Teatro Espanhol no Século XVIII: Tendências
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Ao longo do século XVIII, o teatro espanhol apresentou diversas manifestações:
Teatro Pós-Barroco
Presente na primeira metade do século. Continuam as fórmulas do drama de Calderón, com autores que repetiam os temas e argumentos, mas complicavam o enredo e a encenação. Destacam-se Antonio de Zamora e José de Cañizares.
Teatro Neoclássico
Na segunda metade do século, surge uma oposição ao teatro anterior, por razões estéticas e sociais. O novo teatro caracterizou-se pelo respeito escrupuloso pela regra das três unidades (tempo, espaço e ação), pela verossimilhança e pela sua intenção didática. Os iluministas conceberam o teatro como um meio essencial para a educação e a propaganda. Os géneros cultivados foram:
Tragédia Neoclássica
Imitava modelos franceses e italianos. O tema subjacente era a luta pela liberdade, num contexto histórico, com personagens caracterizados pela nobreza e patriotismo, que sempre saíam triunfantes. Era um teatro elitista, com sucesso limitado junto ao grande público. A peça mais famosa foi Raquel, de Vicente García de la Huerta.
Comédia Neoclássica
Mostrava uma realidade idealizada com personagens comuns (burgueses e seus criados). O seu objetivo didático era mostrar o caminho da razão e do bom senso. O autor principal foi Leandro Fernández de Moratín, considerado o criador da comédia espanhola moderna. A sua obra reflete a vida social do seu tempo e as preocupações dos cidadãos. Incentivou a burguesia a ser ela própria (O Barão), recomendou uma educação baseada na sinceridade que acabaria com os casamentos por conveniência (O Velho e a Menina, O Sim das Meninas) e criticou os excessos do teatro popular (A Comédia Nova ou O Café).
Comédia Sentimental
Foi uma novidade do século. São obras que combinam um conteúdo temático infeliz com um final feliz, de acordo com o gosto pré-romântico. Na verdade, é considerada precursora do drama romântico. Gaspar Melchor de Jovellanos é o principal cultivador, com obras como O Delinquente Honrado.
Teatro Popular
Destacam-se as peças curtas como o sainete, peça curta e humorística sobre costumes e tipos populares, que visava simplesmente entreter o público com comicidade e diálogos espirituosos. O autor principal foi Ramón de la Cruz.