aumento do volume telediastólico do VE.
  • Para compensar a redução do DC.
  • Consequência da tentativa de manter a DC por este mecanismo.

Intervenções de Saúde com Foco na Odontologia (Choque Cardiogênico)

  • Realize uma rápida inspeção na vítima, combata, evite ou contorne a causa do estado de choque.
  • Mantenha a vítima deitada e em repouso.
  • Verifique se as vias aéreas estão permeáveis.
  • Execute a massagem cardíaca externa associada à respiração de socorro boca a boca.

Choque Séptico

Doença na qual, como resultado da septicemia, a tensão arterial baixa a um nível tal que pode pôr a vida em perigo. É causado pelas toxinas produzidas por certas bactérias e também pelas citocinas.

Sepse

É a resposta inflamatória sistêmica e um sinal de infecção.

Fisiopatologia (Choque Séptico)

  • O choque circulatório é marcado por reduções críticas na perfusão tecidual.
  • A hipóxia tecidual compromete a atividade metabólica, celular e, finalmente, as funções celulares e orgânicas.
  • À medida que o choque progride, os mecanismos compensatórios entram em falência, de modo que as medidas terapêuticas deixam de ter os efeitos desejados, resultando em choque irreversível e morte.

Sinais (Choque Séptico)

  • Em geral, os primeiros sinais visíveis, mesmo 24h ou mais antes da diminuição da tensão arterial, são a redução do estado de alerta e a confusão. Estes sintomas devem-se ao fato de o cérebro receber uma menor quantidade de sangue.
  • Calafrios com tremores.
  • Aumento da temperatura.
  • Palidez.
  • Náuseas e vômitos.
  • Pulso acelerado e oscilações da pressão arterial.

Tratamento e Prognóstico (Choque Séptico)

O paciente é internado numa unidade de cuidados intensivos para submeter ao tratamento adequado. Costumam administrar dois antibióticos associados para aumentar as possibilidades de as destruir.

Nível de Consciência

Quatro estados:

  • 1: é o normal, em que o paciente está totalmente acordado, lúcido e orientado.
  • 2: a consciência está ligeiramente afetada, mas o paciente responde à voz.
  • 3: o paciente está mais confuso, mas reage à voz e/ou movimento para evitar a estimulação dolorosa, por exemplo beliscar a ponta da orelha ou dar um murro numa costela.
  • 4: o paciente encontra-se numa inconsciência profunda e não reage a estimulações dolorosas.

A verificação pode ser checada do seguinte modo:

  • A = Alerta: se o acidentado estiver alerta (ou acordado), provavelmente não deve ter sido alterado o seu nível de consciência.
  • F = Fala: deve-se procurar fazer perguntas ao acidentado, neste caso, para saber se sua fala foi afetada e qual o seu nível de consciência.
  • D = Dor: um terceiro estágio do nível de consciência, ainda mais grave, é quando o acidentado não fala, mas geme de dor.
  • N = Não fala: este é o caso extremo ou o mais perigoso. Possivelmente o paciente está desacordado (desmaiado) ou em estado de coma.

Dilatação das Pupilas (Midríase)

A dilatação das pupilas é uma reação normal do organismo à diminuição da luz incidente no globo ocular. Quando a intensidade luminosa aumenta, ela se contrai. Alterações nesse mecanismo são provocadas por certas lesões, como por exemplo, as do crânio. O socorrista deve observar, inicialmente, se os diâmetros ou as aberturas das pupilas são iguais nos dois olhos. Em seguida, com uma lanterninha, verificar se elas se contraem com a incidência do foco.

Escala de Glasgow

A pontuação máxima é de 15, e valores menores que 8 são considerados coma.

  • 3 = coma profundo (85% de probabilidade de morte).
  • 4 = coma profundo.
  • 7 = coma intermediário.
  • 11 = coma superficial.
  • 15 = normalidade.

Escala de Jouvet

Nessa escala são avaliados dois parâmetros:

1 - Perceptividade

Os indicadores usados para essa avaliação incluem:

  • Execução de ordem escrita.
  • Orientação no tempo e espaço.
  • Execução de ordem verbal.
  • Reflexo de blinking.
2 - Reatividade Específica

É verificada a presença de reação orientada e reação de despertar.

  • Observação de mímica facial.
  • Reatividade vocal.
  • Reação ao despertar.
  • Retirada de membros (perante aplicação de estímulos dolorosos).
Resposta Ocular
  • 4 - pálpebras abertas; os olhos seguem o movimento do dedo do examinador.
  • 3 - pálpebras abertas, mas os olhos não seguem o movimento dos dedos do examinador.
  • 2 - pálpebras fechadas, mas abrem ao comando verbal.
  • 1 - pálpebras fechadas, mas abrem ao estímulo doloroso.
  • 0 - pálpebras permanecem fechadas, mesmo com estímulo doloroso.
Resposta Motora
  • 4 - faz o sinal de positivo ou cerra a mão ou faz o sinal de paz.
  • 3 - localiza o estímulo doloroso.
  • 2 - resposta à dor em flexão (decorticação).
  • 1 - resposta à dor em extensão (descerebração).
  • 0 - nenhuma resposta à dor ou presença de estado de mal mioclônico generalizado.
Reflexo do Tronco Encefálico
  • 4 - reflexos pupilar e corneopalpebral presentes.
  • 3 - uma pupila midriática e fixa.
  • 2 - reflexo pupilar ausente bilateralmente.
  • 1 - reflexos pupilar e corneopalpebral ausentes.
  • 0 - reflexos pupilar, corneopalpebral e óculo-cefálico ausentes.

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