Stéphane Hessel: Indignação, Resistência e Democracia

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Stéphane Hessel, que chocou e irritou a situação na Palestina e a invasão bárbara do Iraque, foi um herói da Resistência Francesa e diplomata da paz e justiça. O autor deste texto se sente identificado com ele. Hessel questiona a existência de uma democracia na Europa atual, onde financiadores externos são culpados pela crise, e as vítimas não conseguem retornar à normalidade de trabalho e renda. O setor financeiro sequer foi submetido a mecanismos de repressão ou a operações de alto risco. Não apenas paraísos fiscais ou grandes obras de renovação do sistema são menos propensos a sofrer a crise; podemos dizer que o dinheiro e seus proprietários têm mais poder que os governos. Nas palavras de Hessel, "o poder do dinheiro nunca foi tão grande, com toda a insolência egoísta de seus próprios servidores nos níveis mais altos do Estado". Hessel afirma que bancos privatizados estão mais preocupados com os lucros e os salários de seus dirigentes do que com o interesse público.

Hessel diz aos jovens que se indignem, pois isso leva a uma determinação de envolvimento com a história, algo provado ao longo do tempo (como no nazismo). Devemos resistir ao controle do dinheiro sobre nossas vidas, reconhecendo que é mais difícil do que a luta daquela época, que, embora a cena parecesse mais leve, não era mais fácil (campos de concentração, tropas fascistas...). Agora, o desafio é lutar contra a globalização financeira. Hessel mostra aos jovens os avanços do século XX (como a segurança social, os direitos humanos e o estado de bem-estar), bem como os contratempos atuais (como o 11-S), que marcam um caminho inverso. Assim, ele alerta os jovens para que cuidem do que foi conquistado e lutem para manter e melhorar, não permitindo que lhes roubem o que é seu. É preciso conservar as conquistas democráticas (valores éticos de justiça e liberdade), obtidas após a Segunda Guerra Mundial, e não ser enganado pelos meios de comunicação nas mãos de pessoas ricas (aquelas que se apropriaram do que é de todos) e que precisamos recuperar. O terrorismo não é o caminho para alcançar isso, nem é para colapsar sob o furacão destrutivo do consumismo voraz e dos meios de entretenimento que aplicam cortes. Hessel, sem violência, como Gandhi, participou da elaboração da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH).

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