Strongyloides Stercoralis: Morfologia, Transmissão, Patogenia e Tratamento
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Introdução
• 52 espécies descritas, duas infectantes para o homem:
• S.stercoralis (Bavay, 1876);
• S. fuelleborni (Von Linstow, 1905) duas subespécies
• S. f. fuelleborni e S. f. kellyi;
• A primeira espécie macacos; humanos África e Ásia e a segunda S. f. kellyi crianças Papua Nova Guiné (Oceania).
• Parasito descoberto por Normand e descrito por Bavay em 1876, Toulon – França, em soldados Cochinchina (Vietnã).
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Morfologia
Fêmea de vida livre ou estercoral
• Fusiforme; extremidades;
• Dimensões 0,8 a 1,2mm por 0,05 a 0,07;
• Cutícula fina e transparente. Aparelho digestório boca (três lábios) esôfago rabditóide intestino ânus;
• Aparelho genital útero (anfidelfo, 28 ovos) ovários ovidutos vulva. Receptáculo seminal.
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Macho de vida livre
Dimensões 0,7 por 0,04mm;
Aparelho digestório cloaca;
Aparelho genital testículos vesícula seminal canal deferente, canal ejaculador cloaca. Espículos e gubernáculo.
Ovos ancilostomídeos.
Fêmeas parasitas 0,05mm por 0,03mm;
Fêmeas de vida livre 0,07 por 0,04mm;
Fezes diarreia grave ou laxantes.
• Morfologia
• Larvas rabditóides L1 e L2
• Idênticas (fêmeas parasitas e de vida livre);
• Dimensões 0,2 a 0,3mm por 0,015mm;
• Vestíbulo bucal curto. Intestino ânus extremidade posterior (afastado);
• Primórdio genital nítido; cauda pontiaguda.
• A fresco ágeis. Nas fezes. F. disseminada bile, escarro, urina, líquido duodenal, pleural e cefalorraquidiano.
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Larvas filarióides
L3
Esôfago filarióide metade do comprimento;
Dimensões 0,35 a 0,50mm por 0,01 a 0,03mm;
Vestíbulo bucal curto, intestino ânus extremidade posterior (distante). Porção anterior afilada e a posterior cauda entalhada. Forma infectante pele ou mucosas; meio ambiente; interior do hospedeiro autoinfecção interna
Morfologia
Habitat
• Fêmeas parasitas:
• parede do intestino criptas da mucosa duodenal glândulas de Liberkühn e porção superior do jejuno;
• Formas graves:
• porção pilórica do estômago até intestino grosso.
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Transmissão
• Larvas filarióides L3 pele; mucosas (boca e esôfago), hetero ou primoinfecção.
• Larvas rabditóides L1, L2 na região perianal. Crianças, idosos ou pacientes internados fraldas (defecar), roupa; deficiência de higiene fezes (pelos perianais); auto-infecção externa ou exógena.
• Larvas rabditóides larvas filarióides intestino. Cronificar a doença. Constipação. Baixa imunidade drogas imunossupressoras, radioterapia; imunodeprimidos neoplasias, síndrome nefrótica, presença do vírus HIV, AIDS, HTLV1, tuberculose, gravidez, desnutrição protéico-calórica, alcoolismo crônico e idade avançada; auto-infecção interna ou endógena L1, L2, L3 (diferentes órgãos)
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Patogenia, Patologia e Sintomatologia
• Estrongiloidose ou Anguilulose.
• Assintomáticos ou oligossintomáticos não ausência de ação patogênica e lesões;
• Formas graves e até fatais fatores extrínsecos carga parasitária adquirida. Fatores intrínsecos subalimentação (proteínas) enterite; diarreia e vômitos facilita a auto-infecção; alcoolismo crônico; infecções bacterianas e parasitárias associadas; comprometimento da resposta imunitária natural ou adquirida; intervenções cirúrgicas gastroduodenais; cirurgias anestesia geral estase broncopulmonar.
• Principais alterações ação mecânica, traumática, irritativa, tóxica e antigênica fêmeas partenogenéticas, larvas e ovos acompanham as localizações.
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Patogenia, Patologia e Sintomatologia
Cutânea geral discreta.
• Reinfecções hipersensibilidade edema, eritema, prurido, pápulas hemorrágicas e urticárias.
• Migração única ou múltipla tecido subcutâneo aspecto linear ou serpiginoso urticariforme prurido larva currens tronco, nádegas, períneo, virilha e coxas (5 a 15cm por hora).
Patogenia, Patologia e Sintomatologia
Pulmonar intensidade variável
• Todos os indivíduos infectados tosse (produtiva ou não), febre, dispneia, e crises asmatiformes (filarióides, fêmeas maturidade ovos e larvas).
• Larvas capilares alvéolos hemorragia, infiltrado inflamatório (linfócitos e eosinófilos), limitados, ou casos mais graves broncopneumonia, síndrome de Löffler, edema pulmonar e insuficiência respiratória.
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Patogenia, Patologia e Sintomatologia
Intestinal Fêmeas, ovos e larvas.
• Enterite catarral parasitos parasito localizado nas criptas glandulares inflamação leve aumento do número de células que secretam mucina responsáveis pelo aumento na produção de muco.
• Enterite edematosa parasitos todas as túnicas da parede intestinal ocorre reação inflamatória edema de submucosa e desaparecimento do relevo mucoso síndrome de má absorção intestinal.
Patogenia, Patologia e Sintomatologia
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Enterite ulcerosa alta parasitose inflamação com eosinofilia intensa; ulcerações com invasão bacteriana tecido fibrótico rigidez da mucosa intestinal irreversível forma grave alterações no peristaltismo ocasionando íleo paralítico. Sintomas mais comuns desde dor epigástrica (antes das refeições) alimentação piora excesso; diarreia em surtos; náuseas e vômitos; síndromes disentéricas com esteatorreia desidratação podem levar ao choque hipovolêmico qdo associado a vômitos, emagrecimento acentuado comprometimento geral muitas vezes fatal. .
Patogenia, Patologia e Sintomatologia
Disseminada
• Pacientesinfectados e imunocomprometidos (situações citadas) ou megacólon, diverticulite, íleo paralítico, antidiarreicos e constipação intestinal favorecem a autoinfecção autoinfecção. Grande produção de larvas. disseminação.
• Completam o ciclo; intestino, pulmões; rins
• larvas na urina hematúria e proteinúria;
• fígado larvas no espaço porta; vesícula biliar (semelhança) colecistite;
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Patogenia, Patologia e Sintomatologia
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Complicações infecções bacterianas secundárias (bacteriemia, peritonite, endocardite, meningite) culmina com sepse por Gram negativos Sintomas dor abdominal, vômitos, diarreia intensa, pneumonia hemorrágica, broncopneumonia bacteriana, insuficiência respiratória óbito.
• coração líquido do pericárdio;
• cérebro LCR;
• pâncreas, tireoide, adrenais, próstata, glândulas mamárias, linfonodos.
Patogenia, Patologia e Sintomatologia
Estrongiloidose crônica
• Anemia (hipocrômica, ↓taxa de hemoglobina, e números de glóbulos);
• Eosinofilia;
• Sudorese;
• Incontinência urinária;
• Palpitações;
• Tonturas;
• Eletrocardiograma alterado;
• Astenia;
• Irritabilidade;
• Depressão;
• Insônia;
• Emagrecimento;
• Manifestações incomuns: ascite, perfuração intestinal e artrites.
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Epidemiologia
• Estimativa 30 a 100 milhões de pessoas no mundo
• Infecta cães, gatos e macacos.
• Cão morfo-biologicamente indistinguível do humano.
• Aspectos epidemiológicos da infecção pouco conhecidos.
• Mundial (heterogênea), regiões tropicais maioria infectando três regiões de prevalência esporádica 5%.
• Países desenvolvidos agricultores, hortigrangeiros, trabalhadores rurais, imigrantes e viajantes (visitaram regiões endêmicas).
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Epidemiologia
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No Brasil saúde pública taxas de infecção variada. Podem ser reservatórios cães, gatos e macacos que estão em contato com o homem Fatores aparecimento, manutenção e propagação: Fezes humanas e de outros animais solo. Larvas infectantes ciclos direto e de vida livre solo. Solo arenoso ou areno-argiloso, úmido, com ausência de luz solar direta.
Epidemiologia
• Temperatura 25 e 30°C
• Condições sanitárias inadequadas.
• Hábitos higiênicos inadequados.
• Contato com alimento contaminado p/ água de irrigação poluída com fezes.
• Não utilização de calçados.
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Diagnóstico
• 1. Clínico
• Dificuldade 50% dos casos são assintomáticos. Tríade diarreia, dor abdominal e urticária é sugestiva. A eosinofilia, achados radiológicos e sorológicos auxiliam no diagnóstico.
• Infecção deve ser lembrada imunossupressão e ser investigada nos casos em q/ o paciente for submetido a tratamento imunossupressores;
• Diagnóstico diferencial ancilostomose, ascariose, giardose, pneumonia, urticária, colecistite, pancreatite e eosinofilia pulmonar tropical.
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Diagnóstico
• 2. Laboratorial
• a. Parasitológicos ou diretos encontro de L1 ou L2 nas fezes; dificuldade, infecção moderada (25 larvas p/ g. de fezes). Métodos de rotina não são adequados.
• a.1 Exame de fezes larvas rabditóides (L1 ou L2) sem conservantes Bearman-Moraes e de Rugai hidro e termotropismo das larvas 3 a 5 amostras dias alternados.
• Larvas filarióides fezes envelhecidas; ritmo intestinal lento. Fezes frescas de hiperinfectados. Identificação das larvas ancilostomídeos. Seriado por sete dias sensibilidade de 100%.
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Diagnóstico
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Fezes diarreicas hiperinfecção larvas e ovos. S. fuelleborni eclosão (ovos) solo ovos nas fezes. . Vantagem execução simples e rápida.
• Desvantagem fezes frescas, possibilidade de contaminação do manipulador. Coprocultura Métodos: Loss, Brumpt, Harada e Mori, cultura em placas de ágar baseado no ciclo indireto. Indicação exames de fezes repetidos são negativos; material fecal escasso. Desvantagens demora dos resultados, risco de infecção pela manipulação das larvas infectantes.
Diagnóstico
• a.1.2 Pesquisa de Larvas em Secreções e outros Líquidos Orgânicos exame direto ou centrifugação quadro clínico : broncopulmonar escarro e lavado broncopulmonar; duodenal tubagem; urina; líquido pleural; líquido ascítico e LCR.
• a.1.3 Esfregaços citológicos aspirado gástrico e cervicovaginal Papanicolau.
• 2. Métodos Imunológicos Formas assintomáticas e diagnóstico clínico e inquéritos soroepidemiológicos elevada sensibilidade (métodos parasitológicos).
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Limitações reações cruzadas principalmente com esquistossomose e filariose, e método ancilostomose. RIFI, ELISA e WB (Western blotting) alta sensibilidade e especificidade eficazes como testes complementares p/ diagnóstico e monitoramento da resposta imune. Desvantagens infecções passadas e recentes. Coproantígenos pelo ELISA 3. Diagnóstico por Biologia Molecular elevada sensibilidade e especificidade PCR
Diagnóstico
• Outros diagnósticos:
• Endoscopia Digestiva
• Biópsia Intestinal e Análise Histopatológicas
• Necropsia
2.Métodos Indiretos
• a.2.1 Hemograma fase aguda eosinofilia até 80%. Eosinopenia mau prognóstico.
• a.2.2 Diagnóstico por imagem raios X tórax e trato digestivo. Ultrassonografia e tomografia.
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Profilaxia
Medidas:
• hábitos de higiene lavagem adequada dos alimentos;
• utilização de calçados;
• educação em saúde;
• saneamento básico;
• lavagem básica das mãos;
• proteção dos alimentos;
• diagnosticar e tratar os indivíduos parasitados;
• diagnosticar e tratar os animais domésticos infectados;
• diagnosticar e tratar, indivíduos que irão se submeter a tratamento com imunossupressores;
• uso profilático de tiabendazol (2 a 3 dias) mensalmente p/ imunodeprimidos, para evitar recidivas.
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Tratamento
• Mais difícil de ser tratada.
• Tiabendazol fêmeas partenogenéticas. Estrongiloidose crônica: crianças líquida 30mg/kg/dia, adultos comprimidos 50mg/kg/dia duas tomadas dois a três dias; ambos não devem ultrapassar a dose diária de 3g. Eficácia > 90%. Efeitos colaterais: náuseas, vômitos, diarreia, tonturas, cefaleias, sonolência e erupções cutâneas.
•
• Cambendazol fêmeas partenogenéticas e larvas. Líquido e comprimido dose única 5mg/kg crianças e adultos. Eficácia > 90%. Efeitos raros: cólicas, náuseas, vômitos, diarreia e sonolência.
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Tratamento
• Albendazol fêmeas partenogenéticas e larvas. Líquido e comprimidos crianças acima de dois anos e adultos 400mg/dia p/ 3 dias consecutivos eficácia 50% ou 800mg/dia p/ 3 dias eficácia de 90%. Efeitos colaterais: cefaleia, tonturas e desconforto gastrointestinal. Não deve ser administrada nas formas disseminadas.
•
• Ivermectina dose única de 200µm/kg eficácia > 88%. Formas graves e disseminadas e pacientes com AIDS multidoses de 200µm/kg nos dias 1, 2, 15 e 16 de tratamento. Efeitos colaterais: leves diarreia, anorexia e prurido.
•
• Nitazoxanida Annita
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