Os Sofistas: Origem, Ensino e Impacto na Democracia Grega
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O Contexto do Surgimento dos Sofistas em Atenas
No século V a.C., Atenas sofreu profundas transformações, alcançando a hegemonia (supremacia em relação a outras regiões) em termos económicos, políticos e intelectuais.
Este período de grandes transformações é também designado de «Século de Péricles», correspondendo ao período em que o génio helénico atingiu o seu auge.
O regime democrático que vigorava em Atenas, por um lado, exigia a intervenção direta dos cidadãos nas decisões políticas da cidade (polis) e, por outro, fazia nascer a competitividade de ideias e interesses na luta pelo poder político. O modelo educativo tradicional tornou-se insuficiente face às novas exigências da cidadania.
Nas cidades-estado democráticas, as decisões que interessavam a todos eram o resultado de deliberações tomadas nas assembleias políticas. Nestas, vencia e impunha-se aquele que melhor soubesse apresentar e defender os seus pontos de vista, conseguindo a adesão do auditório. Neste novo contexto, as capacidades oratórias e a competência argumentativa passaram a ocupar um lugar dominante.
É neste contexto que surgem os Sofistas. Eles vieram colmatar esta falha do modelo tradicional de educação, proporcionando aos cidadãos os meios e técnicas necessários à sua participação na vida política.
O Ensino e o Método dos Sofistas
Os Sofistas ensinavam, a troco de uma remuneração, as mais variadas matérias e também a arte de falar e persuadir, sendo mestres de retórica.
O seu método assentava na utilização da persuasão, ou seja, no desenvolvimento das capacidades que permitiam convencer as assembleias e superiorizar-se aos seus adversários, dominando as técnicas da palavra (oratória e retórica) e as técnicas da argumentação (dialética e lógica). O seu método ficou conhecido como Antilogia ou controvérsia. O ensino era remunerado, enciclopédico (mas superficial) e prolongado.