Técnicas de Exames Parasitológicos e Urinálise

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Técnicas de Exames Parasitológicos

Método de Willis: Utilizado na pesquisa de ovos de helmintos.

  1. Dissolver cerca de 1g de fezes em uma solução saturada de NaCl, formar um menisco convexo na boca do frasco.
  2. Colocar uma lâmina sobre as bordas do frasco para que fique em contato com o líquido por, no mínimo, 20 minutos.

Método de Faust (Centrífugo-flutuação): Utilizado na pesquisa de cistos de protozoários e ovos de helmintos.

  1. Dissolver cerca de 1g de fezes em 10ml de água e filtrar em gaze dobrada em quatro.
  2. Depositar o material em tubo e centrifugar a 1500 rpm por 2 minutos.
  3. Desprezar o sobrenadante e ressuspender novamente em 10 ml de água.
  4. Repetir os passos 2 e 3 até que o sobrenadante apresente-se claro.
  5. Adicionar 10 ml de sulfato de zinco, homogeneizar e centrifugar a 1500 rpm por 2 minutos.
  6. Recolher com alça de platina a película superficial, adicionar uma gota da solução de lugol e observar ao microscópio.

Método de Ritchie: Utilizado na pesquisa de cistos de protozoários.

  1. Dissolver cerca de 2 g de fezes em 20 ml de água.
  2. Filtrar através de gaze dobrada 4x com auxílio de um funil, para 2 tubos de centrifugação.
  3. Centrifugar o filtrado por 60 segundos a 2500 rpm.
  4. Decantar.
  5. Adicionar cerca de 2 ml de formol a 10%, homogeneizar, descansar por 3 minutos.
  6. Adicionar cerca de 2 ml de éter, agitar vigorosamente e deixar em repouso por 2 minutos.
  7. Decantar, adicionar 2 gotas de lugol ao sedimento e ler.

Método de Hoffman, Pons & Janer ou HPJ: Utilizado na pesquisa de cistos de protozoários e ovos de helmintos.

  1. Dissolver cerca de 2 g de fezes em 10 ml de água em um copo. Deixar 10 minutos até amolecer.
  2. Adicionar mais 10 ml de água e misturar.
  3. Coar com gaze dobrada 4x recolhendo em um copo.
  4. Acrescentar 200 ml de água.
  5. Deixar em repouso 24 horas.
  6. Retirar parte do sedimento com uma pipeta.
  7. Colocar uma gota da amostra na lâmina e lugol e ler.

Método de Baermann-Moraes: Utilizado na pesquisa e isolamento de larvas de Strongyloides sp. de fezes e de larvas de nematóides do solo.

  1. Em um funil, adicionar água a 45°C.
  2. Após 1 hora, as larvas vão para o fundo do cálice.
  3. Com auxílio de uma pipeta, colher do fundo do cálice uma porção de 2ml, colocando em uma lâmina e ler.

Método de Kato-Katz: Utilizado principalmente na pesquisa de ovos de S. mansoni e outros helmintos.

  1. Depositar uma pequena quantidade de fezes sobre uma folha de papel higiênico colocando a tela por cima e pressionando com a paleta.
  2. Colocar sobre uma lâmina de vidro a placa de plástico e depositar no centro do orifício as fezes que ultrapassaram as malhas da tela (60 mg).
  3. Comprimir as fezes no orifício da placa até completá-lo.
  4. Sobrepor à lamínula de celofane (embebida em verde malaquita) e inverter a preparação realizando pressão com o polegar sobre a lâmina até obter uma uniformidade do material.
  5. Deixar em repouso por cerca de 60 minutos à temperatura ambiente.
  6. Contar todos os ovos encontrados e multiplicar o total por 24, resultando em ovos.

Urinálise: Infecções e Parâmetros Químicos

Rim - Pielonefrite: Infecção nos rins, ureteres e ductos. A bactéria chega ao rim pelo sangue ou subindo da uretra para a bexiga e pelo ureter até o rim. Pode ser causada por malformação do aparelho urinário, refluxo vésico-uretral, pedra nos rins ou outro tipo de obstrução.

Bexiga - Cistite: A cistite aguda é uma infecção bacteriana na bexiga ou no trato urinário inferior. Aguda significa súbita ou forte. Diagnóstico: urina de médio jato, análise de glóbulos brancos, glóbulos vermelhos, bactérias e certos químicos, como nitritos.

Glomerulonefrite: É uma inflamação do glomérulo, unidade funcional do rim formada por um emaranhado de capilares, onde ocorrem a filtragem do sangue e a formação da urina. Pode ser primária ou secundária, aguda ou crônica. Exames incluem exames de imagem, QUE, creatinina e ácido úrico.

Uretra - Uretrite: A uretrite consiste na inflamação ou infecção da uretra, o canal que transporta a urina da bexiga para fora do corpo. Exames de urina para detectar gonorreia, clamídia ou outras DSTs.

Parâmetros Químicos da Urina

Densidade: Avalia a função renal e hidratação. Valores esperados: 1,001 - 1,035 (urina de 24h).

pH: Normal: 5 - 9. Vegetarianos tendem a ter pH alcalino, enquanto dietas proteicas levam a pH ácido. Conservantes e crescimento microbiano alteram o pH. Significado: acidose e alcalose metabólica. Acima de 9 indica conservação inadequada.

Proteína: Normalmente não detectável. Urinas alcalinas ou com conservantes podem gerar falso positivo. Causas: pré-renais, renais e pós-renais. Significado: Infecções do trato urinário, nefropatia.

Glicose: Valores normais: < 15mg/dL. Limitações: temperatura e altos níveis de cetonas podem causar falsos positivos. Significado: Diabetes. Reativo Benedict.

Bilirrubina: Valores esperados: não detectável. Oriundo do metabolismo da hemoglobina e urobilinogênio. Limitações: ácido ascórbico (falso positivo). Significado: hepatite.

Urobilinogênio: Valores esperados: 0,2 a 1,0 mg/dL. Formado no duodeno pela ação de bactérias. Valores acima de 2,0 mg/dL indicam problemas hepáticos, hemolíticos, policitemia, malária, cirrose. Altamente instável, deve ser testado em menos de 1 hora e protegido da luz.

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