Taxonomia e Sistemática: Classificação dos Seres Vivos
Classificado em Filosofia e Ética
Escrito em em português com um tamanho de 3,89 KB.
Como vimos no capítulo anterior, a definição empregada por Vickery (1980) sobre a Taxonomia, sendo a ciência das leis da classificação de formas vivas, surgiu no ambiente dos sistemas de classificação das ontologias, da inteligência artificial, e é entendida como classificação de elementos de diversas naturezas. A vista disso, na busca por entender um pouco mais sobre as diversas formas de classificações envolvidas na natureza, surge a necessidade de compreender a taxonomia da natureza. O escopo da classificação dos seres vivos — denominada Taxonomia — foi a princípio o de organizar as plantas e animais conhecidos em categorias que pudessem ser citadas. A posteriori, a classificação passou a respeitar as relações evolutivas entre organismos, uma organização mais natural do que a baseada apenas em características externas. Para isso, utilizam-se também características ecológicas, fisiológicas e todas as outras que forem úteis para os táxons em questão. É a esse conjunto de esquadrinhamento, a respeito dos táxons, que se dá o nome de Sistemática.
Nos últimos anos, têm-se buscado classificações baseadas na similitude entre genomas, com grandes avanços em algumas áreas, especialmente quando se juntam a essas referências aquelas oriundas dos outros campos da Biologia.
Mediante isso, Vickery (1980, p. 35) elucida a Taxonomia como a sistemática classificatória e dividida na nomenclatura dos seres vivos. Por exemplo, as variadas raças de cães domésticos são todas da mesma espécie, pois são capazes de se cruzarem, produzindo descendentes férteis. Algumas espécies são aptas a se reproduzirem entre si, porém seus descendentes são estéreis. É o caso, por exemplo, da égua e do jumento, que geram a mula.
Espécies com muitas semelhanças entre si serão reunidas em um segundo grupo (com grau de semelhança menor do que no grupo inicial): o gênero. Gêneros com afinidades entre si formam famílias, que por sua vez desenvolvem ordens, que são agrupadas em classes. As classes semelhantes entre si se associam em um grupo maior — os filos, que, juntos, formam os reinos. Em diversos grupos, há um grande composto de seres vivos e, muitas vezes, podem haver grupos intermediários, como os sub e supergêneros ou os sub e as superfamílias. Os nomes científicos atribuídos aos seres vivos são padronizados mundialmente. Isso impede que as barreiras linguísticas fomentem confusões em publicações científicas. Assim, o cão doméstico, por exemplo, é chamado de Canis familiaris, em qualquer idioma.
Logo, para que a classificação e a nomenclatura sejam uniformes, é imprescindível seguir algumas regras:
- Todos os nomes devem ser escritos em latim ou latinizados;
- Os termos que designam as categorias de gênero até reino precisam começar com letra maiúscula;
- O nome de uma espécie é sempre binomial (tem dois nomes) e, como está em latim, deve ser escrito destacado no texto — em itálico ou sublinhado. Por exemplo: Homo sapiens (ser humano), Panthera onca (onça-pintada) ou Felis catus (gato doméstico).
- A primeira palavra do nome científico aponta o gênero e a segunda, o termo específico. Note que a segunda palavra é escrita com letra minúscula (quando a segunda palavra homenageia alguém, ela pode ser escrita com letra maiúscula).
- Ocasionalmente, pode haver um terceiro nome, que sinaliza uma subespécie. Isso ocorre quando populações isoladas geograficamente concentram algumas diferenças, possibilitando iniciar novas espécies. Dessarte, essas populações, além da nomenclatura binomial, recebem um terceiro nome. Exemplo: Crotalus terrificus terrificus (cascavel brasileira) e Crotalus terrificus durissus (cascavel da Venezuela e da Colômbia).