Sócrates e Platão: O Mundo das Ideias e a Busca do Saber
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Sócrates
A partir do pressuposto “Só sei que nada sei”, Sócrates iniciava a busca pelo saber. Seu método possui duas etapas:
Ironia: Leva ao reconhecimento da ignorância. Com hábeis perguntas, Sócrates desmonta as certezas do interlocutor até que este reconheça a própria ignorância ou desista da discussão.
Maiêutica (“Conhece-te a ti mesmo”): Estimula a pessoa a reconstruir seu ponto de vista, buscando o conhecimento dentro de si.
Sócrates destruía a Doxa (opinião ou ponto de vista inferior à verdade) em diálogo com seu interlocutor, tentando fazer com que o conhecimento emergisse de dentro de cada um. Em suas conversas, privilegiava as questões morais, como, por exemplo, a coragem. Ele não procurava exemplos de casos corajosos, mas sim o conceito de coragem.
Mais do que buscar o conceito, Sócrates queria levar as pessoas a reconhecerem a si mesmas. Ele impunha ao ouvinte a perda da falsa tranquilidade, o punha em desacordo com suas próprias ideias e propunha um esforço pessoal para reencontrar essa concordância.
Sua filosofia foi divulgada por dois de seus discípulos: Platão e Xenofonte. Para Platão, Sócrates figura como principal interlocutor, mas Aristófanes o ridiculariza ao incluí-lo entre os sofistas.
Platão
Nota-se a influência socrática nos primeiros diálogos, mas Platão passa a elaborar suas próprias teorias. Para expor a dialética, ele utiliza a Alegoria da Caverna:
O Mundo Sensível (dos fenômenos) é comparado a uma caverna, onde apenas se veem sombras da realidade exterior. O mundo sensível é ilusório, pura sombra do verdadeiro mundo.
O Mundo Inteligível (o das Ideias) é alcançado pela dialética ascendente, que fará a alma elevar-se das coisas múltiplas e mutáveis às Ideias unas e imutáveis.
As ideias gerais são hierarquizadas, e no topo delas está a Ideia do Bem, a mais alta em perfeição e a mais geral de todas.
Teoria da Reminiscência
Platão afirma que a alma deixa o Mundo Inteligível para habitar um corpo sensível. Nesse contexto, a sabedoria é uma recordação; aprender é rememorar. Os sentidos são apenas a ocasião para despertar na alma as lembranças adormecidas. Esse conceito relaciona-se com a teoria pitagórica da transmigração de almas.
Teoria da Alma
A alma compõe-se de três partes:
Alma Racional (Superior): Busca o conhecimento verdadeiro.
Alma Impulsiva (Sede da coragem).
Alma Apetitiva/Desejante (Desejo intenso de bens materiais, que conduz ao erro e perturba o conhecimento verdadeiro).
Amor Platônico
É um estágio para que o indivíduo descubra o amor espiritual e a beleza da alma.
Herança de Platão
No esforço de se contrapor aos sofistas, Platão propunha uma dialética que conduzisse à verdade. Até hoje vigoram muitas de suas ideias sobre a relação corpo-alma, a política aristocrática e a crença na superioridade do espírito sobre os sentidos. Platão incorporou em sua teoria a visão de Heráclito sobre a parte do mundo dos sentidos, onde tudo pode mudar e nada é perfeito (baseado no fogo).