Strongyloides stercoralis: epidemiologia, ciclo de vida, transmissão, diagnóstico

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Strongyloides stercoralis: Estrongiloidíase

Epidemiologia

Hiperendêmica no Sudeste do Brasil e em alguns países da América Latina e África, com distribuição geográfica ubíqua, principalmente na faixa intertropical. A prevalência varia entre 3 e 100 milhões de pessoas infectadas, segundo estudos epidemiológicos.

Características

  • Infecta humanos, gatos, cães e macacos.
  • Localiza-se preferencialmente nas criptas da mucosa duodenal e jejunal.
  • Geohelminto: parte do desenvolvimento ocorre no solo.
  • Único capaz de realizar duplo ciclo evolutivo: vida livre (dióico, forma adulta no solo) e vida parasitária (fêmea partenogênica).

Ciclo de Vida: Direto

Larvas infectantes (L3) no solo maturam em L3 fêmeas, penetram na pele (geralmente dos pés), realizam o ciclo de Loss, alojam-se no jejuno/íleo e, no estágio L5, diferenciam-se em fêmeas partenogênicas. A partenogênese gera larvas L1, L2 e L3. Após a eclosão, as larvas buscam a luz do intestino grosso, transformam-se em L1, L2 e L3, e são eliminadas nas fezes.

Ciclo de Vida: Indireto

Larvas L3 (2n e n) no solo diferenciam-se em machos e fêmeas (adultos). A reprodução sexuada gera ovos, que eclodem em larvas L1, L2 e L3 no solo. Essas larvas podem formar fêmeas 3n, fêmeas 2n e machos.

Observação 1: O hormônio 20-hidroxiecdisona determina a diferenciação em macho, fêmea ou fêmea partenogênica.

Observação 2: O duplo ciclo evolutivo garante a perpetuação da espécie, pois independe do hospedeiro para sobreviver.

Observação 3: Machos só surgem no solo!

Transmissão

  • Heteroinfecção: A mais comum. Larvas L3 penetram através da pele, semelhante aos ancilostomídeos.
  • Autoinfecção interna: A larva L2 sofre ecdise para L3 no íleo/colo e reinfecta o hospedeiro, penetrando na mucosa intestinal. Este mecanismo pode cronificar a doença.
  • Autoinfecção externa: A larva L2 sofre ecdise para L3 na região anal e retorna ao intestino grosso.

Manifestações Clínicas

  • Assintomática, enterite ou enterocolite.
  • Lesões na pele: eritema e lesões urticariformes.
  • Lesões no pulmão: hemorragia no parênquima, pneumonia ou Síndrome de Loeffler.
  • Lesões no jejuno/íleo: diarreia, lesão na mucosa e fibrose.
  • Quadro grave e fatal: uso de corticoides acelera a muda de L1 para L2, aumentando o número de fêmeas partenogênicas.

Diagnóstico

Exame parasitológico de fezes para detecção de larvas rabditoides (L1).

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