Taylorismo e Fordismo: Princípios e Impacto no Trabalho

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1º Princípio: O Planejamento Científico

O primeiro princípio é o do planejamento. A administração empresarial não tinha conhecimento de como realizar o controle do trabalho. Era o trabalhador quem detinha o conhecimento do ritmo de trabalho e das frações do ofício. O primeiro princípio taylorista propõe, portanto, a passagem desse conhecimento do trabalhador para a gerência da fábrica. Ocorre a gerência do trabalho, que se constitui em observar, analisar e classificar, visando ter um melhor aproveitamento do tempo. A intenção era observar como os trabalhadores realizavam o trabalho e eliminar os movimentos inúteis, aumentando assim a produtividade e a intensificação do trabalho. A análise é científica, baseada em dados; tudo deve ser estudado. O tempo não pode ser desperdiçado, o tempo deve ser produtivo. Com a administração científica, o trabalhador fica despojado de seu próprio conhecimento, de sua potencialidade física e mental. O trabalho profissional é eliminado e, como consequência, tem-se a redução dos salários. Havia dúvidas a respeito do desgaste do operário, uma vez que o ser humano não é uma máquina, ou seja, os movimentos repetitivos podiam levar o organismo humano a um desgaste físico e mental. No trabalho de Taylor, está implícita a mecanização do homem.

2º Princípio: Seleção e Treinamento Científico

O segundo princípio trata da seleção e treinamento. Aqui não há a necessidade de homens extraordinários, mas de pessoas específicas com habilidades para realizar o trabalho mais adequado. Essa necessidade exigia o treinamento dos indivíduos, não em uma profissão, mas na maneira de executar uma tarefa conforme a gerência indicasse. O trabalhador devia ficar atento às ordens do instrutor, que lhe dizia até quando devia descansar. Essa seleção científica provoca a dispensa de trabalhadores mais inteligentes e leais, desde que estes não sejam apropriados ao tipo de trabalho em vista. A desqualificação do trabalho assemelha-se àquela processada pela introdução da maquinaria automatizada no processo produtivo.

3º Princípio: Programação e Controle do Trabalho

Taylor sugeriu uma reformulação da programação e controle do trabalho. Ou seja, cada operação deve ser programada e controlada para cada operário. Todos os trabalhos dos operários eram planejados antecipadamente, e os homens eram encaminhados de um lugar para outro específico. Os operários tinham um tempo pré-determinado para a realização de cada atividade, deixando aos operários todas as condições para realizarem o trabalho no tempo pré-determinado. Os trabalhadores recebiam, pelo menos um dia antes, instruções escritas e completas que descreviam a tarefa a ser realizada no dia seguinte e os meios utilizados para sua realização. Dessa forma, o controle geral sobre o processo e seu funcionamento cabem à gerência. A alienação do trabalho é levada ao extremo, pois, além do desconhecimento de seu próprio trabalho, o operário passa a não entender também o processo dentro do qual atua. Taylor, assim, ampliou a dominação do trabalho, aumentou e intensificou o trabalho, provocou o rebaixamento dos salários e a desqualificação.

Fordismo e a Linha de Montagem

Ford introduziu a linha de montagem. Os princípios tayloristas foram ampliados; a introdução da esteira teve como principal consequência a imobilidade do trabalhador. Não era permitido dar um passo inutilmente. Na esteira, as peças ficavam dispostas em uma sequência lógica de montagem. Assim, o tempo de montagem foi reduzido e ocorreu um alto aumento da produção. Os movimentos dos operários tornaram-se mínimos. Fixo em seu posto de trabalho, o homem passou a ser uma espécie de prolongamento da máquina, onde seus movimentos deveriam ser feitos mecanicamente, sem interferência da sua mente. O trabalhador qualificado, que antes era necessário na linha de montagem, é eliminado. Em seu lugar, surge o homem com uma única função: repetir infinitamente os mesmos movimentos, desprovidos de qualquer conhecimento profissional. Aliado aos avanços tecnológicos, a linha de montagem introduzida por Ford permitiu o barateamento do automóvel e a transformação dele num bem de consumo em massa.

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