Sócrates vs. Sofistas e a Filosofia de Platão

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Diferenças entre Sócrates e os Sofistas

  • O sofista é um professor ambulante. Sócrates é alguém ligado à distinção de sua cidade;
  • O sofista cobra para ensinar. Sócrates vive sua vida e ela confunde-se com a vida filosófica: “Filosofar não é profissão, é atividade do homem livre”;
  • O sofista “sabe tudo” e transmite um saber pronto, sem crítica (o que Platão identifica com uma mercadoria, que o sofista exibe e vende). Sócrates diz nada saber e, colocando-se no nível de seu interlocutor, dirige uma aventura dialética em busca da verdade, que está no interior de cada um;
  • O sofista faz retórica (discurso de forma primorosa, porém vazio de conteúdo). Sócrates faz dialética (bons argumentos). Na retórica o ouvinte é levado por uma enxurrada de palavras que, se adequadamente compostas, persuadem sem transmitir conhecimento algum. Na dialética, que opera por perguntas e respostas, a pesquisa procede passo a passo e não é possível ir adiante sem deixar esclarecido o que ficou para trás.

A filosofia dos sofistas, em virtude da situação na vida, adotava um ponto de vista egoísta-utilitário perante os problemas da atividade prática. Contra esta doutrina dos sofistas se levantou Sócrates. Para ele o homem era, como para os sofistas, a medida de todas as coisas; não, porém, o homem como indivíduo, mas o homem como espécie racional, que eleva o seu espírito à universalidade das normas morais.

Em salas particulares, na rua ou no ginásio, os sofistas reuniam o conjunto de estudantes, transmitiam o conhecimento e davam a preparação retórica desejada. Sócrates, no entanto, aplicava o seu método onde existissem pessoas que o quisessem ouvir e falar com ele.

Sócrates, o homem. Nascido em 470 a.C., foi executado em 399 a.C., quando Atenas perdeu a guerra do Peloponeso contra Esparta.

Métodos Socráticos

  • Ironia: A ironia socrática tinha um caráter purificador na medida em que levava os discípulos a confessarem suas próprias contradições e ignorâncias, onde antes só julgavam possuir certezas e clarividências, perguntas e respostas, destruía o falso saber;
  • Maiêutica: Dava alternativas, perguntas e respostas, ajudava a buscar a verdade. O nome maiêutica foi uma homenagem a sua mãe que era parteira. Ele dava luz às ideias.

Platão e a Teoria das Formas

Diversamente de Sócrates, que era filho do povo, Platão nasceu em Atenas, em 428 ou 427 a.C., de pais aristocráticos e abastados, de antiga e nobre prosápia. Temperamento artístico e dialético - manifestação característica e sua do gênio grego - deu, na mocidade, livre curso ao seu talento poético, que o acompanhou durante a vida toda. Aos 20 anos, Platão travou relação com Sócrates - mais velho do que ele quarenta anos - e gozou por 8 anos do ensinamento e da amizade do mestre. Quando discípulo de Sócrates e ainda depois, Platão estudou também os maiores pré-socráticos. Depois da morte do mestre, Platão retirou-se com outros socráticos para junto de Euclides, em Megara.

A famosa "teoria das formas" com frequência erradamente traduzida por teoria das ideias — é a mais importante contribuição platônica à filosofia. Segundo Platão, o mundo sensível (o que se apreende pelos sentidos), variado e mutável, é apenas um aspecto do mundo real, constituído por formas puras, fixas e imutáveis que só podem ser conhecidas intelectualmente, através da razão pura. Fundou por volta de -385 a Academia, protótipo de todos os colégios e universidades atuais. O mais importante de todos os discípulos de Sócrates foi Platão, que exerceu enorme influência na filosofia, na religião, na educação, na literatura e até mesmo na língua grega.

Filosofia do Direito

O termo Filosofia do Direito surge na Europa pela primeira vez no século XIX como sinônimo de Direito Natural na obra de alguns dos mais ilustres filósofos liberais, entre os quais o jurista Gustavo Hugo. Deste momento, entretanto, conserva-se pouco além do nome da disciplina.

Se a Filosofia do Direito é a Filosofia mesma diante dos fenômenos jurídico-normativos, foi preciso esperar que um filósofo e não um jurista construísse um sistema filosófico tendo o direito como peça central. Foi Friedrich Hegel quem o fez ao publicar em 1820 seu livro Princípios da Filosofia do Direito. A obra Princípios da Filosofia do Direito de Hegel é um marco que delimita o início da Filosofia do Direito como centro de uma investigação filosófica sistemática.

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